SANTANA: O
CASO BARRAGEM
Clerisvaldo
B. Chagas, 26 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica
1.701
Leito seco do rio Ipanema. Foto (Clerisvaldo B. Chagas). |
Já
mostramos aqui a importância da açudagem para o semiárido. Foi no início da
segunda metade do século passado quando o Departamento Nacional de Obras Contra
as Secas – DNOCS construiu a chamada Barragem de Santana do Ipanema, Alagoas. O
Departamento aproveitou a construção da rodagem que levaria o nome de BR-316 e
ali na periferia da cidade deixou uma ponte – ainda hoje utilizada. Atualmente
a ponte não oferece segurança para pedestres, possui duas passarelas em relevo
que não passam de 60 centímetros cada e balaústres até o quadril do transeunte.
Os veículos sopram as pessoas que podem cair no vazio em ambos os lados. Sob a
ponte, sete bocas altas garantiam o espelho d’água formado com mais ou menos 01
km de comprimento. Não era titã, mas dava gosta de se vê. Essa barragem iria
ajudar no abastecimento d’água da cidade. Com a chegado da água encanada em
Santana em torno de 20 anos depois, o abandono tomou conta do açude.
Hoje a barragem
nada mais sustenta, acha-se assoreada. A partir da sua construção formou-se o
Bairro Barragem que se expandiu e deu origem a outro bairro por trás chamado
Clima Bom. A pobreza impera em ambos.
Apesar
de um amigo nosso está sempre reclamando das barragens de Pernambuco no leito
do rio Ipanema, fica aqui a nossa defesa em favor dos pernambucanos. O tempo
enorme com falta de cheias no Ipanema alagoano, foi devido as mudanças
climáticas e não em decorrência dos reservatórios do estado do norte. A prova
está aí, o rio Ipanema com muita água no lado de Alagoas. Por outro lado, fomos nós santanenses que
desprezamos a barragem feita pelo DNOCS, permitindo que a mesma chegasse ao
ponto em que ora se encontra. Reclamar de quê? Assim está desprezado também o
Açude do Bode construído pelo mesmo Departamento e com as mesmas finalidades,
no lado oposto periférico.
A
priori, O trecho do rio Ipanema que vai da Barragem à “ponte dos canos”, trecho
urbano, recebe das casas marginais imediatas, todos os dejetos, pois elas despejam
diretamente no rio. Na Ponte Padre Bulhões o rio Ipanema completa essa carga
nojenta com os outros dejetos das casas que margeiam o riacho Camoxinga que
também não possuem banheiro.
As sucessivas gestões municipais
nunca fizeram um projeto para construções de fossas nas casas da pobreza para despoluir
o rio Ipanema. E ainda dizem como deboche: EU AMO SANTANA.
Sem
essas providências ou as da CASAL que não consegue sanear a cidade, não tem
AGRIPA, nem IMA, nem IBAMA do diabo que dê jeito no trecho urbano do rio
Ipanema.
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