A
MORTE DA RODOVIÁRIA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de setembro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.105
Após muita luta da sociedade santanense, foi
construída e inaugurada a Estação Rodoviária de Santana do Ipanema, em 13 de
março de 1976; era uma das grandes conquistas da “Rainha do Sertão”. O local,
muito agradável que até de mirante servia, ali na Avenida Dr. Otávio Cabral, no
Bairro Monumento. Os ônibus que circulavam na linha Santana/Capital e
vice-versa, finalmente puderam através da nova rodoviária, melhorar conforto,
segurança e organização no transporte intermunicipal. Mas, como as
reinvindicações demoraram muito a chegar, a Estação Rodoviária, quase não pega
mais ônibus nenhum, pois começara a decadência dos grandes carros de transporte
e a modalidade VAN, começa a tomar conta de todo o Brasil e o estado de
Alagoas.
A estação, abandonada pelo estado e sem o grito
municipal, entrou em ruínas. Tudo se foi acabando aos poucos: cadeiras de
passageiros, bancos de bagagens, tento desgastado, fios pendurados, árvores da
frente entregues à própria sorte. Ficou apenas um pequeno pega-bebo de cunho
particular. Mais tarde, nem vaso sanitário, nem letreiro na fachada, nem
energia no letreiro, nem vidro protetor. A marginalidade começou a rondar o
prédio. Um ou dois ônibus perdidos no Sertão não encontraram mais apoio e, as
VANS, estacionadas por tempo mínimo passou a utilizar a sombra maltratada das
árvores defronte ou o meio da rua como ponto. Quem se aventura andar ainda por
ali, é com “um olho no gato, outro no prato”, isto é, um olho no solo o outro
no teto com medo do desabamento.
Até quando a Estação Rodoviária de Santana do
Ipanema vai permanecer se diluindo até a última pá de cal? Estamos ainda
aguardando, talvez sem esperanças, uma reforma boa, valorosa onde os novos
veículos possam atender as básicas necessidades de condutores e passageiros que
pagam seus impostos e precisam manter a dignidade em trânsito. Poderia indagar
novamente quando é que o povo santanense será respeitado? Não se admite mais
ali no bairro Monumento, área nobre da cidade, um monstrengo assombrando
passageiros desinformados, inseguros e receosos. Venha senhor, governador, se
servir da Rodoviária que se encontra em suas mãos. Como o senhor faria numa dor
de barriga braba na hora de uma visita à estação?
RODOVIÁRIA EM 2013 (FOTO: LIVRO 230/ B. CHAGAS).
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