ARTESÃOS SERTANEJOS
Clerisvaldo B.
Chagas, 5 de outubro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.752
FOTO DIVULGAÇÃO |
Temos
visto coisas incríveis dos nossos artesãos alagoanos. Alguns se tornaram
famosos e são os que mais ocupam o espaço de noticiários oficiais. Muitos ainda
continuam no anonimato, embora as diversas organizações tenham melhorado em
muito a visibilidade dos nossos artistas. A maioria trabalha especificamente
com apenas uma matéria dominante e outros são versáteis. A estátua do jumento
em Santana do Ipanema e a sereia na praia de Pajuçara atestaram competência e
criatividade dos nossos escultores com obras maiores. Devido aos diversos tipos
de produtos encontrados atualmente no mercado, fica mais fácil enxertar o sonho
à realidade. O Sertão precisa reconhecer em monumentos os heróis anônimos no
progresso regional.
Assim
Santana do Ipanema tem condições de produzir estátuas através dos seus
artesãos, representando os tipos regionais que ergueram à cidade. Entre eles
está o vaqueiro, o almocreve, o carreiro, o tirador de leite, o canoeiro, o
oleiro e até o banhista representando todos os santanenses quando do Poço dos
Homens, do Juá e da Barragem. Foram eles heróis que ergueram a minha terra: O
vaqueiro e o tirador de leite representam os sustentáculos das fazendas; o
almocreve e o carreiro exportavam e importavam as mercadorias garantindo o
abastecimento, encurtando e alargando estradas; o canoeiro serviu à cidade nos
momentos mais difíceis das cheias do Ipanema; o oleiro foi quem ergueu a cidade
fabricando telhas e tijolos no Minuíno (três olarias grandes e várias
pequenas); e o banhista como homenagem a todos que viveram à época dos banhos e
das praias do rio.
Se
gritarem pelos artesãos locais, eles atenderão o chamado. E um conjunto de sete
estátuas erguidas todas em um só lugar, digno e protegido, com boa iluminação e
ajardinado, identificadas e com breves históricos, tornar-se-ia ponto turístico
de alto valor. Essa ideia não é de agora. Mas agora pode ser o momento de
realização para ornar e valorizar a história do município. Uma parceria entre
empresários e poder público seria uma solução e oportunidade para os artistas
regionais. Quanto ao tipo de material utilizado nas estátuas, os próprios
artesãos estudariam o melhor para a resistência às intempéries.
Estão
lembrados da ideia que demos da construção de uma Senhora Santa Ana com 30
metros de altura em jardim especial no serrote do Cruzeiro? Pense na homenagem,
atração turística e a circulação de dinheiro no município! Infelizmente em
todos os lugares tem também os que somente puxam para baixo.
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