NASCENDO QUATRO VEZES
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2012.
Crônica Nº 859

Os da
guarita
e alguns curiosos pediram para não matar o rapaz, cujo carro havia sido levado
pelo verdadeiro ladrão, na batida proposital. O rapaz foi “salvo pelo gongo”.
Acabava de nascer pela terceira vez. Tudo indica que o seu anjo de guarda
estava de plantão naquela noite. Muitos tinham puxado a cabeça para dentro dos
apartamentos, receando balas perdidas. Os quatro homens armados partiram em
busca do ladrão. Mal o rapaz se livrara do quarteto, surgiram mais dois
perseguidores, também armados. A cena se repetiu. Os dois homens partiram para
o rapaz com intenções homicidas. O rapaz que saíra de casa com o pé esquerdo, é
salvo de novo pelos curiosos. Acabava de nascer pela quarta vez. Os dois homens
armados partiram atrás dos outros quatro e do ladrão. Os moradores não ficaram
sabendo o resultado da bagaceira. A polícia só foi chegar meia hora depois,
para deixar tudo como dantes.
Um caso assim, num lugar
assim, numa noite assim, é um mergulho e tanto nas reflexões do acaso. Não
queremos avariar juízos, mas como pode uma pessoa no mesmo momento fugir de
tantos perigos repentinos? Só Deus tem o poder de fazer o homem escapar,
NASCENDO QUATRO VEZES.
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