sexta-feira, 7 de março de 2014

MADEIRA DE DÁ EM DOIDO



MADEIRA DE DÁ EM DOIDO
Clerisvaldo B. Chagas, 7/8 de março de 2014.
Crônica Nº 1148


Imagem: Wikipédia.
A triste moda da atualidade é noticiar a descomunal cheia do rio Madeira. Além do desconforto provocado pelo rio, os habitantes de Rondônia enfrentam casos graves, impostos pelo isolamento com outras regiões. O rio Madeira não é um riozinho qualquer. Basta dizer que ele é o 170. maior do mundo em extensão que se calcula até em 3.315 km, das nascentes à foz. Nasce esse majestoso rio na Cordilheira dos Andes, em território boliviano e banha os estados do Amazonas e de Rondônia. O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni, encontra-se com o Mamoré-Guaporé, formando o rio Madeira.
Durante as cheias, o rio Madeira serve à navegação e corre em parte da planície amazônica. O Madeira é largo, rico em peixes e suas águas muito utilizadas para o transporte e como fonte de sustento para inúmeras famílias ribeirinhas. Alguns estudiosos dizem até que o rio Madeira é o principal afluente do rio Amazonas.
Interessante é a origem do seu nome no Brasil. Em épocas de chuvas, invade as florestas, trazendo troncos e restos de madeira que são, inclusive, aproveitadas por comerciantes que negociam com essas madeiras e utilizam o próprio rio como transporte de entrega. Em grande parte do ano, o rio mostra muitas pedras e forma corredeiras. A partir de Porto Velho tem início a Hidrovia do Madeira. Esse belo e perigoso rio despeja em forma de delta quando forma uma ilha de nome exótico para o restante do Brasil: Tupinambarana.
Sua estação chuvosa vai de dezembro a maio. Quando o rio enche com as águas das chuvas é invadido pelas águas do rio Amazonas. Nesse caso, suas águas sobem, alagam todas as cachoeiras, cobrem as praias e parte da planície amazônica, subindo cerca de 17 metros. Tornando-se assim um canal navegável dependente da maré, o rio em questão semeia material sólido junto às raízes da vegetação e forma grandes dunas.
O alagamento das áreas habitadas deve-se em grande parte ao terreno de planície, praticamente com o mesmo nível do rio. Ontem mesmo teve início um movimento das autoridades contra apresentações mal explicadas das obras das hidrelétricas que, somadas ao relevo plano, pode ter ajudado no martírio dos moradores ribeirinhos.
O mineiro poderá dizer: “O rio Madeira é ‘marvado!’ ”. O nordestino responde: “O rio Madeira é MADEIRA DE DÁ EM DOIDO”.




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quarta-feira, 5 de março de 2014

AZUL ITALIANO



AZUL ITALIANO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de março de 2014.
Crônica Nº 1147

Imagem da Band.
Todo brasileiro é apaixonado por futebol, no modo de dizer. No modo de dizer por que tem gente que detesta esse negócio de uma esfera e 22 machos correndo atrás. Mas hoje estou me referindo às cores brasileiras representadas pelo amarelo, verde, azul e branco. Por mim, a Seleção Brasileira de Futebol estaria representada pela camisa amarelo queimado e pelo calção verde bandeira, assim como a Seleção do Vôlei.
O que vimos ontem à tarde na África do Sul, país do extremo meridional do Continente Africano, foi um segundo tempo de Brasil azul ridículo. Mesmo sendo a atual camisa “B” da Seleção, foi um tremendo mau gosto para esse cidadão comum brasileiro, mas com direito a comentário. Uma tonalidade feia e completa desde a camisa aos meiões, com ligeiro branco na numeração e nas laterais do calção. Não sei, não tenho certeza, mas me parece que quem dita à moda é quem patrocina e faz a coisa do jeito que pensa. Muito melhor seria a cor dominante branca com detalhes das outras três nacionais.  
É perfeitamente compreensível o elástico placar de 5 X 0, pois todos sabem que o país africano seria apenas um treino, para nós. Cor de terno não ganha jogo. Contudo, estamos comentando a tradição brasileira das suas cores distintas. Não negamos o desenho da camisa, mas o azul fechado que em nada representa na tradição, deixou o torcedor “desarticulado”. Mas como vemos em inúmeras propagandas na “telinha”, o peste do gosto estragado desmantela o produto em evidência e não faz jus a quem se forma no ramo.
Quem viu o primeiro tempo Brasil X África do Sul, pelo menos, segundo as cores, viu o Brasil jogar. Na segunda etapa o futebol convenceu até pelo que já se sabia, porém, a tradição do terno foi para a “cucuia”, como se diz no Sertão das Alagoas. Em termos de coreografia, perdoem os meus leitores, estava muito mais para o AZUL ITALIANO.


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