RESTAURANTE PANELA DE BARRO Clerisvaldo B, Chagas, 19/20 de dezembro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.631   ...

 

RESTAURANTE PANELA DE BARRO

Clerisvaldo B, Chagas, 19/20 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.631


 

Ficamos entusiasmados ao vermos a Feira das Panela de Barro, em Palmeira dos índios. Parecidas, com as antigas peças vendidas na feira de Santana. Verdade, porém, que o artesanato tem nuances em cada região, suas marcas registradas. São semelhantes no geral, mas não nos detalhes. O artesanato de barro do interior está muito mais para uso como utensílio do que como peça de adorno. E quando falamos em feira das panelas, vem a panela propriamente dita, a frigideira, o pote, a jarra, a quartinha e assim por diante. É bom saber que muitos lugares do agreste e Sertão ainda conservam seus produtores e feirantes de vasilhames rudes para cozinhar e armazenar água. E o melhor: encontrados nas feiras livres a preços acessíveis.

Certa feita houve uma feijoada beneficente no Tênis Clube de Santana do Ipanema. Mestres famosos foram convidados como o saudoso Filemon e outros mais. Só não lembramos se as panelas de barro foram colocadas em fogo de lenha, mas a feijoada foi servida em pratinhos de barro vendidos na feira. Um sucesso! Feijão preto com charque, linguiça defumada e partes do porco que só os mestres sabem fazer. A comida típica de muito sucesso à época, atraiu centenas de pessoas que ocuparam até a calçada do clube, onde valia, inclusive, uma cachacinha na hora de apreciar o prato. Fazer feijoada foi caindo de moda tendo como causa principal o preço campeão do charque que sem ele, não existe a feijoada verdadeira.

Mas os pratos e panelas ainda são encontrados em inúmeras feiras do interior para uma comida sadia, segundo os entendidos. Como dissemos antes, cada região tem suas características próprias de artesanato. Algumas possuem melhor acabamento e até são pintadas, caprichosamente. Não é possível encontrar cerâmica marajoara em todos os lugares, mas o capricho local assegura uma feijoada de primeira qualidade, desde que haja mestres e mestras nessa arte da gastronomia nordestina.

Se o amigo concorda ou não, fique à vontade, mas agora mesmo passou por aqui uma vontade enorme de procurar o Restaurante Panela de Barro.

Linguiça defumada, charque e feijão vargem rocha...

Hum !!!...

PANELAS DE BARRO (CRÉDITO: ELISANA TENÓRIO).

 

  FESTA BOA Clerisvaldo B. Chagas.   18 de dezembro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.630   A Praça Coronel M...

 

FESTA BOA

Clerisvaldo B. Chagas.  18 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.630



 

A Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha (Praça da Matriz de Senhora Santana) encontra-se completamente ornamentada para este Natal. Outros lugares também chamam atenção de visitantes e nativos como a entrada da cidade, Avenida Dr. Arsênio Moreira e Praça do Monumento (Adelson Isaac de Miranda). A Praça da Matriz fez lembrar os antigos tempos de lapinhas ou presépios uma tradição santanense desde os tempos de vila.  Havia um homem que não saía de casa, mas sempre fabricava a lapinha em todos os Natais.  Assim o Centro de Santana do Ipanema volta a ser a grande atração de final de ano, também com lojas de pinturas renovadas e ornamentos prestigiando a festa do Cristo. O Centro da cidade merece a atenção especial.

O coronel Manoel Rodrigues foi a figura mais importante de Santana do Ipanema no primeiro quartel do Século XX. Sapateiro originário de Águas Belas, enriqueceu no ramo de couros no Baixo São Francisco, casou com uma sergipana e se transferiu para Santana do Ipanema, investindo muito neste município. Coronel da Guarda Nacional, comerciante, industrial, amigo de todos e amado em Santana. Em sua residência recebia governadores e outras altas autoridades, assim com Delmiro Gouveia. Seu sobrado (ainda existente) estava sempre de portas abertas para os blocos carnavalescos e outras manifestações culturais do povo. A Praça da Matriz o homenageia diante do casarão onde fixou residência. Os três sobrados construídos por ele, fazem parte do patrimônio arquitetônico de Santana do Ipanema.

Bem vindos os forasteiros que vêm progredir e fazer progredir. Assum foi o maestro Manoel Queirós também de Águas Belas que fundou a primeira banda musical de Santana, a Filarmônica Santa Cecília e teatro de amadores. Ainda de Águas Belas veio a primeira professora de Santana, Maria Joaquina, casada com o primeiro professor santanense Enéas Araújo. O tempo vai passando e as praças do Centro Comercial vão se adaptando às novas exigências, mas seus heróis permanecem lembrados pelos logradouros públicos, pelos escritores da terra e a memória dos que ainda não desistiram do seu torrão.

FELIZ NATAL A TODOS OS NOSSOS SEGUIDORES E SEGUIDORAS. NATAL SEMPRE NA VIDA DE CADA QUAL.

Parcial da Praça da Matriz com ornamentos natalinos. (Foto: B. Chagas).

  NATAL, MANGA E CAJU Clerisvaldo B. Chagas, 17 de dezembro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.628   Natal che...

 

NATAL, MANGA E CAJU

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de dezembro de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.628





 

Natal chegando, tempo de manga e caju em nosso Sertão. Manga nos terrenos mais férteis, caju por todos os lugares, nas planuras e nos elevados do relevo. Vem logo à mente os cajus doces e famosos do povoado Areias Brancas, de Santana do Ipanema, mas as suas variedades amarela e vermelha estão presentes em todos os municípios sertanejos. A manga é encontrada mais nas serras úmidas e conhecidas como Gugi e Poço. As margens do Velho Chico produzem um tipo de manga natural de muita fama, chamada “manga maria”, muito apreciada na região e no estado de Sergipe. Atualmente chega até nós a manga da indústria que sai da irrigação com aquele fim. As marcas que aparecem vão mudando os antigos conceitos sobre o saboroso fruto.

Sobre o caju, ainda encontramos o sistema de assar castanha nas fazendas e periferias. Aquele sistema em colocar o produto numa lata velha, usar fogo de trempe e ficar mexendo com uma vara comprida por causa do respingo do azeite. Mas agora, amigo e amiga, depois que a medicina manda você incluir castanhas na dieta, o preço do litro na feira tornou-se estratosférico. Ê Brasil perdido! Caju se perde pelas fazendas e são fuçados pelos bovinos. Desperdício total. Mas a castanha é exportada a preço de ouro. Nas visitas aos parentes, aquele presentinho que se levava, não se inclui mais a castanha que virou relíquia. Se é castanha do Pará, um real por unidade. Se é de caju, 25, 30 reais o litro. Imaginem agora no Natal por quanto não está a castanha!

Quando os escravos negros chegavam da África, seus donos os obrigavam à quarentena contra o escorbuto sob os cajueiros do litoral. O caju é riquíssimo em vitamina C e dele se faz várias espécies de doces, inclusive doce seco, desidratado. Uma delícia de Maceió. Caju amarelo ou vermelho é uma fruta em que o diabético pode chupar com segurança. Havia um grande plantio de cajueiros no município de Olho d’Água do Casado, coisa rara.  O conjunto inteiro tem propriedades medicinais, inclusive a rapa do tronco ou dos galhos dessa árvore de folha grande que ornamenta o solo ao cair e secar.

Sertão, Natal, manga, caju e castanha, quanta riqueza na terra!

Louvando nossos frutos tropicais.

CAJUS (LOJAS PLANTEI).