CULTURA, ARTE E HISTÓRIA DE ALAGOAS Clerisvaldo B. Chagas, 25 de maio de 2015 Crônica Nº 1.427 Prédio da Associação. Foto: (A...

CULTURA, ARTE E HISTÓRIA DE ALAGOAS



CULTURA, ARTE E HISTÓRIA DE ALAGOAS
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de maio de 2015
Crônica Nº 1.427


Prédio da Associação. Foto: (Alagoas Memorável).
Diante do imponente prédio da Associação Comercial de Maceió e dos antigos trapiches do Bairro Jaraguá, navegamos na Arte e na História caeté.
Recorrendo ao 10º fascículo dos dez publicados pela Organização Arnon de Mello, com o título “Alagoas; patrimônio arquitetônico”, sem data, página 268, encontramos que o referido prédio foi iniciado em 1923 e teve sua inauguração em 1928. A pomposa construção marcou o auge do movimento econômico naquele bairro portuário. Na íntegra, diz o texto: “Seu porte elegante revela-se na alta escadaria de mármore, nas colunas de capitéis jônicos e coríntios, nas portas e janelas de inspiração neoclássica e no destacado frontão triangular, trazendo no tímpano o escudo da entidade” (...).
“O salão nobre conserva a pintura original executada por José Paulino Albuquerque Lins, com barra superior e medalhões representando cenas campestres de Alagoas. Abriga em seu interior a escultura do deus Mercúrio, originário da antiga Praça Euclides Malta”.
“Destaca-se ainda o acervo mobiliário de seus primórdios e de peças vinculadas às atividades comerciais”.
Outro ângulo do prédio da Associação. Foto: (Alagoas Memorável).
Outros patrimônios arquitetônicos são revelados entre textos e imagens neste mesmo fascículo como trapiches (armazéns), hoje revitalizados e com outras finalidades, fundação Chalita, Museu da Imagem e do Som, Memorial Teotônio Vilela, Museu Théo Brandão, Casa Jorge de Lima, Catedral, Igreja dos Martírios, Igreja de São Gonçalo, ex-Palácio Floriano Peixoto, Teatro Deodoro, Tribunal de Justiça, Biblioteca Pública e Casarão José Lopes.
Os casarões antigos e museus, tombados pelo patrimônio histórico, atraem significativa parcela do turismo global em todos os países do mundo, gerando emprego e renda.
Pesquisadores de áreas afins fazem desse tipo de roteiro uma verdadeira devoção. Procuram seus objetivos tanto nas grandes metrópoles quanto em média e pequenas cidades, perdidos povoados e até mesmo em campos isolados.
Alagoas é riquíssima nas artes e na história.




SAUDADE DO ALTO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2015 Crônica Nº 1.426 Em busca do alto sertão. Foto: (blogdobernard...

SAUDADE DO ALTO SERTÃO



SAUDADE DO ALTO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2015
Crônica Nº 1.426

