quinta-feira, 9 de julho de 2015

COROA-DE-FRADE



COROA-DE-FRADE
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de julho de 2015
Crônica Nº 1.447

Foto: (coisas do sertão).

Entre tantas e tantas belezas sertanejas cantadas e decantadas pelos seus amantes, sem dúvida alguma, figura a coroa-de-frade. Planta, cujo nome científico é Melocactus bahiensis, representa um cacto do bioma caatinga que aprecia exibir-se em frestas de lajeiros. Chama atenção pela sua beleza exótica de forma arredondada com espinhos finos e grossos e altura modesta de até 12 centímetros. O cefálio (espécie de coroa bem rosada ou vermelha) é o que mais atrai os passantes e que parece sentar sobre a cabeça calva de um frade franciscano.
A coroa-de-frade é muito apreciada pela sua beleza, mas também utilizada para outros fins além da simples contemplação. Há quem use a planta para tratar dos rins e dos intestinos através de chás. Mesmo sendo rara, criadores a transformam em alimento para animais domésticos devido a sua reserva de proteínas e água. Pessoas mais experientes do bioma caatinga procuram transformar a espécie em bolos, doces e biscoitos.
Tem gente que usa o Melocactus na entrada do jardim de casa como planta ornamental, mas também contra demandas que, segundo a crença, se engancham em seus espinhos não conseguindo penetrar na residência.
Seu fruto é rosa e aparenta uma amêndoa. Em alguns lugares também é chamada cabeça-de-frade, é originária da América do Sul e gosta bastante do clima semiárido. Seu doce é apreciado em Sergipe, no sertão do Rio São Francisco, feito com água, açúcar, canela em pó e cravo. Suas flores surgem na coroa e são bastante procuradas pelas abelhas.
Como a coroa-de-frade, arrebatada para diversos fins, continua a caatinga sendo devastada, basta dá uma olhada nos quintais das padarias do interior.
Homem é bicho destruidor. O maior predador de si mesmo.


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quarta-feira, 8 de julho de 2015

OS DESONRADOS



OS DESONRADOS
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de julho de 2015
Crônica Nº 1.446

FAÇO MINHA AS PALAVRAS DA TRIBUNA DE ALAGOAS, SITE, COM O TÍTULO: “DILMA CHAMOU GOLPISTAS PARA BRIGA. VÃO ENCARAR”. 8.7.2015.
Eis na íntegra com título nosso da crônica

A entrevista da presidente Dilma Rousseff aos jornalistas Maria Cristina Frias, Valdo Cruz e Natuza Nery, da Folha de S. Paulo, teve um grande mérito: usou a palavra correta para denunciar o movimento antidemocrático que vem sendo liderado por determinada ala da oposição.
Ao ser questionada sobre se terminará ou não o mandato, Dilma foi direto ao ponto e disse que isso representa apenas o desejo de uma certa oposição "golpista".
O acerto só não foi completo porque Dilma evitou citar os nomes dos principais generais do golpe, que são Aécio Neves (PSDB-MG), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Agripino Maia (DEM-RN) e Roberto Freire (PPS-SP), que ainda contam com o apoio discreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Confundiram seus desejos com a realidade", disse Dilma. No último fim de semana, em entrevista ao Globo, Aécio falou abertamente em abreviar o mandato de Dilma, depois de usar como porta-voz seus mais fiéis aliados, que são Sampaio e Cunha Lima. No PPS, Freire afirmou que as "forças democráticas" resgatariam o País, ao justificar seu golpe. No DEM, a indignação parte de personagens como Ronaldo Caiado, acusado de caixa dois por Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira, assim como Agripino Maia, investigado por receber propina de R$ 1,1 milhão.
A todos esses, Dilma lançou um desafio no terreno da ética, quando foi questionada pela Folha sobre eventuais ataques à sua biografia. "Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem que é corrompido".
Na entrevista, Dilma fez jus ao aposto "coração valente" e sinalizou que está pronta para a briga. "Eu não quis me suicidar na hora que eles estavam querendo me matar", fazendo uma referência ao tempo em que foi presa política durante a ditadura militar. "A troco de quê eu iria me suicidar agora?"
Dilma também apontou as fragilidades da tropa golpista. "Não acho que toda oposição seja assim", afirmou. Governadores tucanos, como Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Marconi Perillo, de Goiás, pretendem seguir o relógio da democracia, que prevê eleições apenas em 2018. Governadores aliados, como Flávio Dino, do Maranhão, já começaram a se manifestar em defesa da presidente.
Ao longo desta terça-feira, a fala de Dilma repercutirá e será respondida pelos artífices do golpe, que, cada vez mais, terão que explicitar seus movimentos à luz do dia.


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