quarta-feira, 4 de outubro de 2017

ARTESÃOS SERTANEJOS

ARTESÃOS SERTANEJOS
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de outubro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.752

FOTO DIVULGAÇÃO
Temos visto coisas incríveis dos nossos artesãos alagoanos. Alguns se tornaram famosos e são os que mais ocupam o espaço de noticiários oficiais. Muitos ainda continuam no anonimato, embora as diversas organizações tenham melhorado em muito a visibilidade dos nossos artistas. A maioria trabalha especificamente com apenas uma matéria dominante e outros são versáteis. A estátua do jumento em Santana do Ipanema e a sereia na praia de Pajuçara atestaram competência e criatividade dos nossos escultores com obras maiores. Devido aos diversos tipos de produtos encontrados atualmente no mercado, fica mais fácil enxertar o sonho à realidade. O Sertão precisa reconhecer em monumentos os heróis anônimos no progresso regional.
Assim Santana do Ipanema tem condições de produzir estátuas através dos seus artesãos, representando os tipos regionais que ergueram à cidade. Entre eles está o vaqueiro, o almocreve, o carreiro, o tirador de leite, o canoeiro, o oleiro e até o banhista representando todos os santanenses quando do Poço dos Homens, do Juá e da Barragem. Foram eles heróis que ergueram a minha terra: O vaqueiro e o tirador de leite representam os sustentáculos das fazendas; o almocreve e o carreiro exportavam e importavam as mercadorias garantindo o abastecimento, encurtando e alargando estradas; o canoeiro serviu à cidade nos momentos mais difíceis das cheias do Ipanema; o oleiro foi quem ergueu a cidade fabricando telhas e tijolos no Minuíno (três olarias grandes e várias pequenas); e o banhista como homenagem a todos que viveram à época dos banhos e das praias do rio.
Se gritarem pelos artesãos locais, eles atenderão o chamado. E um conjunto de sete estátuas erguidas todas em um só lugar, digno e protegido, com boa iluminação e ajardinado, identificadas e com breves históricos, tornar-se-ia ponto turístico de alto valor. Essa ideia não é de agora. Mas agora pode ser o momento de realização para ornar e valorizar a história do município. Uma parceria entre empresários e poder público seria uma solução e oportunidade para os artistas regionais. Quanto ao tipo de material utilizado nas estátuas, os próprios artesãos estudariam o melhor para a resistência às intempéries.

Estão lembrados da ideia que demos da construção de uma Senhora Santa Ana com 30 metros de altura em jardim especial no serrote do Cruzeiro? Pense na homenagem, atração turística e a circulação de dinheiro no município! Infelizmente em todos os lugares tem também os que somente puxam para baixo.

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