domingo, 13 de julho de 2025

 

MARCELON

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de julho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.267



 

Interessante a questão levantada pelo primo escritor João Neto Chagas: “Como seu Marcelon conseguia fazer picolés e sorvetes sem energia municipal?” Bem, para quem não sabe, em Santana do Ipanema, no início da Rua Nova, salão comprido de esquina, sorveteria do senhor Marcelon; bem defronte a Pracinha Emílio de Maia. Deve ter sido um período da década de 50 e 60.  Como criança e adolescente, sempre pedia picolé, sorvete e salada de frutas, produtos fabricados naquele lugar. Não me recordo das feições do dono e nem possível nome do estabelecimento. Recordo as feições do segundo dono: José Ricardo Sobrinho. Mas digo ao primo velho, meu contemporâneo, juntamente com outro escritor, Luís Antônio, o Capiá, que havia um reservado e eu já havia entrado algumas vezes ali, onde sempre havia um barulhozinho, quase permanente de máquinas trabalhando; barulho esse semelhante à de motor de geladeira, de ar-condicionado, por aí assim, ouvido por nós até ao passar pela calçada da sorveteria no lugar mais próximo do reservado.

Ora, então é claro que o homem já possuía motor particular apropriado. É parecido com o caso Maneca. A geladeira do café/bar do Maneca era uma das poucas da cidade, mas já havia energia  na urbe e muitos elogios à qualidade da geladeira do homem que vendia o gostoso vinho marca “Raposa”. Sim João, o assunto talvez só interesse aos santanenses, mas não deixa de ser acontecimento do passado em todo o interior.

O filho de Marcelon, chamado Tonho Marcelon (Antônio Honorato) tinha um bar no térreo do Hotel Central de Maria Sabão. Era o “Point” da elite da época. Tonho era um dos maiores enxadristas de Santana e o maior chradista. Um esporte em voga: matar charadas. Se bem que o maior enxadrista mesmo de Santana fosse o Brás que morava na Rua Tertuliano Nepomuceno e trabalhava na “Sapataria Ideal” do Sr. Marinheiro Amaral. De qualquer maneira, temos um miolo da história santanense e as periferias que complementam a riqueza cultural da nossa gente. Ora, se formos descobrir outras coisas, o Gilson Saraiva (Gilson Alfaiate, era o melhor jogador de “Damas” da cidade, embora eu fosse muito bom. Por hoje é só. Fica aqui o convite aos escritores contemporâneos João Neto Chagas e o Capiá, para darmos um passeio pelo cenário real de hoje, inspirador no passado do meu recente romance AREIA GROSSA, ainda inédito. Beijos no coração

PRACINHA DA VIZINHANÇA DA SORVETERIA (FOTO:DOMÍNIO PÚBLICO, ARQUIVO B.CHAGAS/LIVRO 230) .


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