“DE GANSO A PATO”
Clerisvaldo
B. Chagas, 18 de novembro de 2019
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Nos tempos
lampionescos, o município de Santana do Ipanema, no Sertão alagoano, possuía,
então, a maior área territorial do estado. Com o tempo houve um modismo
político de separações de arruados, povoados, vilas e distritos, na base do
“depois você me apoia para prefeito, deputado ou governador”. Na realidade, um
conchavo separatista. Por outro lado, era mesmo muito difícil administrar território
tão extenso, sem recursos. Assim, a partir de 1953, o município de Santana do
Ipanema começou a perder valiosas fatias que atualmente representam cidades.
Primeiro ficamos sem Olho d’Água das Flores, em dezembro de
1953. Em seguida veio à emancipação de
Poço das Trincheiras em julho de 1958. Ainda dentro da era 50, houve a
separação de Maravilha e Olivença, em 1959. Na década de 60,
julho de 1960, com terras cedidas por Major Izidoro e Santana do Ipanema, nasce
a cidade de Dois Riachos. Ainda
nessa década, tivemos a emancipação de Carneiros
e Ouro Branco, 1962. E, finalmente,
entra como novo município Senador Rui Palmeira, em janeiro de 1983.
Todas as separadas
trabalharam e progrediram, possuindo cada, mais de 10.000 habitantes. Somente
Carneiros, tem um pouco mais de 9.000. A média está entre 10 e 11 mil
habitantes, porém Olho d’Água das Flores possui mais de 21.000.
Isto quer dizer que
se a loucura lá em cima passasse nenhum município filho de Santana do Ipanema
seria rebaixado.
Aliás, no Sertão de
Alagoas somente seria atingida a pequena, ensolarada e charmosa Palestina,
situada entre Olho d’Águas das Flores e Pão de Açúcar, banhada pelo riacho do
Farias.
Difícil construir,
fácil demolir. Um clamor!!!
Qual o ganso que
deseja virar pato?
Tá doido, sô.
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