domingo, 9 de março de 2014

MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX



MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2014.
Crônica Nº 1149

Os Félix continuam no Bebedouro. Foto: (Clerisvaldo).
Novamente retornamos aos subúrbios, Maniçoba/Bebedouro, lembrando a teoria que trazemos sobre esses dois emendados lugares, no livro “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”. Nele dividimos Santana em seis porções e descrevemos a gênese de Santana e, particularmente, cada uma dessas porções.
Depois da consciência de vendas de terrenos nos arredores da cidade, há poucos anos, Maniçoba e Bebedouro (antes completamente isolados) começaram a ser invadidos em três frentes. A primeira veio pelo norte, pela parte alta, via UNEAL. A segunda, pela parte baixa a noroeste, eixo Bairro São Pedro/UNEAL, pela estrada velha. A terceira frente acontece pela compra de terreno e construções de belas residências, dentro da tranquilidade do subúrbio ajardinado.
Os lugares acima sempre foram motivos dos demagogos políticos que tudo prometem aquele povo simples e de extrema pobreza. Depois de muito luta, colocaram um pouco de cimento e pedra em trecho da Maniçoba até o grupo municipal. Do grupo até o final da Rua do Bebedouro, não é bom nem falar. Os moradores reclamam do calçamento mal feito sem oferecer escoamento das águas. Do final da Rua São Pedro até o início do calçamento da Maniçoba, mil metros apenas, continua nas mais mirabolantes e ingênuas desculpas dos políticos.
Entre a pobreza e o jardim. (Foto: Clerisvaldo).
A descida de quem vem pela UNEAL para o Bebedouro, acabou-se com as chuvas. A região que começa a se encher de casas, não tem planejamento, meio-fio, linha-d’água e Santana continua crescendo como no passado, seguindo as veredas de bode.
É ali a região dos Mélo e dos Félix, que habitam os matacões e jardins de árvores nativas do arruado ao longo do rio Ipanema. Os Mélo estão naquele espaço desde os primórdios; os Félix há mais de cem anos.
Dona Maria Félix da Silva, moradora, vai contando suas viagens ao Juazeiro do Norte, a pé, juntamente com uma das antigas lideranças, Manoel Grande. E surge o artesanato de palha e de couro de bode, a coleta e venda de mamonas das margens do Ipanema, os curtumes da época, a construção da Igrejinha de São João...
E ao término desse domingo de pesquisa, voltamos com o coração partido, carregado de tristeza por nada poder fazer por aquela comunidade vítima dos papa-figos de gravata.
Na História Completa de Santana, muita coisa é contada da MANIÇOBA/BEBEDOURO, O REFÚGIO DOS FÉLIX.




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sexta-feira, 7 de março de 2014

MADEIRA DE DÁ EM DOIDO



MADEIRA DE DÁ EM DOIDO
Clerisvaldo B. Chagas, 7/8 de março de 2014.
Crônica Nº 1148


Imagem: Wikipédia.
A triste moda da atualidade é noticiar a descomunal cheia do rio Madeira. Além do desconforto provocado pelo rio, os habitantes de Rondônia enfrentam casos graves, impostos pelo isolamento com outras regiões. O rio Madeira não é um riozinho qualquer. Basta dizer que ele é o 170. maior do mundo em extensão que se calcula até em 3.315 km, das nascentes à foz. Nasce esse majestoso rio na Cordilheira dos Andes, em território boliviano e banha os estados do Amazonas e de Rondônia. O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni, encontra-se com o Mamoré-Guaporé, formando o rio Madeira.
Durante as cheias, o rio Madeira serve à navegação e corre em parte da planície amazônica. O Madeira é largo, rico em peixes e suas águas muito utilizadas para o transporte e como fonte de sustento para inúmeras famílias ribeirinhas. Alguns estudiosos dizem até que o rio Madeira é o principal afluente do rio Amazonas.
Interessante é a origem do seu nome no Brasil. Em épocas de chuvas, invade as florestas, trazendo troncos e restos de madeira que são, inclusive, aproveitadas por comerciantes que negociam com essas madeiras e utilizam o próprio rio como transporte de entrega. Em grande parte do ano, o rio mostra muitas pedras e forma corredeiras. A partir de Porto Velho tem início a Hidrovia do Madeira. Esse belo e perigoso rio despeja em forma de delta quando forma uma ilha de nome exótico para o restante do Brasil: Tupinambarana.
Sua estação chuvosa vai de dezembro a maio. Quando o rio enche com as águas das chuvas é invadido pelas águas do rio Amazonas. Nesse caso, suas águas sobem, alagam todas as cachoeiras, cobrem as praias e parte da planície amazônica, subindo cerca de 17 metros. Tornando-se assim um canal navegável dependente da maré, o rio em questão semeia material sólido junto às raízes da vegetação e forma grandes dunas.
O alagamento das áreas habitadas deve-se em grande parte ao terreno de planície, praticamente com o mesmo nível do rio. Ontem mesmo teve início um movimento das autoridades contra apresentações mal explicadas das obras das hidrelétricas que, somadas ao relevo plano, pode ter ajudado no martírio dos moradores ribeirinhos.
O mineiro poderá dizer: “O rio Madeira é ‘marvado!’ ”. O nordestino responde: “O rio Madeira é MADEIRA DE DÁ EM DOIDO”.




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