quinta-feira, 27 de junho de 2013

GINCANA NO HELENA



GINCANA NO HELENA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2013
Crônica Nº 1043

Com a ideia dos docentes da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, no Bairro São José, fomos revivendo a tradição em suas várias tarefas. A alegria dos alunos era contagiante e a participação efetiva. A movimentação aconteceu no turno Vespertino numa antecipação ao jogo Brasil X Uruguai, mas deu tempo suficiente para ambas as coisas. Interessantes tarefas surgiram como trazer um ferro de engomar do tempo em que se colocava brasa. O candidato deve ter aperreado à vovozinha sobre essa peça de museu dos anos 50-60. A lembrança do ferro de engomar veio à tona dos tempos em que se colocava brasa no seu bojo e soprava-se no fundo para espalhar as cinzas. Não havia energia elétrica e, as mulheres colocavam o ferro na janela para também ajudar nas cinzas, com a brisa. Os ternos brancos de linho estavam na moda, ocasião em que o ferro a carvão dava espetáculo. Lembro-me que o primeiro objeto desse tipo que conheci, tinha um amplo buraco redondo à frente, no gogó. Depois apareceu outro ferro, considerado moderno, para a época, e não tinha a boca aberta à frente. Era mais comprido e o ar penetrava por um conjunto de buracos desenhados nas laterais. Os alunos não trouxeram o primeiro objeto, mas bem que o segundo apareceu.
Outra coisa que constava na gincana era trazer um disco de vinil de Luiz Gonzaga com a capa original. Alguns conseguiram. E outra coisa ainda que me chamou atenção foi trazer desenhado em cartolina, um personagem do Nordeste, mais antigo, quando Luiz Gonzaga e padre Cícero foram os preferidos. Outras tarefas com brincadeiras diferentes mexeram com o pátio da Escola Helena Braga, inclusive com os pratos juninos que alegram o estômago. Estavam ali canjica, bolo de milho, pamonha e vários outros pratos característicos da fase. O diretor, professor Marcelo Fausto desdobrava-se no comando das brincadeiras e o corpo docente participava, inclusive tirando fotos de toda movimentação. Uma festa dos santos de junho, na certa fazia esquecer à seca que se abateu sobre a região e permitiu um ótimo divertimento seguro entre os muros da unidade escolar.  No final, todos saíram felizes, inclusive, pais de alunos, deixando à escola de parabéns e partindo para a grande sobremesa do Brasil sobre o Uruguai. Ainda existe coisa simples e supimpa no Nordeste, assim como a GINCANA NO HELENA.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

CABRA DE PENEDO



CABRA DE PENEDO
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de junho de 2013
Crônica Nº 1042

Não podemos afirmar que viver em república de estudante é bom e nem ruim. Conviver com outras pessoas em uma casa exclusiva em cidade distante, todos com o mesmo objetivo, é opção. As desvantagens e vantagens existem por todos os cantos e não seria diferente em república estudantil. Geralmente o estudante não tem dinheiro, vindo alguma verba dos pais. Tem-se uma sensação leve de liberdade, mas por outro lado não deixam de aparecer dificuldades, amarguras, decepções. Os objetivos parecem que estão por trás de montanha altíssima e para muitos não é a melhor vida do mundo e nem a pior. Ali o indivíduo há de se entender com os outros membros que sempre pertencem a outras cidades, cada qual trazendo o seu costume particular e os da origem geográfica. Em Maceió, moramos pelo menos em três lugares diferentes lutando por um futuro que começaria pelos livros e desembocaria nos vestibulares. Ali aparecem vários tipos humanos e o que resta depois é a experiência fora de casa que muito irá nos ajudar. Lembro-me de um cabra de Penedo que colocava os alimentos enviados pela família, em mala de cadeado, diferentemente dos nossos que eram divididos. Na vez de chupar laranja, ele pegava uma, fechava a mala e, quando surpreendido, afirmava: “Vitamina “C” não é não!”. Saía descascando o fruto, mas nunca o oferecia a ninguém. Um cabra peste!
O governo do estado de Alagoas nunca parece preocupado com o funcionalismo. Temos o problema dos precatórios em que os grandes colocaram uma pedra em cima e, o dirigente estadual não toca no assunto, não move um garrancho sequer em favor dos precisados, como se o assunto devesse ser esquecido pelo tempo. Não paga bem aos seus “barnabés” numa herança mesquinha, insalubre, escravocrata do passado canavieiro. Quando acena com um aumento é aquela porcaria que fica denominada “esmolinha”, pelos sofredores. Assim o estado vai se arrastando empurrado pela pança do “coroné”. Onde está o movimento das ruas. Onde está o SINTEAL que parece agonizante? Vez em quando uma notícia boa, mas para a situação do trabalhador estadual, só uma venda preta nos olhos do futuro. Em suma, o sangue da usina sabe das dificuldades dos funcionários públicos, quando “surpreendido” fala na vitamina “C”, mas não abre o cadeado sem ferrugem da mala do Tesouro. A mala abarrotada e infame, igualzinha a do CABRA DE PENEDO.

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