CHAPÉU, CHAPEUZINHO,
CHAPELÃO
Clerisvaldo
B. Chagas, 23 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.185
CHAPÉU DE COURO. FOTO/DIVULGAÇÃO |
Numa sociedade do
couro onde proliferava a caatinga, havia a necessidade do uso de um chapéu
forte. Assim, o vaqueiro, o carreiro e o tirador de leite, sempre usaram o
chapéu de couro no cotidiano. Ele fica velho, mas nunca tem fim. Protegia e
protege o homem contra espinhos e garranchos da vegetação agressiva,
principalmente o vaqueiro. No geral, todos usavam chapéus contra o sol robusto
do Sertão. O uso do chapéu de palha (do coqueiro ouricuri) acontecia mais entre
os agricultores, os que trabalhavam com a enxada e instrumentos similares. É
leve, não esquenta em situação alguma, mas não dura muito em época de chuvas.
Já o chapéu de couro, era mais sofisticado quando feito de couro de veado,
assim como algumas alpercatas, couro nobre e macio. Extinto o bicho, o couro do
bode ocupou o seu lugar.
A classe média do
Sertão e os coronéis usavam o chapéu de baeta ou de massa. As abas enormes pertenciam
aos coronéis e aos ciganos que percorriam os sertões. As abas menores e curtas
eram usadas pela classe média. Raramente se avistava um boné. Este pareceu
surgir com o automóvel, quando o sertanejo dizia: “homem de boné, ou é corno ou
chofer”. Os chapéus de palha eram vendidos nas feiras, amontoados no chão. Os
chapéus de massa, nas lojas das cidades, vilas e povoados. Quanto ao chapéu de
couro podia ser encontrado nas feiras ou feitos de encomenda pelos inúmeros
artesãos de sítios e povoados. Nem faltava o couro nem a palha, matérias
abundantes na região. Os modelos de chapéu de couro, ainda hoje variam de
acordo com o estado de origem.
Os chapéus de couro
dos cangaceiros foram uma evolução e modismo do cangaço com: aumento de tamanho
das abas e enfeites diversos. A confecção era praticamente a mesma, sempre
encomendada a grandes mestres do couro. Nem todo cangaceiro, usava o típico
chapéu do cangaço. São várias as fotos apresentadas com chapéus comuns de
vaqueiro, abas curtas, pelos bandidos. O chapéu cangaceiro elevava a estima do
usuário e metia medo na população desarvorada.
Quanto à compra do
chapéu na feira, não existe número. É como na casa do chinês, deu na cabeça,
leva.
E o sujeito sai todo
ancho, peito erguido feito pavão, de chapéu novo.
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