quarta-feira, 3 de setembro de 2014

AS SANDÁLIAS DE CABECINHA



AS SANDÁLIAS DE CABECINHA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de setembro de 2014
Crônica Nº 1.253

Em Santana do Ipanema, Alagoas, você pode chamá-lo Brito, Menininho ou Cabecinha, ele atende do mesmo modo. Homem folclórico que sempre acompanha as caminhadas cíclicas de um grupo santanense. Quando bebe, haja paciência para tolerá-lo. Mas Cabecinha é pacato cidadão e diverte bastante os companheiros das longas caminhadas.
Entre as suas narrat ivas de vantagens e desvantagens, Cabecinha aprendera não sei com quem a arte de sapateiro. Considerava-se então o ás da sola e do couro quando estava na tenda que o caracterizava. Mas, certa feita o tempo não estava para pescaria e Menininho resolveu espiar as nuvens, em busca dos seus caminhos. Tanto é que soube que em Paulo Afonso, cidade baiana, havia um sapateiro mor que estava contratando à vontade. Menininho resolveu não pensar duas vezes e partiu para a Bahia cheio de esperanças levando os picuás.
O disposto Cabecinha não falou se foi contemplar as cachoeiras famosas da cidade, mas que meteu os nós dos dedos na porta de madeira do homem procurado. Até que fora bem recebido ao apresentar-se como sapateiro. Sem perda de tempo, o talvez futuro patrão, mostrou-lhe um tipo de sandália, forneceu-lhe o material necessário e pediu para que ele confeccionasse uma sandália igual ao do protótipo. Enquanto isso iria resolver uns problemas mais adiante e voltaria logo. Cabecinha viu a grande oportunidade de mostrar-se o bamba de Alagoas. Danou o martelinho para cima e dentro de pouco tempo estava completamente pronta à sandália do homem.
Quando o dono do negócio chegou Cabecinha mostrou-lhe o artefato. O sujeito pegou a sandália, apertou aqui acolá, deu-lhe trancos e repuxos e indagou a Cabecinha com toda malícia acumulada na profissão: “O senhor garante fazer todas que eu mandar iguais a esta?” E Menininho, mais ancho de que pinto no lixo, respondeu com orgulho empregatício: “Garanto sim senhor”. Foi então que recebeu a amarga resposta: “Está despachado, isso não presta nem para brinquedo com bonecas”. E Cabecinha voltou ao seu estado mais triste do que urubu no inverno.
Sei não, compadre, mas as promessas políticas de campanha que se vê na televisão, não passam no teste das SANDÁLIAS DE CABECINHA.




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terça-feira, 2 de setembro de 2014

SEMÁFOROS, PELO AMOR DE DEUS!



SEMÁFOROS, PELO AMOR DE DEUS!
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de setembro de 2014
Crônica nº 1.252

O trabalho sobre o trânsito feito ultimamente em Santana do Ipanema mereceu elogios, tanto de condutores quanto de pedestres. É impressionante como o trânsito da cidade alcançou essa dimensão motivada pelo poder aquisitivo dos trabalhadores. A “Capital do Sertão” recebe diariamente vans, ônibus e carros pequenos de mais de 30 municípios do interior, inclusive de estados vizinhos. É Arapiraca no Agreste, Santana do Ipanema no Sertão. Contamos ainda com o segundo lugar em número de motos de todo o interior do estado. Vamos somando a isso os inúmeros transportes de estudantes do próprio município e de outros que procuram os serviços de escolas de todos os níveis, inclusive UFAL, IFAL e UNEAL. O trânsito havia chegado a um ponto que só perdia para a Índia. Felizmente chegou-se a um ponto que até parece mentira em sua disciplina.
O que acontece, porém, com o “pé de burro” que enterraram no cruzamento da Ponte General Batista Tubino, Avenida Barão do Rio Branco e Ponte do Urubu? Não é possível continuar essa mancha grave no trânsito trabalhado e aplaudido. A falta de um semáforo no ponto mais crítico de Santana é uma vergonha. Até parece que um objeto luminoso desse custa o dinheiro todo que se gasta em um hospital de grande porte.
 Levando o caso para os pedestres, não foram resolvidas ainda as duas travessias no Corredor do Aperto da Avenida Barão do Rio Branco, tanto no meio do corredor quanto no início. Não existe nada que facilite a travessia de pedestres que se arriscam perigosamente diante de um fila de carros nos dois sentidos, pior de que a Fernandes Lima, em Maceió.
O cruzamento da Avenida Pancrácio Rocha (BR-316) na altura da ponte sobre o riacho Camoxinga e o acesso ao Complexo Educacional é uma serpente à espreita de vítimas. Gravíssimo lugar de perigo e, finalmente a saída do Bairro Floresta para o acesso a Ponte General Batista Tubino que grita também por um sinal luminoso.
O interessante é que ninguém se mobiliza, nem Imprensa, nem sociedade organizada, nem edis e nem prefeitura.
Ficamos todos apenas aguardando um grito isolado de algum fantasma cavernoso: UM SEMÁFORO, PELO AMOR DE DEUS!




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