terça-feira, 10 de março de 2015

AS CUECAS DAS ALMAS



AS CUECAS DAS ALMAS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2015
Crônica Nº 1.384

Dona Hermínia não teve sorte na vida. Os filhos nasceram com problemas mentais, a exemplo de Agissé e Poni. Morava ao lado da igrejinha de São Sebastião, no comércio de Santana do Ipanema. Poni costumava frequentar a farmácia do senhor conhecido como Moreninho, contígua à casa de Dona Hermínia.
O saudoso contabilista José Fontes, criado pelo dono da farmácia ─ mais perto das ações de Poni ─ contava. Certa feita surpreendera o maluco sozinho, espiando o mundo. Escondeu-se na esquina e falou com voz cavernosa: “Poni, Poni, você tá sem cueca, Poni!”. O querido irmão de Agissé, olhando em todas as direções e não vendo ninguém, desafiou a quem o insultara, falando alto e aleatoriamente: “Sem cueca tá você, alma sem vergonha”.

Deputados e senadores faziam bastante pressão em cima da presidente, para que fosse apurado o caso Petrobrás. Alguns acusados das falcatruas, apanhados pelas investigações, resolveram optar pela delação premiada. Isso faz amenizar os rigores das condenações. Quem opta pela delação premiada, não pode mentir, pois, as investigações procuram encontrar a veracidade das informações. Caso não a encontre, o delator perde os benefícios a que teria direito. Diante da perspectiva de longo período na cadeia, quem vai mentir?
Pois bem, as operações tão solicitadas, apontaram através das delações dos que exigiam CPI, Polícia Federal e mais, o que a linguagem popular afirma: “O feitiço virou contra o feiticeiro”.
O resultado está aí. Quase todos os denunciados se dizem inocentes. E se os delatores estiverem falando a verdade, como fica agora? Essa botada federal é como se tivesse pegado todo mundo desprevenido. Os que nunca pensavam que poderiam ser alcançado, diante da profundidade do vício, foram surpreendidos “nus”. É como se os investigadores tivessem dito como o senhor José Fontes ao débil Poni: “Deputados, senadores, vocês estão sem cuecas”.
E esses ilustres senhores, não vendo saída, saem atirando para tudo quanto é canto: “Sem cuecas estão você, almas sem vergonhas”.
Será!?
AMANHÃ E SEXTA:POLÍTICA SANTANENSE, O QUE SE FALA NAS RUAS PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.


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segunda-feira, 9 de março de 2015

UM CÉU PARA INEZITA



UM CÉU PARA INEZITA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2015
Crônica Nº 1.383

Inezita (Reprodução).
Cumpriu a sua missão na terra com dignidade, brilhou a vida inteira e honrou o solo brasileiro. Tudo o que se disser sobre Ignez Magdalena Aranha de Lima (Inezita Barroso) ainda tem o que se dizer. Partiu aos 90 anos com o peito cheio de amor pela música sertaneja de raiz. Um presente real que o paraíso ganhou; uma lembrança eterna, iluminada, cheia de doçura que fica no país tropical.
“Ignez Magdalena Aranha de Lima, nome de batismo de Inezita Barroso, nasceu em 4 de março de 1925, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Filha de família tradicional paulistana, passou a infância cercada por influências musicais diversas, mas foi na fazenda da família, no interior paulista, que desenvolveu seu amor pela música caipira e pelas tradições populares. Começou a cantar e a estudar violão aos 7 anos.
Formada em Biblioteconomia na Universidade de São Paulo (USP), Inezita foi uma grande pesquisadora da música caipira brasileira. Por conta própria, percorreu o interior do Brasil resgatando histórias e canções. Reconhecida por este trabalho, foi convidada a dar aulas sobre folclore em uma universidade paulista. Pelo seu trabalho como folclorista, e por ser uma enciclopédia viva da música caipira e do folclore nacional, recebeu o título de ‘doutora Honoris Causa em Folclore’ pela Universidade de Lisboa.
Foi a primeira mulher a gravar uma moda de viola e era considerada a grande dama da música de raiz.
Na televisão, sua carreira começou com a TV Record, onde foi a primeira cantora contratada. Depois passou pela extinta TV Tupy e outras emissoras, até chegar à TV Cultura para comandar por mais de 30 anos o Viola, Minha Viola”.
Respeitada dentro e fora do Brasil, admirada, respeitada, líder musical, humilde e valorosa, Deus deve ter dito: “Tá bom Inezita, nota dez para o seu trabalho, retorne à base, minha filha”.
Ignez era uma estrela de primeira grandeza que veio iluminar a Terra por 90 anos.
Perdi a minha musa de “Viola, Minha Viola”.
Um céu para Inezita.
NÃO PERCA QUINTA E SEXTA: POLÍTICA SANTANENSE; O QUE SE COMENTA NAS RUAS PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.












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