VISITANDO A PRINCESA
Clerisvaldo B.
Chagas, 7 de junho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Levantado com o canto dos pardais e uma garoa
inflexível, fomos ao café costumeiro e energético. E assim procuramos percorrer
a velha estrada construída por Delmiro Gouveia até o agreste de Alagoas. Chuva
normal e constante no asfalto Santana ─ Palmeira dos Índios, vai trazendo
recordações dos tempos em que a estrada era de terra e nem tinha mais como
passar o maquinário. Havia ainda até pouco tempo a antiga linha telegráfica
margeando a rodagem, onde sempre encontrávamos passarinhos encolhidos sobre os
fios. E mesmo antes de nós, podemos imaginar os primeiros caminhões que rodaram
no estado trazendo coco da praia para o Sertão e retornando com cereais do
interior. Transportando passageiros de carona na cabina ou na carroceria,
enfrentando os atoleiros, poeiras ou catabios do estradão sem fim, eram os
primeiros sinais de progresso. As comunicações mais rápidas saiam do telégrafo
que também muito informava aos movimentos das tropas volantes sobre Lampião e
sua caterva. E assim íamos assinalando os lugares por onde o bandido havia
passado, entre Palmeira e Cacimbinhas, sua porta de saída para Pernambuco.
Em Palmeira, com o assunto livro à cabeça fomos
percorrendo a cidade bem movimentada. Ali também recordávamos as inúmeras
passagens que tivemos de enfrentar quando rumo a Pernambuco em busca do Curso
Superior ou preliminares de Arapiraca.
Aproveitamos para umas fotos que precisávamos
para a Geografia, embora duas delas pareçam cabeças de burros enterradas. A cidade
sobre chuva mansa e templo nublado não rebateu a nossa vontade. Assim,
aproveitando o intervalo dos negócios conseguimos as fotos tão desejadas. Elas estão
na Internet, mas são fotos alheias e não nos interessavam. Chegamos até o museu
Xucurus e registramos a máquina do trem, exposta defronte, na praça.
Fotografamos o centro da cidade para a encaixarmos entre as treze cidades
alagoanas que mais se destacam atualmente. E lá na Praça do Açude usamos toda a
nossa perícia para um belo cenário no açude do Goiti. Uma perfeição, coisa de
profissional.
Faltava, porém, o quase inalcançável serrote
do Vento, a três quilômetros de Estrela. Mais uma das outras tentativas
frustradas. Conseguimos com a máquina trazê-lo para a BR-316, mas estava
encoberto pela névoa. Belo, mas não serve ao nosso intento. Fico devendo o serrote
do Vento e o serrote do Cedro, seu vizinho, à parte física da querida matéria.
Espero poder pesquisar mais na “Princesa do
Sertão” do Mestre Graça.
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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2017/06/visitando-princesa.html
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