segunda-feira, 2 de junho de 2014

ONDE ESTÁ O AMOR A TERRA



ONDE ESTÁ O AMOR A TERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2014
Crônica Nº 1.201

Dentro da lógica “só se ama o que se conhece”, focamos às nossas escolas brasileiras lembrando o Projeto Rondon. Um projeto criado para que estudantes de uma região conhecessem outras regiões do país e com elas fizessem intercâmbios culturais. O nosso país é imenso e, são muito grandes as diversificações, embora a língua portuguesa com seus vários sotaques nos mantenha unidos. Se todos os brasileiros tivessem oportunidades de conhecer o seu país, a discriminação, por certo, seria reduzidíssima.
Entretanto, tudo deve começar dentro de cada município. Demonstrando a realidade do território de Santana do Ipanema, como exemplo, deveria haver semanalmente, deslocamento de turmas de alunos de certa escola para conhecer o restante do município. Temos a região serrana onde as crianças nascem crescem e estudam em cima das serras, Estas escolas deveriam passear constantemente para ver novas realidades, tanto em outras serras quanto na baixada. Os estudantes da serra do Poço, Gugi, Caracol, Camonga e outras, iriam conhecer a baixada como Olho d’Água do Amaro, Samambaia, Pedra d’Água dos Alexandres... E vice-versa, orientados por equipe de professores que exigiria depois, trabalhos e discussões do que viram. Como podemos cobrar do aluno o amor ao seu município se ele não o conhece. Não se ensina a história municipal, a geografia com seus acidentes e economia, não se faz uma única incursão... Como essa realidade pode mudar?
Por outro lado, a falta de criatividade, conhecimento e mesmice, faz com que continuemos numa escola do passado. Quando surge alguma boa ideia, logo é atropelada pelo desânimo da “falta de condições das autoridades”. E o mestre que não é mestre de nada, não procura outras alternativas para realizar o que idealizou, desanimado com o enfado de cada dia.
O resultado é que o aluno se torna adulto e até precisa trabalhar em outra região do país, mas nem sequer identifica a história, a geografia e os hábitos do seu município, somente os poucos quilômetros quadrados do bairro ou do sítio em que nasceu.
Um dos grandes resultados da ignorância, também se reflete na política quando a população exige dos seus dirigentes honestidade e amor a terra. Ora se eles nada conhecem, ONDE ESTÁ O AMOR A TERRA?

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sexta-feira, 30 de maio de 2014

ACEITA UMA FRECHADA?



ACEITA UMA FRECHADA?
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de maio de 2014
Crônica Nº 1.200

Foto: Lucas Salomão, G1.

“Uma flecha é um projétil disparado com um arco. Ele antecede a história e é comum a maioria das culturas.
Uma flecha consiste de uma haste longa e fina, com seção circular, feita originalmente de madeira e agora também de alumínio, fibra de vidro ou de carbono.
Ela é afiada na ponta ou armada com uma ponta de flecha em uma extremidade, dispondo na outra de um engaste (nock) para fixação na corda do arco. Pontas de flecha são disponibilizadas em uma variedade de tipos, adequando-se ao uso que será feito da flecha, seja desportivo, caça ou militar. Próximo à extremidade posterior da flecha são colocadas superfícies de estabilização que constituem a empenagem da flecha, a fim de ajudarem na estabilização da trajetória de voo. Geralmente em número de três, as penas são dispostas ao redor da haste formando um ângulo de 120º entre si. Nas flechas modernas as penas são fabricadas em plástico e afixadas com cola especial.
Artesãos que fabricam flechas são conhecidos como "flecheiros", termo relacionado à palavra francesa para flecha, flèch
Conforme a flecha voa em direção ao alvo, sua haste irá entortar-se e flexionar de um lado para o outro, lembrando um peixe debatendo-se fora da água e caracterizando um fenômeno conhecido como paradoxo do arqueiro.
O equipamento, espécie de coldre ou estojo, usado para carregar as flechas usadas pelos arqueiros desde a mais remota antiguidade é chamado de aljava”.
Mas o povo brasileiro gosta de inventar palavras e associar situações. Conheci um sujeito, humorista por natureza, que bebia cachaça. Quando dava a sua hora de enfrentar o copo, dizia para os amigos: “Vou ali tomar uma frechada”.
Mas flechada de verdade ainda existe no Brasil moderno. Bem que o protesto dos índios em Brasília foi uma coisa inusitada. Devidamente caracterizados e pintados para a guerra, misturaram-se a outros descontentes e não foram ouvidos pelas autoridades. Deu no que deu.
Perambulando entre um prédio público e outro, os indígenas foram atacados pela cavalaria. Índio é bicho disposto, tome flechada num cavaleiro que talvez se julgasse do Apocalipse. Vai para o hospital o infeliz varado na coxa, pensar porque atacava os indefesos. Índios contra a cavalaria numa cena tipicamente urbana, e flechadas das boas repercutiram pelo globo.
Isso faz lembrar o tempo em que certo governador de Alagoas, mandou que a cavalaria massacrasse os professores diante do palácio, educadores que apenas queriam dialogar com ele. Os castigos de Deus não tardaram e ainda hoje o ditador sofre às consequências.
O meu compadre quer ser índio explorado, policial metido à besta, professor insatisfeito ou governador padrão bufa?
A única saída desse quadrado, amigo, é esquecer tudo. Vamos comigo, comemorar 1.200 crônicas escritas para o mundo! ACEITA UMA FRECHADA?



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