Em busca do alto sertão. Foto: (blogdobernardino-sertão24horas.
Nos tempos das vacas gordas, fizemos ao contrário dos que buscam as praias. Fomos conhecer algumas cidades do alto sertão alagoano, iniciando por Canapi (fundação em 1962). Rua principal formada por estrada de rodagem, bem ensolarada, plana e simpática, estivemos em um modesto, mas acolhedor hotel e visitamos algumas casas comerciais. Sua quietude era um ótimo convite ao descanso.
Passamos rumo a Inhapi, outra cidade sertaneja que nos surpreendeu pela extensão. Fomos conhecer ali uma fábrica de carros de bois que teimava em resistir ao progresso da cidade fundada em 1962. Coloquei a fábrica no meu romance (inédito) Fazenda Lajeado, quando um dos personagens descreve todas as peças do carro e os tipos de madeiras usadas.
Subimos a ladeira de terra que leva a Mata Grande. Chegamos pela frente e fomos conhecer suas ruas estreitas e calçadas, o comércio, o cinema, a cadeia velha, a igreja e os lugares que botaram Lampião para correr em 1925. Elevada à cidade em 1902, Mata Grande é bastante ladeirosa. Subimos por uma rua larga onde paramos para experimentar torreiro (que torresmo!!) feito na hora, em certa residência. Dali esticamos para o cimo da colina, no final da rua onde havia um engenho rapadureiro. Para nós santanenses, aquilo era grande novidade. A altitude sempre deu condições para o fabrico do mel de engenho e rapadura tornando Mata Grande exportadora desses produtos, primeiramente em lombo de burro. Que tradição gostosa!
Depois de nos deliciarmos com pudim em uma casa de lanche bem cuidada, no centro, fomos conhecer Água Branca, numa das maiores altitudes do estado. Cidade emancipada em 1875 oferecia uma bela paisagem dos arredores onde deslumbramos terras da Bahia e Pernambuco. Conhecemos a igreja de altar folheado a ouro, o casarão da baronesa e gozamos do clima serrano.
Descendo para Delmiro Gouveia, emancipado em 1952, fizemos uma visita à antiga vila operária, ao açude e outros pontos considerados históricos.
Após essa maravilhosa incursão em nosso estado, satisfeitíssimos, retornamos às bases.
Nota: (Talvez entremos em recesso de uns dez dias a partir de segunda, 11).

LAMPIÃO NO SERROTE DA FURNA Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2015 Crônica Nº 1.425 Em 1926, Lampião havia conseguido bons ...

LAMPIÃO NO SERROTE DA FURNA



LAMPIÃO NO SERROTE DA FURNA
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2015
Crônica Nº 1.425

Em 1926, Lampião havia conseguido bons armamentos e falsa patente de capitão, no Juazeiro do Norte. Descobrindo que a patente não valia nada e que a polícia se recusaria a obedecer a bandido, Virgolino desceu para Pernambuco e penetrou em Alagoas virado nas seiscentas pestes! Matou um cabo, fez uma varredura na zona rural de Santana do Ipanema e foi invadir a vila de Olho d’água das Flores no dia 06 de junho de 1926.
Na cidade de Santana do Ipanema, um grupo de civis mais os soldados da Cadeia Velha e os componentes do Tiro de Guerra, passaram a noite numa trincheira de fardos de lã na Rua da Poeira, mas o peste passou ao largo saqueando o campo.
Entre outros lugares visitados pelo salteador, estuprador, ladrão e torturador, o bandido esteve no sítio serrote da Furna. Um grupo do bando chegou à casa de Marinho Rodrigues de Oliveira e encontraram ali  mais o senhor João Alves de Oliveira e toda a família e parentes perto da hora do almoço. Fizeram ameaças aos homens e trancaram-nos em um quarto. Marinho fugiu pelas telhas, deixando um buraco para João Alves passar. Sendo gordo e pesado, João tentava subir quando foi surpreendido pelos bandidos.
Os cabras, com raiva, deixaram as mulheres na sala, junto com os filhos e sobrinhos e reviraram a casa toda em busca de dinheiro, armas, joias, relógios, brincos e anéis... E trouxeram a roupa da família, vestidos, ternos, camisas... Para tocarem fogo em tudo.
Nesse ínterim, entrou o chefe do subgrupo Cajueiro, ordenando que não fizessem nada àquela família. O cangaceiro Craúna quis se exasperar. Cajueiro foi duro e disse que ninguém mexeria com as vítimas. Estavam no impasse Craúna e Cajueiro, quando chega Lampião, e sem tomar conhecimento de nada foi logo dizendo que Cajueiro tinha razão. Craúna engoliu inturido, e mais na frente perguntou por que Lampião dera razão a Cajueiro, sem nem perguntar nada ainda. Ele teria respondido que “toda a vez que vocês estão contra Cajueiro, Cajueiro tem razão”.
Marinho Rodrigues de Oliveira mudou-se com a mulher dona Prazerinha e família para à cidade, tornou-se comerciante no centro e fazendeiro na periferia. Botou a filharada nas escolas e seu filho Clodolfo Rodrigues de Melo tornou-se o primeiro médico santanense a clinicar em Santana do Ipanema.
Lampião era a besta-fera! Já ouviu falar?