domingo, 6 de abril de 2014

NEGROS EM SANTANA



NEGROS EM SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de abril de 2014
Crônica Nº 1163


Elemento negro do povoado Alto do Tamanduá - AL.
Situado a 210 quilômetros de Maceió e a 300 da serra da Barriga, palco de luta do Quilombo dos Palmares, o município foi colonizado pelos arrendatários de terras e sesmeiros descendentes de portugueses. Pelo primeiro documento encontrado sobre Santana do Ipanema, datado de 1771, vê-se claramente que a região sertaneja já estava semeada de proprietários rurais instalados em léguas de terras selvagens que caracterizam o início do povoamento branco. A área era ocupada pelos índios Fulni-ô ou Carnijós que habitavam o território da vizinha Águas Belas, Pernambuco. Os Fulni-ô foram acessíveis àqueles diferentes que chegavam ao Sertão. As raças foram se cruzando, formando o mestiço curiboca, mameluco ou caboclo, sendo esta última, a expressão mais usada até hoje. O caldeamento branco mais índio formou assim um novo tipo humano resistente de pele branca, queimada: o caboclo nordestino.
O gado há havia invadido o rio dos Currais e as pequenas ribeiras do semiárido alagoano, surgindo à figura destemida do vaqueiro, caboclo tratador do gado por excelência e que ao boi dedicou a sua vida. Foram assim formadas a origem e a descendência do povo santanense com a aristocracia rural branca de sangue português e a coragem bravia dos índios da caatinga.
Os negros em Santana, todavia possuem um elo que tentamos descobrir com o quilombo da serra da Barriga. É bem possível que Martinho Rodrigues Gaia, fazendeiro vindo da Bahia, tenha trazido escravos que ajudaram no abrir de picadas até Santana, em 1787, data da fundação da cidade.
Moradores do povoado negro Tapera do Jorge - AL.
Entre 1640 e 1695 (morte de Zumbi) ocorreu o auge e as guerras dos negros refugiados na Barriga. Levando-se em conta a data de 1687, apenas 100 anos separariam o espaço entre os acontecimentos. É de se supor, contudo, que, tanto pela extensão do quilombo de Zumbi que ia até a foz do rio São Francisco, quantos pelos desertores das várias batalhas com os brancos, tivessem chegado por aqui os primeiros e esporádicos elementos ou representantes da raça negra. Mas, nem todos os negros fugidos de fazendas iam para Palmares. Alguns, desorientados, procuravam apenas ficar o mais distante possível do patrão. Na realidade, negros por essas bandas já havia muito antes do primeiro documento, 1771. De qualquer modo a influência negra pode ter sido maior do que os vestígios deixados no Município nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Negros em Santana eram tão raros que logo quando surgiram eram apontados com a palavra “negro” à frente do nome: “negro” Fulano, “negra” Beltrana.
·         Texto e imagens extraídos do livro “Negros em Santana”.


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quinta-feira, 3 de abril de 2014

PREFEITURA E AGRIPA FECHAM PARCERIA



PREFEITURA E AGRIPA FECHAM PARCERIA
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2014
Crônica Nº 1162

ARISELMO MELO, MÁRIO SILVA, MARCELLO FAUSTO, SÉRGIO CAMPOS E CLERISVALDO  CHAGAS. Foto: Assessoria Agripa.
Finalmente a Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA chegou ao início dos seus objetivos, planejados durantes meses. Assim como o rio Ipanema, trecho urbano foi dividido em seis partes, para melhor ser trabalhado pelos guardiões, o socorro também foi planejado por etapas. Primeiro remover o lixo doméstico, comercial e entulhos, além de uma campanha permanente. Depois virão outras fases como as das cercas de arame, construção no leito, pocilgas, esgotos, currais, lava-jato e mais. As escolas já estão aderindo ao resgate total do rio Ipanema e a população começa a sentir e a juntar-se à AGRIPA por uma melhor qualidade de vida.
Uma representação dos guardiões esteve ontem à tarde com a comissão dos festejos da emancipação política, levando sugestões para a inclusão do Dia do Rio Ipanema no programa da festa. Houve entendimentos e em breve serão divulgadas as atividades do dia 21.
Ainda na tarde de ontem o prefeito Mário Silva recebeu os representantes dos guardiões, quando se pôs à disposição para ajudar o resgate do rio Ipanema. Haverá uma grande movimentação nos areais do rio, principalmente entre o Poço Grande (acima da barragem assoreada) até a ponte molhada, imediações da Rua da Praia, parte mais crítica da zona urbana, incluindo trecho do riacho Camoxinga e Salgadinho. Campanhas deverão ajudar na mobilização de escolas, comunidades e população em geral.
Por outro lado, a AGRIPA esteve presente na palestra Lagoa Viva, através do seu orador, Ariselmo Melo. Segunda-feira, Ariselmo Melo e Sérgio Soares Campos, estarão guiando o pessoal do CAPS, num breve passeio em ponto apropriado do rio. A AGRIPA recebeu outros convites e ainda estará participando de encontro sobre resíduos sólidos, em Maceió e, ministrará palestra na Escola Cenecista, após entendimento com a professora Dilma. Hoje, os guardiões Clerisvaldo B. Chagas, Sérgio Soares Campos, Marcello Fausto e Manoel Messias, estarão novamente viajando com a reportagem da TV Gazeta de Alagoas, rumo à foz do rio Ipanema, para novas filmagens.
Os Guardiões do Rio Ipanema estão solidários com a população de Capelinha e seus Guardiões da Mata na batalha em que aquele povoado ora enfrenta contra os que querem dominar o rio Ipanema naquele trecho e matar suas cacimbas. Vamos à luta em defesa do maior rio que corta Alagoas.





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