PONTE CÕNEGO BULHÕES Clerisvaldo B. Chagas, 8 de outubro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.122.   A velha p...

 

PONTE CÕNEGO BULHÕES

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.122.

 



A velha ponte de Santana do Ipanema que liga o Comércio ao Bairro Camoxinga, foi construída na gestão do prefeito interventor Firmino Falcão Filho, colocado no cargo pelo, então, governador Silvestre Péricles. Antes, as inúmeras pontes ali encontradas eram de madeira e duravam apenas até a chegada das águas do riacho Camoxinga. Como ponte de concreto ajardinada foi considerda obra-prima da época e custou aos cofres públicos, 200 mil réis. Não sabemos quem deu o título “Ponte Padre Bulhões” e tornou-se conhecida popularmente como “Ponte do Padre”. A ponte foi construída exatamente sobre a foz do riacho, cujo padre morava à sua margem em local alto e seguro.  Infelizmente a casa histórica foi abandonada e demolida e hoje só a conhecemos através de fotografia de B. Chagas, no livro 230.

A parte do meio era mais estreita com passagens de pedestres pelas laterais em baixo relevo. Foi alargada essa parte na gestão municipal Isnaldo Bulhões. A passagens de pedestres, se tornaram apenas uma com alto relevo. Mesmo assim, a ponte continuou sendo um gargalo enorme para o trânsito santanense cada vez mais intenso. Na gestão Genival Tenório teve início a destruição devagar do paisagismo geral da localidade.  Foram destruídos os jardins para dá lugar à ambição por casas comerciais. Santana aguarda que um dia o local receba modificações profundas com muita engenharia que mudaria totalmente o cenário. Até quando a “Ponte do Padre”, resistirá?

O, então, prefeito “Marca Três Efes”, Firmino Falcão Filho, ainda doou o terreno onde foi construído o prédio federal dos Correios e homenageou o prefeito de 1926, com nome de Rua Benedito Melo (Rua Nova). O padre Bulhões tornou-se cônego e não sabemos quando, a ponte passou a ser chamada de “Ponte Cônego Bulhões”. Mas, para o povo continua a denominação popular “Ponte do Padre.

Após a ponte de concreto do prefeito “Nozinho (ô)” o Bairro da Camoxinga, discriminado pela elite,  teve um expansão nunca vista e hoje representa o segundo maior comércio de Santana do Ipanema. E os automóveis que antes passavam pelo riacho sobre o equilíbrio de canoas, passaram a deslizar suavemente pela ponte de concreto de Seu Nozinho.

AUTOMÓVEL EM TRAVESSIA. (FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO, LIVRO 230/ACERVO DO AUTOR).

  PARÓQUIA DE SÃO CRISTÓVÃO Clerisvaldo B. Chagas, 7 de outubro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.121   O mês...

 

PARÓQUIA DE SÃO CRISTÓVÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.121

 



O mês de outubro, um dos mais seco do ano, tem o prazer de apresentar anualmente a tão aguardada Festa de São Cristóvão. A Paróquia de São Cristóvão, foi criada no Bairro Camoxinga, o maior de Santana do Ipanema. A construção da Igreja de São Cristóvão e a fundação da paróquia, estão registradas no livro consulta: “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema, às páginas: 315-316, anotações profundas do padre José Neto França.  A igreja foi ideia de fiéis, bem como sua construção, detalhada pelo padre acima. A Paróquia de São Cristóvão foi inaugurada em 12 de fevereiro de 1964 e instalada dia primeiro de março. Seu primeiro pároco foi o, então, sacerdote Alberto Pereira Santos.  Na Matriz de Senhora Santa Ana, da qual se desmembrou, estava sob o comando do padre Luís Cirilo Silva.

