MATANDO
A CACETE A ESPERANÇA
Clerisvaldo B.
Chagas, 27 de setembro de 2012.
Crônica Nº 873
Mobilização de professores. Foto: (Sinteal). |
A tradição alagoana sertaneja sabe que não se deve votar
em “senhores de engenho” para governo do estado. O desenrolar do tempo vai
provando um regime tipo escravocrata que tem custado muito caro as Alagoas. O
malfadado senhor de engenho, com as técnicas modernas de se produzir cana de
açúcar, virou usineiro. Infelizmente, estigmatizado pelo poder econômico dos
canaviais, foi muito penoso transformar um quadro secular, em direito de todos.
De vez em quando ainda aparece a figura sinistra desses mandatários levados ao
trono por seus súditos. Quer dizer, ainda não nos livramos completamente deles
através da evolução política social. E o pior é que gente forjada na luta
contra essas elites torna-se depois tão perversa e escandalosa quanto os antes
combatidos. Os bois de certo senador e o rombo deixado pelo último governante, são
exemplos vivos que envergonham quem a possui. Aquele que recebeu o dom de
escrever e cala diante do sofrimento do seu povo, é traidor de consciência.
Jornalista, escritor, colunista que não fala em defesa da sua gente é apenas um
“banana”, fujão covarde dos dons concedidos pelo Senhor dos Mundos.
Mesmo no tempo do governador Geraldo Bulhões, nascido no
sertão, com espírito de “cana fístula”, Alagoas sofreu. Montado na borboleta do
Olimpo governava no diáfano. Mantinha na polícia um coronel chamado Rochinha, conhecido
como caceteiro, mais chapéu de couro do que o quepe que possuía. Certa feita,
em data de reivindicações salariais dos professores na Praça dos Martírios, ordenou
severa pancadaria sobre os explorados funcionários que apenas desejavam
alimentar seus filhos. As desgraças futuras devem ter se abatido sobre os dois.
Agora é o remanescente do senhor de engenho entocado no palácio. Mais frio do
que o treinador da seleção, vive de propaganda, enroscado em presença fugidia.
Recentemente acertou um plano de Cargos e Salários para a Educação, em acordo
com o sindicato da categoria e dá maçada infindável para a aprovação pela Assembleia.
É preciso a categoria se mobilizar, pois não acredita em nada que ele e o seu
Secretário da Educação (apelidado de Pinóquio) conversam. Assim continua a triste
sina do amargor canavieiro que crucifica o povo alagoano.
O governador primeiro, no palácio bem que apanhava de
toalha, da mulher e, descontava com o seu jagunço cacetando os professores. Esse
não. Esse com seu verniz de barata, não sacode a cavalaria em cima. Não envia jipões
com desairados PMs com gosto de sangue nas ações. Age como o conhecido imperador
que tocou fogo em Roma. Prefere deixar vivo o homem e VAI MATANDO A CACETE A
ESPERANÇA.
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