terça-feira, 17 de maio de 2011

AVE CÉSAR

AVE CÉSAR
(Clerisvaldo B. Chagas, 18 de maio de 2011).

          Maracanã é termo relativo a várias aves psitaciformes que habitam desde o Maranhão ao sul do Brasil. Entre essas aves que chamam atenção pelo verde intenso da sua plumagem, está a Propyrrhura maracana, cuja beleza é muita apreciada e vive entre trinta e quarenta anos. Como outras aves brasileiras, vai mudando o nome conforme as regiões desse imenso país. O tipo de periquito é um dos mais atraentes também para contrabandistas que tentam levá-lo para Europa nas piores condições possíveis. Como o verde tem destaque especial em nossa bandeira, a Propyrrhura parece representar bem o Brasil, sendo ligada imediatamente a nossa flâmula. Assim, a designação do maior estádio do mundo, situado na área da ave apresentada, parece não causar nenhuma surpresa na importante justiça da homenagem.
          A velha praça de esportes do Rio de Janeiro, desgastada pelo tempo, sempre representou o futebol mundial como símbolo físico maior. Levado àquele estádio na década de setenta, pelo primo santanense médico Stênio Chagas Duarte, irmão do também saudoso vereador Tácio Chagas Duarte, pudemos contemplar a grandeza que representa o Maracanã, tanto na parte física quanto na sua simbologia. Aquela noite onde milhares de pontos luminosos (cigarros) ornavam as arquibancadas, o empate em 2 X 2 entre Brasil e Alemanha, os urros da torcida brasileira, deixaram a impressão de um mundo surrealista na apreciação do colosso carioca. Só quem conhece de perto o poderoso estádio sabe quanto é forte o nome do pequeno papagaio maracanã.
          Recentemente, após uma polêmica enorme em torno do seu nome, da sua velhice, da sua demência, houve até quem propusesse a sua demolição simples e radical. Outra ideia um pouco mais nobre propunha transformar o gigante em museu para funcionar como atração turística. Todas as saídas apresentadas sempre esbarravam na parte financeira para qualquer projeto que visasse alimentar o titã de concreto. Finalmente, para a nossa satisfação e orgulho nacional, é mostrada ao público a maqueta e escrito todos os detalhes de revigoramento do pai de todos os estádios do planeta. É impressionante como o velhinho está no forno para sair novinho, novinho que só cédulas de cem. Será novamente, comadre, o mais moderno do mundo e com capacidade para oitenta mil torcedores. Estou com tudo aqui, virtualmente diante de mim. Bonito que só uma noiva na igreja! Impressionam também os detalhes da obra orçada em menos de um bilhão e que por certo contam pontos importantes para a engenharia brasileira.
          Agora a velha ave maracana vai poder fazer zoada à vontade. Uma verdadeira ressurreição em vida. Quando a ciência fará assim também conosco, os idosos do país? AVE CÉSAR.


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segunda-feira, 16 de maio de 2011

ASSIM É COVARDIA

ASSIM É COVARDIA
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio de 2011).

          O Quênia, simpático país africano tem dado ao mundo uma paisagem deslumbrante na parte física do país. Uma nação que luta constantemente para matar a fome do seu povo, atrai turistas de todos os recantos para mostrar as suas belezas naturais. Mas, assim como o Brasil passou o ser o planeta Bola, o Quênia também chegou a ser o reino Corrida. Essa nação africana adquiriu bastante respeito quando começou e continuou a ganhar inúmeras corridas de rua em todos os recantos do globo. Seus simpáticos atletas compridos, magros e negros, desafiam todas as cores com suas pernas compridas e velozes. Basta haver um maratonista queniano, masculino ou feminino, em competições internacionais para que o brilho do atletismo garanta sucesso absoluto. Muitas vezes eles nos humilham no Brasil, mas a simplicidade e simpatia dessas pessoas maravilhosas, mesmo assim, são motivos de nosso respeito e admiração.
          Samuel Wanjiru, maratonista queniano, ouro em Pequim, acaba de falecer. Morreu ao cair do ultimo andar da sua casa, diz a polícia. Como todo ser humano, desconhecido ou famoso, está sempre entre o amor e o ódio, Wanjiru não ficou indiferente a esses sentimentos. Aos 24 anos, Samuel discutia com sua esposa Triza Njeri em sua casa, na localidade Nyahururu, no centro do Quênia, quando caiu da varanda e morreu. Jasper Ombati, chefe de polícia local, disse que foi aberta uma investigação para apurar o caso. Wanjiru após chegar a casa com uma amiga após reunião social chegou a sua esposa e começou o desentendimento. Vale salientar, porém, que o atleta já vinha há muito com problema entre a mulher e a Justiça. Ninguém acredita de primeira em acidente tão ingênuo. Muita coisa ainda vai ser espremida nessa investigação. O amor e o ódio continuam fazendo vítima pelo mundo inteiro, pois são sentimentos arraigados na constituição do homem e da mulher; quando termina um geralmente inicia o outro. Só os santos verdadeiros talvez tenham encontrado o equilíbrio perfeito, coroa dos pensantes.
          Todo famoso tem o direito de escândalos e mais escândalos que se vão compartimentando em coleções. Samuel, nosso espetacular maratonista não teve a sorte de escandalizar mais, como os que sobem apoiados em pedestais de barro. Glorificando o seu país, foi embora um precioso atleta. E Triza? O que será de Triza Njeri?
          Quantos desses “acidentes” já aconteceram no Brasil? E em Alagoas? Lembram-se das coisas de São José da Tapera, de Olho d’Água das Flores e gente de Santana do Ipanema mesmo, lá nos apartamentos de Maceió? Pesquisem os arquivos se assim quiserem saber mais. Dizem que nós somos bichos brutos melhorados em busca do aperfeiçoamento. Sei não. Para quem acredita em bruxa, ela deve estar solta mesmo. E a danada parece que substituiu a velha vassoura de cipó, pelas vibrações da robótica japonesa. ASSIM É COVARDIA.





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