BIOMANCIA Clerisvaldo B. Chagas, 7 de março de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.849   Há bastante tempo, base...

 

BIOMANCIA

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.849

 



Há bastante tempo, baseado na sensibilidade espiritualista, inventei, sem notícia de algo semelhante, a Biomancia. Trata-se de uma espécie de tarô doméstico baseado em animais selvagens e criados pelo homem. Cada figura (imagem) de animal representa uma situação, uma letra que, associada a outras imagens juntas, formam então, a frase reveladora do que se quer saber. É um baralho adivinhatório em que cada imagem animal repousa sobre um naipe. Nem mesmo sei porque estou revelando essas ações transcendentais caseira e muito pessoal. Aqui, acolá vamos guiando parceiros, amigos e amigas que se interessam em saber incógnitas da vida. Talvez uma pomba, tipo rolinha azul, na fiação da rua defronte a minha casa, tenha sido o motivo.

As pombas são aves bíblicas e representam a Divino Espírito Santo. No tarô adivinhatório indicam “caminhos abertos”, “siga em frente pelo que você busca”, “êxito total na sua empreitada”. Mesmo sem o uso da Biomancia (cartas de baralho com figuras representativas de animais) o simples avistar de uma rolinha ou o som do seu canto, já lhe revela tudo de bom para as suas pretenções do momento, um sinal verde para seu projeto. E se essas aves persistem em plantão pelos arredores, estão sendo anunciadas coisas boas para você e seus familiares. Na vida não existe coincidência, tudo é medido e pesado pelos grandes arcanos que nos guiam.

E nessa conjuntura o amigo poderia indagar, então, qual seria a representação do tarô doméstico, “Não vá”, “você não terá êxito”, etc., têm vários animais que lhes previne, dependendo da frase formada outros animais juntos. E os mistérios entre o céu e a terra, continuam desafiando os mortais, mas não negam concessões aos que procuram entender. Além disso, é costume das tradições misteriosas, que homem não ensine a outro homem, e sim, homem ensina a mulher que repassa para o homem ou ao contrário. É fácil ou difícil aprender? Tudo depende da vontade. Espero que a Biomancia possa lhe ajudar se algum dia for preciso. Quer saber mais? Faça seu contato por Email.

 

 

 

  O PEIXÃO FEMININO E O PEIXÃO DO RIO Clerisvaldo B. Chagas, 6 de março de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.848 O...

 

O PEIXÃO FEMININO E O PEIXÃO DO RIO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de março de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.848


O rio São Francisco, é belo, extraordinário e surpreendente. Luta contra todas as pancadas e não aceita morrer. Lembramos de uma viagem a cidade de Piranha para comermos uma peixada na beira do caudal e fomos surpreendidos. Isso já foi após a instalação da Usina hidrelétrica do Xingó. Todos reclamavam da escassez de peixes com a construção da usina. Em lugar algum havia peixada até que nos indicaram a residência de uma senhora que sempre servia aos de fora como se fosse uma espécie de quebra-galho. Fomos até lá numa rua central e ladeirosa que dava para o rio. Comemos a tal peixada, mas a senhora avisava que o peixe não era do rio São Francisco e nem de Piranhas, viera de longe. No rio não havia mais peixes. Voltamos tristes com a escassez de proteínas que afeta o ribeirinho.

O tempo passou, o Velho Chico enfrentou crises e mais crises, inclusive em trechos que poderiam ser atravessados a pé.  Vez em quando, as grandes cheias controladas pelas hidrelétricas e as correrias dos ambulantes que se estabelecem nos longos areais com o recuo das águas. Construções de tábuas, de alvenaria, de palhas... Geladeiras, fogões, cadeira e mesas ou descem com as cheias ou são transportadas às pressas para terra firme. O recuo do rio em tempos difíceis, a invasão do mar, salgando tudo e até mesmo a penetração de peixe de oceano pela sua foz, são coisas anotadas nos anais do rio.  Mas agora uma notícia virou manchete e percorreu o Brasil. É que um pescador conseguiu pescar um peixe estranho e maior do que ele nas imediações da cidade de Piranhas.

