sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O GUARDA DA PARÓDIA



O GUARDA DA PARÓDIA
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de dezembro de 2012.
Crônica Nº 924

Conversando com um figurão do estado, ele fez referência a várias personalidades de Santana do Ipanema, do passado. Não falava de mal nem de bem, mas apenas contava algumas passagens de cada um e afirmava que gostava muito da nossa terra, onde passara algum tempo como funcionário público. Fiquei acanhado quando o cidadão falou levemente no nome do Dr. Edgar. Acanhado porque eu não lembrava quem havia sido esse personagem. Quando eu tinha doze para treze anos, esse nome estava na boca do povo de Santana, mas não cheguei a conhecê-lo nem também soube em que ele trabalhava. Mas como rapazote lembro uma paródia que fizeram e que os meninos a cantavam nas brincadeiras de rua:

Era noite de lua
Saí de casa
Fui c... na rua,
O guarda ia passando
“Você tá preso
Porque está c...”
“Seu guarda
Deixe de besteira
Que essa b...
É de sexta-feira”
O guarda
Era Lourenço
pegou a m...
E enrolou num lenço
Mandaram examinar
A m... Era do doutor Edgar.

Quando acompanhamos com interesse as gestões de governantes estaduais e municipais, vamos apontando defeitos e virtudes, como são natural. Quando a administração vai chegando ao fim, aquela mesma administração, cujo gestor ou gestora pensava não acabar nunca, mostra com mais proeminência as mazelas que caracterizaram os dias mais sofridos para o povo. Muita gente ri às gargalhadas com o fim do império tapuia, com o cacete que bateu nas urnas, com a ferrugem da justiça que atingiu a coroa de lata. Bastantes piadas são ditas pelos adversários como as que mandam “pegar o beco” ou as mais pesadas que mandam os derrotados para “a casa da peste”. Poucos saem elogiados dessa missão nobre de comandar um estado, um município. Os elogiados são os humildes, os honestos e exímios administradores. Os péssimos, além de piadas constantes, ainda levam “bananas” e pragas daqueles que tanto sofreram em suas unhas. Seria bem interessante se houvesse uma pesquisa sobre os bons e maus administradores que estão deixando o poder. Falamos de uma pesquisa séria feita por órgão de credibilidade.
Alguns bons administradores do estado de Alagoas que estão se despedindo do cargo são comentados sem muita intensidade. Mas eles existem e conhecemos alguns. Outros, pedindo desculpa ao leitor amigo, já vão tarde! Não foram melhores do que o material encontrado pelo GUARDA DA PARÓDIA.
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ATÉ SATUBA ENTROU




ATÉ SATUBA ENTROU
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de dezembro de 2012.
Crônica Nº 923
Canal do Sertão, obra contra a seca. Foto: Site: SantanaOxente.
A seca continua se alastrando por vários municípios de Alagoas. De uma maneira ou de outra, já se fala em 36. Enquanto isso, produtores pernambucanos que não plantaram a palma forrageira, procuram o estado vizinho do sul em busca desse tão precioso alimento. Embora seja resistente à estiagem, a palma também murcha virando o que os fazendeiros chamam de “correia”, não prestando mais para nada. O homem do campo vai fazendo desesperadamente o que pode. Às vezes a água chega em caminhões alugados pelo governo ou comprada por preço exorbitante, mas falta o alimento. O rebanho vai sumindo, caindo de fome, alegrando urubus, ornando terreiros de fazendas e estradas periféricas. Muita coisa ainda é preciso ser feita no aprendizado constante que atravessa séculos. Será que alguém ousa dizer quando estaremos preparados para enfrentar uma longa estiagem? São muitos interesses que se arrastam desde os tempos de D. Pedro II. Enquanto isso os rebanhos vão entrando nas estatísticas do encolhimento que maltratam o coração de quem tem amor aos bichos.
Satuba é um município da Grande Maceió e a cidade é separada da capital por apenas uma ladeira, denominada popularmente “Ladeira do Catolé”. Ouvi muito, nos tempos de estudante, os rasgados elogios ao manancial do riacho Catolé, quando diziam com orgulho que era a segunda melhor água da América do Sul. Normalmente chove muito bem na região litorânea, Zona da Mata e mesmo no Agreste alagoano. Causa espanto, portanto, a situação de calamidade devido à falta de chuva, naquele município. Falam que a barragem que abastece a localidade está com problema de escassez devido à falta de chuvas. E Satuba, bem ali pertinho da grande laguna de Maceió, a Mundaú, começa a ficar inquieta com uma situação nunca vivida antes. Por outro lado caiu o nível da água também no Catolé, problema que afeta o abastecimento em alguns bairros de Maceió. Para o futuro, é anunciada uma solução através de um projeto que está pronto e viabilizando recursos para iniciar as obras. Mas, enquanto isso, o couro do sapato aperta, o pano do bolso amolece e os neurônios pegam fogo.
Se a seca do Piauí já atingiu o litoral, a de Alagoas não fica atrás, chegou lá também. Voltamos ao tempo em que se dizia que nas secas do Nordeste só escapavam três coisas: padre, jumento e juiz.
Velhos e novos vereadores da região da seca discutem quantos serão nas respectivas câmaras, quanto ganharão e quantos (nos bastidores) ficarão ricos. Esqueceram à seca que vorazmente vai engolindo os municípios. ATÉ SATUBA ENTROU.


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