Infelizmente ainda não chegou ao meu conhecimento por aqui, a programação da grande festa do bairro. É costume abrir os festejos com procissão de veículos diversos, automóveis, caminhões, carroças, e cavaleiros aboiadores compostos de vaqueiros agricultores e criadores em louvor ao Santo Padroeiro. Muito prazeroso é participar da procissão do santo, seja em automóvel, caminhão, carroça, moto, bicicleta ou cavalo. Existe um bem-estar profundo que toma todo o corpo do devoto em trânsito. Os cânticos de louvor são um dos pontos altos da festividade religiosa, que inspiram o devoto a abrilhantam o coletivo. O santanense sente muita emoção na abertura da festa.

A movimentação profana toma conta do pátio da Igreja e se estende pelo Largo da Praça da Secretaria de Saúde (antigo Hospital Arsênio Moreira) e mais três ruas onde proliferam barracas de todos os tipos de comidas e bebidas, muita música, passeios e namoros.  E ainda quermesses e animadíssimos leilões A Rua Pedro Brandão, principal do bairro, incensa o ar com o cheiro forte do churrasquinho e tufos localizados da fumaça. Nas imediações da Escola Estadual Ormindo Barros, têm pizzaria na área e cervejas geladas nas barracas mais distantes da Igreja. Essa folia toda acontece após a novena do santo, cuja celebração tem um padre diferente a cada noite e os atrativos de apresentações dos noiteiros.

Viva São Cristóvão, padroeiro dos motoristas!

  MOENDO TRONCHO Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.120   Ainda alcancei u...

 

MOENDO TRONCHO

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.120

 



Ainda alcancei um tempo em que a polícia, quando pegava um ladrão, pelava sua cabeça, colocava um cartaz no peito do infeliz “Eu sou ladrão”. Amarrava-o com uma corda na cintura e saía de rua em rua desfilando com ele que era obrigado a gritar os mesmos dizeres do cartaz. Era década de 60 e ainda não havia esse negócio de direitos humanos, somente a lei da brutalidade e dos mais fortes. Ora, o que acontecia na Cadeia Velha da Rua Antônio Tavares, só Nosso Senhor Jesus Cristo sabia. E quando a Cadeia Velha foi demolida e a delegacia passou a ser no lugar Aterro, trecho urbano da BR-316, os absurdos persistiam. As torturas eram ouvidas pela vizinhança que não deixava de repassar para as demais pessoas. Quanto ao loca de trabalho para a polícia, significava uma evolução enorme, diante da insalubre e finada Cadeia Velha.

O auge da fama da nova Delegacia de Polícia foi a prisão por uns tempos dos famosos homens do gatilho, Valderedo e Floro Novais, visitados por uma multidão dos seus apreciadores.   Foi destaque quando certa feita prendeu enorme quantidade de maconha e, o povo santanense foi convidado a ver dentro e no pátio externos da delegacia, montes de maconha verde e inúmeros sacos abertos de maconha em ponto de uso.  Além da estúpida quantidade da erva, estavam presas algumas pessoas que faziam parte de plantio e de negócio proibido. Pessoas essas, muito conhecidas e queridas da região. Algumas delas foram levadas à capital e se falava, em tortura braba. Inclusive, alguns desistiram do ramo, desmoralizados após a soltura.

A Cadeia Velha, fundada em 1860, após a sua demolição, o terreno foi transformado em casas comerciais e nenhum marco foi deixado da sua existência. Foi Joalheria de luxo, Banco do Brasil e, atualmente continua sendo casa comercial. Só os mais velhos sabem. Era delegacia, cadeia, necrotério e ponto de venda de escravos. Quanto a delegacia do Aterro, foi recebendo vários títulos e, nós que não entendemos dessas coisas de burocracia de polícia e justiça, vamos apenas registrando os fatos principais e históricos da cidade. Seu prédio imponente, passou a ser um dos principais do trecho urbano da BR 316, e atraiu muitos outros empreendimentos na Pancrácio Rocha e suas imediações.

DLEGACIA DE POLÍCIA COM MAIS DE 50 ANOS DE FUNDAÇÃO. (FOTO; B. CHAGAS/ LIVRO 230).