APOSENTADORIA DO JEGUE Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.432 Quando o, en...

 

APOSENTADORIA DO JEGUE

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.432




Quando o, então, governador major Luís Cavalcante inaugurou a água encanada em Santana do Ipanema, mandou quebrar todas as cisternas da cidade. Dizia ele que jamais faltaria água nas torneiras residenciais. Muitos acreditaram nas palavras do homem que em meio ao discurso, completamente eufórico, intercalava    palavreado entre o sério e piadas populares conhecidas. Foi de fato um festão realizado no Bairro Monumento, onde o governador no palanque oficial de alvenaria sobre a sorveteria Pinguim, discursava com seus puxas-sacos. Se era para quebrar todas as cisternas da cidade, por consequência o ato de vandalismo proposto, atingiria indiretamente a aposentadoria de mais de cem jumentos que abasteciam as casas com água das cacimbas do rio intermitente Ipanema.

Não demorou muito após a festa e as reclamações sobre a falta do precioso líquido nas torneiras, iniciaram e foram se tornando rotina. Não sabemos se quem quebrou suas cisternas se arrependeram, mas os jumentos com suas cangalhas e ancoretas de madeira, despareceram das ruas de Santana. As cacimbas nas areias grossas do leito seco do Ipanema, perderam o zelo cotidiano dos seus usuários.

2021, mais de sessenta anos depois da inauguração da água, os problemas ainda se acumulam num sistema obsoleto da Companhia de Abastecimento de Água de Alagoas – CASAL. Atualmente é a ladainha de todos os dias nas rádios da cidade: apelos, denúncias, choros e desespero das donas de casa do sertão inteiro. Capelinha, povoado de major Isidoro, Areias Brancas, povoado de Santana do Ipanema, inúmeros sítios rurais e partes altas que compõem os bairros da cidade. Isso não aconteceu com a antiga Companhia Energética de Alagoas – CEAL.   A CASAL e sua parceira energética, são uma junta de bois em que um puxa o carro, o outro se escora no cabeçalho.

Nem cacimba, nem jegue, nem cisterna...

VÁ EM CONVERSA DE GOVERNADOR!!!

Botador d’água e seu jumento em cacimba do rio Ipanema, na década de 60 (Foto: Livro 230/domínio público).

  OS CAMPINHOS Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.431                A tens...

 

OS CAMPINHOS

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.431

 


             A tensão social é carga pesada, principalmente na periferia de cidades médias e grandes. Não falta o lazer para os ricos e os metidos, com seus teatros, cinemas, bons restaurantes e uma porção de coisas mais que afastam o tédio da “nobreza”. Para pobres e remediados das periferias ou o tráfico ou o futebol. Aquele futebol de bola de meia ou de verdade, em campinhos de várzeas, de monturo, arranca toco, careca e bruto. Pelos menos vai levando a esperança de ganhar a vida com a bola e fazendo esquecer o oco alimentar da moradia. Em nossos sertões a realidade não é diferente, daí a necessidade de se olhar em redor e dá o mínimo de conforto aos lugares carentes também de diversões como os chamados campinhos de futebol.

Em Santana do Ipanema, por exemplo, tínhamos três lugares onde a bola rodava e as garras do mundo eram esquecidas. No trecho urbano do rio Ipanema, quando seco, o poço do Juá, os areais próximos as olarias e a barragem assoreada, sempre foram celeiros de atletas que iam galgando degraus pelo Ipiranga, Ipanema... Conseguiam chegar ao CSA ou CRB, na capital, e até alçar voos mais altos com aterrissagem no Santos ou no Vasco da Gama. Isso aconteceu antigamente com vários atletas de campinho de areia do leito seco do Ipanema e até com jogadores recentes saídos desses campinhos que estão brilhando no Sudeste do país. Sonhos realizados, marginais a menos na sociedade, mais alimentos à mesa e pais vivendo com dignidade.

Não somente Santana, mais município como Olho d’água das Flores, São José da Tapera, Pão de Açúcar e Ouro Branco, entre outros, já tiveram a felicidade de aplaudir e louvar filhos da terra que venceram em clubes grandes do Brasil. Reconhecemos também as fabriquetas de calçados da cidade que produziam sapatos e craques de várzeas. Nunca vimos profissionais gostar tanto de futebol quanto os sapateiros da “Capital do Sertão”. Continuamos defendendo os campinhos construídos pelo poder público que pode transformar a vida nas periferias, espantando indiretamente o psicólogo, o marginal e o divã.

Sua sociedade é a sociedade que você cria.

 ESTÁDIO ARNOS DE MÉLLO, EM SANTANA DO IPANEMA (FOTO: LIVRO 230/B. CHAGAS).

 

  A IMACULADA “Clerisvaldo B. Chagas/Reprodução A Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição é, segundo o dogma católico , a conc...

 

A IMACULADA

“Clerisvaldo B. Chagas/Reprodução


A Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição é, segundo o dogma católico, a concepção da Virgem Maria sem mancha (em latim, macula) do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. A Igreja Católica também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.

A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi inscrita no calendário litúrgico pelo Papa Sisto IV, em 28 de fevereiro de 1477. Atualmente, a solenidade da Imaculada Conceição de Maria (8 de Dezembro) é festa de guarda em toda a Igreja Católica, exceto em certas dioceses ou países onde, com a prévia aprovação da Santa Sé, a sua celebração foi suprimida ou transferida para um domingo. Festa de guarda significa que todos os fiéis católicos devem obrigatoriamente participar na missa, como se fosse um domingo.[2]

A Imaculada Conceição da Virgem Maria foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus[3] em 8 de dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão[4][5]. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho[6].[7]

(Reprodução.  Disponível em < pt. Wikipédia.org.> Acesso em 7 de dezembro 2020.