segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOMBRINHAS

SOMBRINHAS
(Clerisvaldo B. Chagas, 10 de agosto de 2010)

     Vou conversando sob o sol forte da capital. Os assuntos são vários, mas de repente entro na matéria sombrinha. Nunca mais havia visto mulheres de sombrinhas. Será que elas não usam, em Maceió? A pessoa me explica isso e aquilo, mas não fica bem clara a ausência do objeto nas ruas. Talvez para me contrariar, encontramos na esquina uma senhorita portando uma. Ficamos admirados e alegres com a prova repentina. Não resisto, paro a mulher e falo da conversa que eu vinha puxando. Ela ri. Fica feliz por ter sido parada por desconhecidos para trocar gentilezas. Diz que gosta de usar aquela armação, novamente ri e vai em frente. Vejo elegância intransferível na mulher que usa bolsa a tiracolo, suspensa ao ombro, ou a sombrinha aberta, protetora do sol e da chuva. Toda mulher fica elegante ao usar bolsa; toda mulher é bonita usando sombrinha. São duas coisas completamente desiguais do sapato alto que tanto classifica o bom gosto quanto ressalta o ridículo. Depende da pessoa e das circunstâncias. 
    Ninguém se arrisca a dizer quando surgiu a sombrinha. É certo, contudo, que a arte registra a sua existência no Egito, China e Pérsia. No Egito as sombrinhas serviam ao faraó com uma serva encarregada dessa tarefa. Depois o seu uso passou a Grécia e Itália servindo aos dirigentes também com sentidos simbólicos. Para eles havia uma relação entre o arco celeste e a soberania. De qualquer maneira, a sombrinha, primeiro funcionou para as classes altas entre gregos e romanos. Somente veio a se popularizar na Europa, durante a Renascença Italiana. Mesmo assim já havia se tornado comum durante todo o decorrer do império romano. A França propagou o seu uso no século XVII e, a vizinha Inglaterra, a partir do século seguinte.
     Vendi muitas sombrinhas, guarda-chuvas, chapéus, capotes e lonas. Inclusive vejo nos caminhões de hoje as lonas com a mesma marca de quando eu as vendia. Será que ainda vou conhecer a fábrica de lonas “Locomotiva”? Os panos das sombrinhas raramente vinham com estampas. Eram lisos de variadas cores e cabos curvos. Como havia ainda poucos automóveis, as mulheres usavam e abusavam do seu uso, tanto no período chuvoso quanto na estiagem. Era um prazer pegar uma carona na sombrinha, como meio de conquista. Lembro de dois consertadores desses guarda-sóis femininos da minha terra: Josefina, a “Zifina”, avó do escritor Oscar Silva e o Salvino, que morava numa rua transversal a São Paulo, Bairro São Pedro. Ambas as pessoas eram funileiras, também chamadas no Sertão de flandreleiras. Pela sua atividade, Salvino ganhou o apelido de “Sombrinha”. As sombrinhas foram surgindo depois com os cabos sem curvaturas, evoluindo até embuti-los. Fora os raros consertadores fixos, apareciam nas ruas, de vez em quando, consertadores de fora que passavam anunciando a arte, assim como os amoladores (imortalizados por Jackson do Pandeiro). Houve uma queda no uso das sombrinhas que ressurgiram décadas atrás com belíssimas estampas como gostam as japonesas. Novamente o seu uso parece rarear. Venturosos os guarda-chuvas que encontraram suas SOMBRINHAS.


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/08/sombrinhas.html

domingo, 8 de agosto de 2010

PAZ NA AMÉRICA DO SUL

PAZ NA AMÉRICA DO SUL
(Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2010)
     As propostas de criação do MERCOSUL vão além de uma singela troca de mercadorias. Além de representar profundas ações que mexem com o social dos quatro países envolvidos, vislumbra um futuro próspero. Guerra significa desastre. Os conflitos do passado entre essas nações mostraram apenas a face negativa desse mundo repleto de ilusões. Com seus erros e acertos o Comércio do Sul, vai integrando de várias maneiras as quatro nações, deixando para trás os erros absurdos de outrora. Essa união que vai se aperfeiçoando com o intercâmbio, sem dúvida reflete sobre os outros vizinhos que não fazem parte do bloco. É certo, porém, que de vez em quando surge um desavisado que não consegue se libertar das fantasias de domínio. Representa perigo e barulho quando chega ao poder, agindo no retrocesso da sua pátria. No todo, a América do Sul vai aprendendo que o progresso acima da ignorância, prepotência, arrogância e miséria é o único embaixador da estabilidade social.
     Esperamos novos tempos de paz e prosperidade para a Colômbia e seus vizinhos. Pesa muito o equilíbrio de um dirigente em país como a Colômbia, pelo seu tamanho, posição estratégica e vontade de ascender. A Colômbia faz fronteira com Brasil, Venezuela, Peru e Equador. Suas terras são banhadas pelo Oceano Pacífico e pelo Mar das Caraíbas, representando a terceira força da economia sul-americana. Com a capital Bogotá, sua língua oficial é o Castelhano e sua população representa cerca de 47 milhões de habitantes. Não é pouca a sua dificuldade por causa da produção de maconha que aparece em primeiro lugar no mundo. Seguem-se a cultura da coca e a grande produção de cocaína. Mas nem só desses produtos fora de lei vive a Colômbia. Ela é rica em elementos naturais como petróleo, carvão, ouro e esmeraldas, além de uma agricultura que produz café (segundo produtor mundial) e cana-de-açúcar. Entra no seu desenvolvimento ainda o couro, produtos têxteis e químicos.
     A posse do novo presidente, no último sábado (7), senhor Juan Manuel Santos, já chamado pela Imprensa de Santos, traz esperanças de soluções internas para os conflitos com as FARC e, externas de boas relações com a vizinhança, notadamente com Venezuela e Equador. Nós todos da América do Sul precisamos de uma Colômbia pacificada e dinâmica para ser importantíssimo ponto de equilíbrio e solidez regional. Muitos brasileiros estudam e fazem a vida nesse país irmão, enquanto milhares de colombianos ─ muitos deles imigrantes ilegais, ainda ─ trabalham em inúmeras atividades no Brasil. Almejamos, dentro da boa vontade dos homens, que o novo presidente, substituto de Álvaro Uribe, faça um governo repleto de êxito para a felicidade do seu povo. Esperamos que após a solução do problema FARC, não exista mais motivo para a continuação de bases americanas no Sul, um desconforto que o senhor Santos terá que resolver. O Dia dos Pais merece notícias agradáveis oriundas de qualquer parte do Planeta. O melhor presente, sem dúvida alguma, é a harmonia entre nações. Compreensão ao mundo, particularmente, PAZ NA AMÉRICA DO SUL.




Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/08/paz-na-america-do-sul.html