Naquela época, os homens chamavam de “peixão”, à mulher alta, bem feita, bela e sensual.  E sobre o pescador da cidade de Piranhas, teve muita sorte ao fisgar um peixe maior do que ele, com mais de dois metros.  Trata-se de um bichão chamado Camurupim. Sendo animal de vida oceânica, o danado deve ter entrado pela foz do rio na cidade de Piaçabuçu. E para não falar sobre mentira de pescador, o homem registrou e fotografou o resultado da pesca com seus amigos. Notícia alvissareira que veio logo após a liberação da pesca, presa com a lei da Piracema. Pelo tamanho do troféu, quase que o pescador fisga também uma sereia, isto é, uma “peixona” que bem poderia abrandar sua vista assim como seus óculos escuros. Assim o “peixão” animal e o “peixão” feminino vão fazendo parte da paixão e do imaginário verídico do rio São Francisco.

FOTO PARA ENCURTAR CONVERSA.

 

    O MÊS DA GUERRA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2023. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.847   Início de mar...

 

 

O MÊS DA GUERRA

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2023.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.847

 

Início de março e nenhuma mudança no tempo que se assemelha totalmente a fevereiro. A tênue claridade de um novo dia, começa, a aproximadamente quatro horas e poucos minutos e entra na sua plenitude em torno das seis horas da manhã. O interior das casas continua um pouco escuro, mesmo tendo amanhecido. O céu nublado faz coro no ditado sertanejo: “bonito para chover”, mas não chove. Como já foi dito, imita até agora o mês que passou. Difícil até tomar o Sol da manhãzinha que só vai estar disponível total ou parcial a partir das 8 horas, ocasião em que o leiteiro passa de moto com sua buzina de FNM. E é no pingo das 8 horas que escancaramos o portão da rua onde tudo parece estagnado. Nem um ser humano, nem animal doméstico, nem sequer um inseto. As árvores não se balançam e os pássaros costumeiros sumiram completamente, dos arredores, sequer um urubu dá sinal de vida, apenas os automóveis estacionados são vistos e mais nada., absolutamente nada.

Conforme previsão dos experientes, o ano vai ser de bom inverno para o sertanejo – o que não deixa de ser um bom consolo – mas dizem que as chuvas não serão abundantes. Bom por um lado, preocupa por outro porque se no outono/inverno não se faz água nos reservatórios do sertão, o pós inverno não teria água, para os bichos, a não ser que se antecipe uma boa trovoada, mas é muito melhor viver o hoje do que a perspectiva a longo prazo. Até porque é Nosso Senhor Jesus Cristo quem está no comando e que vê tudo, que sabe de tudo e determina tudo. E assim o mês de março prossegue como início dos trabalhos no Brasil como dizem alguns, porque antes é só mesmo Carnaval. E se é verdade ou não fica no imaginário do internauta.  Aliás, março surgiu em Roma e era o primeiro mês do ano. Significa Martius, o deus romano da guerra. A guerra que estar acontecendo no mundo....

O calendário indica que não estamos tão longe do outono, época em que têm inícios as nossas chuvaradas. E se o Carnaval foi encerrado, vamos para a Quaresma, época de muita meditação para chegarmos à Semana Santa, com mais vigor espiritual. Com religião ou sem religião, a Semana Santa pode levar o trabalhador ao descanso praieiro, às trilhas das chapadas ou a simples rede doméstica que ajuda a repor as energias. Para muitos, o mês de março e o mês de agosto, são psicologicamente os meses mais longos do ano, notável para quem trabalha, para quem aguarda o “trocado” da repartição... Que fazer! É a vez do deus da guerra que apesar da esquisitice dos tempos, poderá trazer para você a vitória sobre o que tanto aguarda.

Deus não dorme!

Quem já viu Deus dormir!

TRISTEZA NAS RUAS (FOTO: B. CHAGAS)