ZÉ BOCÃO
Clerisvaldo B.
Chagas, 23 de setembro de 2012.
Crônica Nº 871
Esse não é o Zé Bocão. Foto: (hypescience.com/). |
É do comércio clandestino do voto que sai o pidão. Vai à procura de todos os candidatos. É
especialista em pedir. Alguns ficam até marcados pelo político e sua equipe,
como no caso do Zé Bocão. Não escolhe lugar para fazer o seu patim. O assessor
logo cochicha no ouvido do candidato quando ele se aproxima: “Lá vem o Zé Bocão”. Ele chega radiante,
sorridente e vai logo dizendo: “Doutor,
vai me deixar votar no senhor com esse sapato velho?”. O que o candidato
tentar rebater o golpe mandando-o resolver o problema em casa (casa do
político), onde a mulher já está prevenida. O sujeito vai mesmo à casa do homem. Em lá chegando, pede logo para a senhora “descolar” um par de sapatos
novo. A mulher, em alerta, responde que só tem sapatos de números altos. O
ladino Zé Bocão não se dá por vencido: “Tem
nada não, dona, se ele for grande eu encho com papel, se for pequeno eu corto o
bico”. E assim, no jogo da rasteira, ninguém consegue escapar de Zé Bocão.
O elemento acima não está somente entre os analfabetos.
Muitos indivíduos que ocupam bons lugares na sociedade, são escravos do ato
repugnante de pedir. Uns, como tivemos ocasião de observar de perto, pedem até
construção de banheiro com equipamento e tudo. Geralmente é ladrão disputando
com ladrão esticando sabedoria como João Grilo e Cancão de Fogo. Sei que o
amigo nesse momento descobriu na sua mente um bem conhecido ZÉ BOCÃO.
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