quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MORDENDO NA CORDA


MORDENDO NA CORDA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de setembro de 2012.
Crônica Nº 872

Presidenta na ONU. Foto: (MSN). 
Dilma mais uma vez foi a ONU dizer o que o mundo precisa ouvir. Ultrapassado e capenga em muitos pontos, mesmo assim ainda não existe outro mecanismo que possa aliviar o planeta nas horas mais difíceis. Os problemas de uma família são complexos, imaginemos os processos globais.  Segundo a tradição de falar primeiro no encontro anual da Assembleia Geral da ONU, o Brasil leva desta vez a presidenta Dilma Rousseff, talvez, para falar palavras semelhantes ao diplomata Osvaldo Aranha, em 1947. Essa ocasião agitada que toma conta das diversas regiões do globo, especialmente norte da África, e Oriente Médio, exige palavreado de ferro escrito com pena de pato.  Foi muita coragem do Papa em seguir para o Líbano em momento tão difícil, jogando uma cartada de alto risco, pesando a boca na balança do divino. Saiu-se muito bem com a coragem premiada. Qualquer frase, qualquer palavra dúbia que se diga no momento, saídas dos grandes, pode alimentar o fogo das revoltas populares que retorcem com força de furacões.  Nunca a palavra “diplomacia” foi tão importante quanto agora. E relembrando a máxima nordestina: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.
A presidenta iria rebater a acusação de protecionismo, feita pelos Estados Unidos e dizer que as medidas do comércio no Brasil, são baseadas na organização Mundial do Comércio. Dilma ainda iria condenar as formas de violência na Síria e falar sobre as agitações que sacodem o Oriente Médio. Mas a reforma do Conselho da ONU permanece sempre na pauta do governo brasileiro. É certo que os atuais conselheiros que se julgam os donos do mundo, relutam em ceder espaço para novos países. No dizer de um sertanejo repentista, “ficam mordendo na corda”, deixando o tempo passar fazendo de conta que não ouvem nada.
Um dia, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra e China, cederão às pressões dos demais países, entre eles o Brasil. Tudo que tem início tem fim. Não será esse quarteto dinástico a exceção das leis naturais. As rédeas do mundo também apodrecem e quebram. Os arrogantes estão com as orelhas esticadas, mas querem manter a pose. Ainda nos valendo das máximas nordestinas: “Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio”. Quando chegar a hora do Brasil, Japão, Índia e África do Sul, iremos olhar de perto os dentes do Conselho da ONU. Duvidamos que ele ainda fique igual a cavalo de vaquejada, MORDENDO NA CORDA.

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