quinta-feira, 19 de julho de 2012

PENHA


PENHA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2012.
Crônica Nº 823

Fonte: Blog da Igreja de Nossa Senhora da Penha.
Já sim. Já escrevi uma vez sobre a Igreja de Nossa Senhora da Penha, do Rio de Janeiro. Mas agora me bateu uma coisa, um negócio, uma vontade enorme de me referir a Igreja da Penha. Uma defesa de Nossa Senhora levou-me de imediato o pensamento às escadarias daquele penhasco fabuloso. Um dos escolhidos lugares do mundo que desejaria conhecer, estive perto e não pude. Gostaria muito, muito de imitar Gonzaga quando bate a tristeza:

“Demonstrando a minha fé
Vou subir a Penha a pé
Pra fazer minha oração” (...)

“Penha, Penha...
Eu vim aqui me ajoelhar
Venha, venha
Trazer paz para o meu lar”

Localizada na Vila Cruzeiro, no Bairro da Penha no Rio de Janeiro o  santuário católico Igreja de Nossa Senhora de França é popularmente conhecido como Igreja da Penha. Um dos cenários mais bonitos do mundo está ali naquele penhasco com seus 382 degraus, onde muitos fiéis fazem e pagam promessas subindo os batentes a pé ou de joelhos.

“Nossa senhora da Penha
Minha voz talvez não tenha
O poder de te exaltar
Mas dê benção padroeira
Pra essa gente brasileira
Que quer paz pra trabalhar”

Na época em que eu quis fazer essa visita, ninguém de fora podia chegar à entrada dos morros. O santuário estava à mercê dos bandidos e os turistas mantinham distância das zonas perigosas. Vou ficando, então, com essa página musical de Luiz Gonzaga, tão bonita quanto “Asa Branca”, o “Baião da Penha”.

“Penha, Penha...
Eu vim aqui me ajoelhar
Venha, venha
Trazer paz para o meu lar...”







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quarta-feira, 18 de julho de 2012

METEMOS


METEMOS
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2012.
Crônica Nº 823

Abelha.  (Fonte: Wikipédia).
Soubemos quePedro Aleijado”, isto é, “Pedro Mão-de-Aço” ou mesmo, “Pedro Deixe-Que-Eu-Chuto”, recusa-se a morrer. Remanescente dos velhos farristas de Santana, Pedro, o homem coxo, adquiriu fama tocando pandeiro com grande mestria. Sempre convidado para as farras mais simples da boêmia santanense, Pedro estendia suas habilidades em todos os ambientes como bares, cabarés, clubes... Sempre causando admiração às bandas que vinham de fora e necessitavam na hora de um pandeirista. Em todo tempo bem humorado e puxando a perna, Pedro Aleijado viajava constantemente com suas farras eternas pelos festejos mais atraentes de cidades de Alagoas e pernambucanas. Juntando-se a José Francisco, o grande acordeom de Santana, ao José Panta (o violão elétrico) ao Miguel Chagas, Moreninho, Zé Yoyô e vários outros, as farras ganhavam colorido especial com o pandeiro de Pedro Mão-de-Aço. Como as situações vão mudando com o tempo, quase todos os grandes farristas da época foram transferidos para outra dimensão. Pedro resistiu e ainda resiste diante da preferência pelo Rum, bebidinha danada corrosiva.
Espiando as nuvens do tempo, Pedro começou a vender mel. Dizia ele que essa substância doce era a melhor do mundo, pois vinha de alvéolos selvagens do alto sertão de Pernambuco. O município de Inajá, nunca deixou de ser e referência do novo vendedor de mel. Saliente, mal-educado e piadista Pedro sempre respondia aos clientes quando perguntado se tinha mel para vender: “Mé? Temos”. E assim, com sua linguagem chula de duplo sentido, ia ganhando o pão com sua esperteza e, talvez, pequena aposentadoria. Certa feita um cliente chegou a sua casa para comprar “mé” da legítima abelha papa-terra de Inajá, à Rua Prof. Enéas. Um menino, seu filho, atendeu. “Cadê Pedro, menino?” E a inocente criaturinha denunciou sem querer a abelha bípede de um pé coxo: “Pai tá lá atrás no quintal fazendo mel”. Descoberta a fraude, a situação foi ficando difícil para Deixe-Que-Eu-Chuto, pois já não conseguia introduzir seu produto no mercado com tanta facilidade. Pedro não contestava o flagra apenas tentava sair resvalando e pedindo trocado para beber uma dose de Rum. Não tendo Rum, vai à Cachaça, afinal uma é amarela e outra é branca, para que preconceito de cor?
Contaram-nos que Pedro Aleijado agora estar morando no Bairro Domingos Acácio, bem perto de uma clínica particular. Não sabemos se ele ainda toca pandeiro e nem se o homem ainda teima em ser concorrente das abelhas. Mas a resposta sexual de péssima qualidade continua no cotidiano do pandeirista, quando provocado: “Pedro, tem mé”? A gravação tantas vezes rodada empulha na hora o perguntador: “MÉ? TEMOS”.


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