HOTÉIS NO SERTÃO DE ALAGOAS
Clerisvaldo B.
Chagas, 13 de outubro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.758
HOTEL CENTRAL. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas). |
O
sistema de hospedagem é bastante antigo na história universal. Representa a
maneira pensada e agradável de receber pessoas de outros lugares com
eficiência, respeito e agrado. É navegando pelas fotos antigas, dialogando, rindo
e chorando pelo pretérito que a lembrança medra. Assim revemos o nosso sertão
velho de guerra que mesmo em passado de mais de uma centena de anos, já era
versado na arte de hospedar. Claro que o conforto era de acordo com a época e
do desdobramento do hospedeiro. Em todas as cidades do Sertão alagoano, sempre
havia pelo menos um pequeno hotel ou a chamada “pensão” que representava uma
espécie de segunda classe do hotel.
Em
Santana do Ipanema, representando todo o semiárido, alcançamos ainda alguns
hotéis nos moldes tradicionais. O mais antigo às nossas lembranças é o hotel,
cujo nome não lembramos. Funcionava no casario da Rua Barão do Rio Branco,
perto ou talvez no lugar onde foi construído o prédio do Cine Alvorada. Pertencia a Maria Sabão. Posteriormente,
Maria Sabão mudou-se para o até hoje denominado “Casarão da Esquina” com o
Hotel Central (talvez com o mesmo nome do anterior) e que atravessou décadas,
como o mais procurado da cidade.
Depois,
funcionando pela ordem, veio primeiro o “Hotel Santanense”, no Bairro
Monumento, apontado também como o hotel de Dona Beatriz. Mais à frente mudou de
dono, até fechar. Ainda no Bairro Monumento, defronte os Correios, foi
instalado o “Hotel Avenida”, cujo proprietário era o senhor Leuzinger Melo.
Como era uma pessoa excêntrica, várias anedotas verdadeiras foram contadas
sobre o dia a dia de Leuzinger e seus hóspedes. Ainda no Bairro Monumento, por
trás do banco do Brasil, funcionava o hotel de Maria Valério e, no Bairro
Camoxinga, uma hospedaria no edifício da Churrascaria Maracanã, pertencente ao
chamado “Seu Neguinho”. Havia ainda nas imediações do quadro da feira, a pensão
de Dona Rosa. Falar nisso, um
caixeiro-viajante que sempre se hospedava ali, gostava de expor à
pensão:
“Seu Mané
Como é que pode
Seu Mané
Como é que pode
Na pensão de
Dona Rosa
Só tem bode
Só tem bode”.
Na
penúltima fase, para substituição de todos os hotéis que fecharam, surgiram em
Santana as pousadas espalhadas por diversos lugares. Finalmente volta à moda
dos hotéis, desta feita com um quatro estrelas representando o que há de mais
moderno em hospedagem, no Bairro São Vicente.
Até
o sono chegou, vamos guardar o amontoado de fotos.
Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2017/10/hoteis-no-sertao-de-alagoas.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário