quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ATÉ SATUBA ENTROU




ATÉ SATUBA ENTROU
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de dezembro de 2012.
Crônica Nº 923
Canal do Sertão, obra contra a seca. Foto: Site: SantanaOxente.
A seca continua se alastrando por vários municípios de Alagoas. De uma maneira ou de outra, já se fala em 36. Enquanto isso, produtores pernambucanos que não plantaram a palma forrageira, procuram o estado vizinho do sul em busca desse tão precioso alimento. Embora seja resistente à estiagem, a palma também murcha virando o que os fazendeiros chamam de “correia”, não prestando mais para nada. O homem do campo vai fazendo desesperadamente o que pode. Às vezes a água chega em caminhões alugados pelo governo ou comprada por preço exorbitante, mas falta o alimento. O rebanho vai sumindo, caindo de fome, alegrando urubus, ornando terreiros de fazendas e estradas periféricas. Muita coisa ainda é preciso ser feita no aprendizado constante que atravessa séculos. Será que alguém ousa dizer quando estaremos preparados para enfrentar uma longa estiagem? São muitos interesses que se arrastam desde os tempos de D. Pedro II. Enquanto isso os rebanhos vão entrando nas estatísticas do encolhimento que maltratam o coração de quem tem amor aos bichos.
Satuba é um município da Grande Maceió e a cidade é separada da capital por apenas uma ladeira, denominada popularmente “Ladeira do Catolé”. Ouvi muito, nos tempos de estudante, os rasgados elogios ao manancial do riacho Catolé, quando diziam com orgulho que era a segunda melhor água da América do Sul. Normalmente chove muito bem na região litorânea, Zona da Mata e mesmo no Agreste alagoano. Causa espanto, portanto, a situação de calamidade devido à falta de chuva, naquele município. Falam que a barragem que abastece a localidade está com problema de escassez devido à falta de chuvas. E Satuba, bem ali pertinho da grande laguna de Maceió, a Mundaú, começa a ficar inquieta com uma situação nunca vivida antes. Por outro lado caiu o nível da água também no Catolé, problema que afeta o abastecimento em alguns bairros de Maceió. Para o futuro, é anunciada uma solução através de um projeto que está pronto e viabilizando recursos para iniciar as obras. Mas, enquanto isso, o couro do sapato aperta, o pano do bolso amolece e os neurônios pegam fogo.
Se a seca do Piauí já atingiu o litoral, a de Alagoas não fica atrás, chegou lá também. Voltamos ao tempo em que se dizia que nas secas do Nordeste só escapavam três coisas: padre, jumento e juiz.
Velhos e novos vereadores da região da seca discutem quantos serão nas respectivas câmaras, quanto ganharão e quantos (nos bastidores) ficarão ricos. Esqueceram à seca que vorazmente vai engolindo os municípios. ATÉ SATUBA ENTROU.


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E OS LIVROS?

E OS LIVROS?
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de dezembro de 2012
Crônica N º 922
A cobrança de muita gente sobre nossos livros anunciados tem razão de ser. Eu e o meu parceiro nessas empreitadas, professor Marcello Fausto, anunciamos “Negros em Santana” e “Lampião em Alagoas”, cedo demais.  Terminadas as fases de pesquisas, os livros foram escritos, passando pelas fases de quem já é calejado no assunto. Coloca-se, tira-se, pente grosso, pente fino, desenhos de capa, apresentações e muita coisa ainda mais. Tudo pronto, após meses de noites mal dormidas e constantes pressões, então, chega à fase tão esperada da maternidade, digo da gráfica. Uma vez fechado o contrato, tem outras partes importantes. Quando a gráfica confecciona o todo, envia para o cliente o volume para a correção. Essa correção, conforme o tamanho do bicho vai se prolongando, várias vezes e se estreitando. Depois aparece o registro do livro, o que consume mais um bocado de semanas. Quando tudo está considerado pronto, o autor ainda tem que se deslocar para assinar um termo (conforme a gráfica) dizendo que o livro foi corrigido e está tudo na paz de Deus, para poder ser rodado.
Tínhamos a doce ilusão de que ainda no primeiro trimestre de 2012, os livros seriam lançados em Santana do Ipanema, Piranhas e Maceió, inicialmente. Puxa daqui, puxa dali, o tempo foi passando e nada. Marcamos, então, para o mês de julho quando poderíamos ter lançado o livro em Piranhas, aproveitando o aniversário de morte de Lampião e seus sequazes em Angicos, ali bem pertinho. Também não deu e fomos esticando o prazo, dependendo dos outros, enquanto inúmeras pessoas perguntavam pelos livros. Fazer o quê? Vai terminando 2012 e agora esperamos as duas obras para antes do dia 15 próximo. Eita amigo leitor! A expectativa é grande para colhermos agora alegrias retardadas. Vem à pergunta também preocupante: E vai dar tempo fazer esse lançamento duplo ainda em dezembro? Mês de festas, viagens, confraternizações com livros no meio... Sei não. Aguardemos mais um pouco para ver o resultado, afinal a nossa parte fizemos direitinho. Sabemos, porém, que não vai deixar de haver cobrança nas ruas, nas praças, nos bares, nas portas das igrejas: E OS LIVROS?


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