MORDENDO
NA CORDA
Clerisvaldo B.
Chagas, 26 de setembro de 2012.
Crônica Nº 872
Presidenta na ONU. Foto: (MSN). |
Dilma mais uma vez foi a
ONU dizer o que o mundo precisa ouvir. Ultrapassado e capenga em muitos pontos,
mesmo assim ainda não existe outro mecanismo que possa aliviar o planeta nas horas
mais difíceis. Os problemas de uma família são complexos, imaginemos os
processos globais. Segundo a tradição de
falar primeiro no encontro anual da Assembleia Geral da ONU, o Brasil leva
desta vez a presidenta Dilma Rousseff, talvez, para falar palavras semelhantes
ao diplomata Osvaldo Aranha, em 1947. Essa ocasião agitada que toma conta das
diversas regiões do globo, especialmente norte da África, e Oriente Médio,
exige palavreado de ferro escrito com pena de pato. Foi muita coragem do Papa em seguir para o
Líbano em momento tão difícil, jogando uma cartada de alto risco, pesando a
boca na balança do divino. Saiu-se muito bem com a coragem premiada. Qualquer
frase, qualquer palavra dúbia que se diga no momento, saídas dos grandes, pode
alimentar o fogo das revoltas populares que retorcem com força de
furacões. Nunca a palavra “diplomacia”
foi tão importante quanto agora. E relembrando a máxima nordestina: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a
ninguém”.
A presidenta iria rebater a acusação de protecionismo,
feita pelos Estados Unidos e dizer que as medidas do comércio no Brasil, são
baseadas na organização Mundial do Comércio. Dilma ainda iria condenar as
formas de violência na Síria e falar sobre as agitações que sacodem o Oriente
Médio. Mas a reforma do Conselho da ONU permanece sempre na pauta do governo
brasileiro. É certo que os atuais conselheiros que se julgam os donos do mundo,
relutam em ceder espaço para novos países. No dizer de um sertanejo repentista,
“ficam mordendo na corda”, deixando o
tempo passar fazendo de conta que não ouvem
nada.
Um dia, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra e China,
cederão às pressões dos demais países, entre eles o Brasil. Tudo que tem início
tem fim. Não será esse quarteto dinástico a exceção das leis naturais. As
rédeas do mundo também apodrecem e quebram. Os arrogantes estão com as orelhas
esticadas, mas querem manter a pose. Ainda nos valendo das máximas nordestinas:
“Nada como um dia atrás do outro e uma
noite no meio”. Quando chegar a hora do Brasil, Japão, Índia e África do
Sul, iremos olhar de perto os dentes do Conselho da ONU. Duvidamos que ele
ainda fique igual a cavalo de vaquejada, MORDENDO NA CORDA.
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