O BACURAU
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de
outubro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.751
ANTIGA ESCOLA BACURAU. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas). |
Nós
santanenses estamos dentro dos 79 anos em que foi construído o prédio do Bacurau, na Rua e Bairro São Pedro. Numa
situação política difícil em que o País estava passando, ainda vivíamos na
série infindável de interventores. Nessa época funcionava a escola particular
Colégio Santanense, na Rua Nova, quando em 1938 foi inaugurado o Grupo Escolar
Padre Francisco Correia no Bairro Monumento. Essa foi a primeira escola pública
grande em Santana para funcionar com o Curso Primário. Mesmo assim escolinhas
particulares funcionando em residências continuaram atuando. Entre 1937-38
surgiu, então, o prédio na Rua e Bairro São Pedro, com o nome “Escola Batista
Accioly” com a finalidade de matricular adultos trabalhadores para o estudo
noturno.
Ainda
no mesmo ano de 1938, no dia 28 de julho, tomava posse como
interventor/prefeito o senhor Pedro Gaia, vindo de Palmeira dos Índios. Durante
a comemoração de posse chegou a notícia, através de telegrama vindo de
Piranhas, da morte de Lampião, Marias Bonita e mais nove sequazes. No dia 30 de
julho, à tarde, as cabeças dos cangaceiros mortos chegaram a Santana quando
houve desfile de tropas do batalhão, feriado e exposição das cabeças dos
bandidos nos degraus da igrejinha do Monumento. O prefeito e interventor Pedro
Gaia foi o mesmo que reformou a prefeitura e abriu a estrada Santana – Águas
Belas. Como o prefeito anterior governou até a metade de 1938, não se sabe quem
construiu o prédio da Rua São Pedro, ou Joaquim Ferreira da Silva ou Pedro
Rodrigues Gaia.
Finalmente
a Escola Batista Accioly funcionou com o apelido de “Bacurau” apenas porque
funcionava à noite. Claro que o apelido tornou-se pejorativo, mas escrevemos
com orgulho os lugares batizados pelo povo. O Bacurau passou muito tempo ocioso
e outros com atividades passageiras até que foi transformado em biblioteca
pública de bairro e que leva o nome da professora Adercina Limeira. Trata-se de
apenas um salão. A última vez em que ali estive foi para ministrar uma palestra
sobre a História de Santana e do Bairro São Pedro. Impressionou-me a
luminosidade natural que entra por todos os lados. Foi muita emoção falar sobre
o Bairro São Pedro, a professora Adercina Limeira, muito amiga da minha mãe,
professora Helena Braga, rever a riqueza cultural do Bairro hoje esquecido e
repassar a nossa história para as gerações dos pequenos.
Já
fui aluno ali em curso particular preparatório para o Ginásio Santana.
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