PORRÃO
– PURRÃO
Clerisvaldo B. Chagas 9 de julho de 2025
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.263
Mas
menino! Não é que encontrei no dicionário a palavra Porrão! É que estava vendo
algumas panelas de barro e fui transportado para o meu tempo de criança e
adolescente quando via os adultos comprando na feira, panelas de barro, potes,
jarras e porrões. Brinquedos de barro, pratos, panelas, cuscuzeiras, potes,
jarras e porrões, eram vendidos, mas será que um jovem ou uma jovem sabe o que
significa “porrão” (porrão, sem safadeza) que se pronunciava “purrão”? Pois bem,
o pote de barro era bojudo e baixinho para carregar e armazenar água. Esse todo
mundo conhece. A jarra, era semelhante ao pote, porém, muito maior três ou
quatro vezes. E “porrão”, com a pronúncia “pu”, era a mesma jarra, porém, maior
e mais bojuda. Cabia mais água que para passar à semana fazia grande diferença.
Tudo era abastecido com água do Ipanema ou do Panema.
Vejo
o adulto comprando o porrão na feira, batendo com os nós dos dedos na parte
bojuda, experimentando o objeto. Vejo o botador d’água despejando sua ancoreta
no porrão com a boca de filtro improvisado, de pano. Ouço a rãzinha rapa-rapa
cantar por trás do porrão e a matuta dizer: “Escute, vai chover”. Vejo o senhor
Filemon, fazendo feijoadas em pratos de barro, contratado pela sociedade. E por
fim, vejo a feira das panelas após o “Beco do Mercado” e sua mudança para outro
ponto, muito mais acima, na feira. Revejo a visita que fiz com meus alunos às
fabricantes de panelas, no povoado Alto do Tamanduá, em Poço das Trincheiras
Querem
pesquisar o tema, este é o começo.
Não
precisa registrar a EMOÇÃO.
Porrão
(foto: Pinterest).
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