quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MATANDO A CACETE A ESPERANÇA


MATANDO A CACETE A ESPERANÇA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de setembro de 2012.
Crônica Nº 873

Mobilização de professores. Foto: (Sinteal).
A tradição alagoana sertaneja sabe que não se deve votar em “senhores de engenho” para governo do estado. O desenrolar do tempo vai provando um regime tipo escravocrata que tem custado muito caro as Alagoas. O malfadado senhor de engenho, com as técnicas modernas de se produzir cana de açúcar, virou usineiro. Infelizmente, estigmatizado pelo poder econômico dos canaviais, foi muito penoso transformar um quadro secular, em direito de todos. De vez em quando ainda aparece a figura sinistra desses mandatários levados ao trono por seus súditos. Quer dizer, ainda não nos livramos completamente deles através da evolução política social. E o pior é que gente forjada na luta contra essas elites torna-se depois tão perversa e escandalosa quanto os antes combatidos. Os bois de certo senador e o rombo deixado pelo último governante, são exemplos vivos que envergonham quem a possui. Aquele que recebeu o dom de escrever e cala diante do sofrimento do seu povo, é traidor de consciência. Jornalista, escritor, colunista que não fala em defesa da sua gente é apenas um “banana”, fujão covarde dos dons concedidos pelo Senhor dos Mundos.
Mesmo no tempo do governador Geraldo Bulhões, nascido no sertão, com espírito de “cana fístula”, Alagoas sofreu. Montado na borboleta do Olimpo governava no diáfano. Mantinha na polícia um coronel chamado Rochinha, conhecido como caceteiro, mais chapéu de couro do que o quepe que possuía. Certa feita, em data de reivindicações salariais dos professores na Praça dos Martírios, ordenou severa pancadaria sobre os explorados funcionários que apenas desejavam alimentar seus filhos. As desgraças futuras devem ter se abatido sobre os dois. Agora é o remanescente do senhor de engenho entocado no palácio. Mais frio do que o treinador da seleção, vive de propaganda, enroscado em presença fugidia. Recentemente acertou um plano de Cargos e Salários para a Educação, em acordo com o sindicato da categoria e dá maçada infindável para a aprovação pela Assembleia. É preciso a categoria se mobilizar, pois não acredita em nada que ele e o seu Secretário da Educação (apelidado de Pinóquio) conversam. Assim continua a triste sina do amargor canavieiro que crucifica o povo alagoano.
O governador primeiro, no palácio bem que apanhava de toalha, da mulher e, descontava com o seu jagunço cacetando os professores. Esse não. Esse com seu verniz de barata, não sacode a cavalaria em cima. Não envia jipões com desairados PMs com gosto de sangue nas ações. Age como o conhecido imperador que tocou fogo em Roma. Prefere deixar vivo o homem e VAI MATANDO A CACETE A ESPERANÇA.



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MORDENDO NA CORDA


MORDENDO NA CORDA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2012.
Crônica Nº 872

Presidenta na ONU. Foto: (MSN). 
Dilma mais uma vez foi a ONU dizer o que o mundo precisa ouvir. Ultrapassado e capenga em muitos pontos, mesmo assim ainda não existe outro mecanismo que possa aliviar o planeta nas horas mais difíceis. Os problemas de uma família são complexos, imaginemos os processos globais.  Segundo a tradição de falar primeiro no encontro anual da Assembleia Geral da ONU, o Brasil leva desta vez a presidenta Dilma Rousseff, talvez, para falar palavras semelhantes ao diplomata Osvaldo Aranha, em 1947. Essa ocasião agitada que toma conta das diversas regiões do globo, especialmente norte da África, e Oriente Médio, exige palavreado de ferro escrito com pena de pato.  Foi muita coragem do Papa em seguir para o Líbano em momento tão difícil, jogando uma cartada de alto risco, pesando a boca na balança do divino. Saiu-se muito bem com a coragem premiada. Qualquer frase, qualquer palavra dúbia que se diga no momento, saídas dos grandes, pode alimentar o fogo das revoltas populares que retorcem com força de furacões.  Nunca a palavra “diplomacia” foi tão importante quanto agora. E relembrando a máxima nordestina: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.
A presidenta iria rebater a acusação de protecionismo, feita pelos Estados Unidos e dizer que as medidas do comércio no Brasil, são baseadas na organização Mundial do Comércio. Dilma ainda iria condenar as formas de violência na Síria e falar sobre as agitações que sacodem o Oriente Médio. Mas a reforma do Conselho da ONU permanece sempre na pauta do governo brasileiro. É certo que os atuais conselheiros que se julgam os donos do mundo, relutam em ceder espaço para novos países. No dizer de um sertanejo repentista, “ficam mordendo na corda”, deixando o tempo passar fazendo de conta que não ouvem nada.
Um dia, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra e China, cederão às pressões dos demais países, entre eles o Brasil. Tudo que tem início tem fim. Não será esse quarteto dinástico a exceção das leis naturais. As rédeas do mundo também apodrecem e quebram. Os arrogantes estão com as orelhas esticadas, mas querem manter a pose. Ainda nos valendo das máximas nordestinas: “Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio”. Quando chegar a hora do Brasil, Japão, Índia e África do Sul, iremos olhar de perto os dentes do Conselho da ONU. Duvidamos que ele ainda fique igual a cavalo de vaquejada, MORDENDO NA CORDA.

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