DENÚNCIA AO MUNDO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2011
A mostra dos trabalhos nas minas de Potosí faz-nos lembrar dos tempos da escravidão brutal ao povo andino no domínio espanhol. Os homens trabalhavam nas minas infernais, chicoteados e famintos. Emagrecendo e adoecendo, terminavam em farrapos, até serem jogados para morrerem a céu aberto, fora das minas. Um dos infernos do mundo funcionava nos túneis da Cordilheira dos Andes.
Hoje, para o açoite assassino, a televisão mostra regime desumano conduzido pelos próprios irmãos de países vizinhos. O trabalho nas minas é terrível, quando a partir de cinco anos, os pulmões já estão comprometidos, devido ao pó constante e as condições de insalubridade. A média de vida dos novos escravos nacionalistas fica entre trinta e cinco e quarenta e cinco anos de idade. As mulheres sabem muito bem que àquela miséria fazem-nas duas vezes viúvas: de marido vivo e de marido morto precocemente. Elas não têm como fugir daquele ambiente horrível, vendo a desdita estender-se aos seus filhos e choram fundo por dentro e por fora. A luta mineira muito dura, comendo pó de pedras dia e noite, sem um olhar salvador das autoridades, é apenas por um punhado de prata que garanta a refeição do dia. É uma vergonha mundial o que foi denunciado nas minas de Potosí, que deve ter sua réplica em vários outros lúgubres lugares do mundo. E como se diz aqui no Nordeste, é de cortar coração! Até a repórter não resistiu e veio às lágrimas.
Hoje, como antes, na sociedade mineradora havia grande número de homens livres que se dedicavam ao comércio ambulante de pequeno porte, aos ofícios artesanais e ao transporte. Essas pessoas, porém, não conseguiram enriquecer com a mineração nem obter prestígio social.
Assim na economia açucareira, a exploração das minas esteve baseada no trabalho escravo apesar de grande quantidade de homens livres.
Mesmo com algum tipo de progresso no perfil de alguns países latinos, infelizmente ainda existe essa “burca” que aprisiona a alma dos mineiros do Sul e de outras partes do mundo. Isso não deveria estar acontecendo; e o globo inteiro tem que reagir a essa ignomínia, ora denunciada por este autor. Ali se vive os primórdios da humanidade. Muito pior dos que os chamados homens das cavernas. Todos precisam saber dessa DENÚNCIA AO MUNDO.
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