PENSE NISSO
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de setembro de 2012.
Crônica Nº 869

E de
bom na Paraíba
Só a
Rádio Tabajara.
Foi tudo que Severino precisava para “pegar
na deixa”, isto é, iniciar sua estrofe rimando com a última palavra da estrofe
do companheiro:
O que
vi na Guanabara
Foi
negro morando em morro
Carro atropelando
gente
Enchendo
o Pronto Socorro
Ladrão
batendo carteira
Mulher
puxando cachorro.
Os aplausos de pé, não deixaram mais Severino
perder espaço.
Além da rima preciosa (orro), a metrificação
perfeita, e a criatividade divina, a estrofe ocasional do célebre cantador
ficou no bronze da literatura popular oral. Mas, se apreciarmos esse trabalho
prazeroso, vamos observar também que existe algo mais na filosofia sutil do
repentista. As nossas convicções são repassadas para os outros conforme o nosso
modo de pensar e ver. Assim discutimos com o outro glóbulo branco que vem
devorar o nosso. Para o primeiro cantador, o estado da Guanabara era uma
maravilha, onde só havia o que era bom. Severino vê aquela terra tão bonita por
novo prisma. Pressionado pelo adversário, é capaz de encontrar, rapidamente,
defeitos no céu alheio. Resumindo a lição de hoje: Nós só enxergamos o que
queremos enxergar. PENSE NISSO.
Link para essa postagem
https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2012/09/pense-nisso.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário