segunda-feira, 10 de agosto de 2015

LÁ SE VÃO AS ÁGUAS




LÁ SE VÃO AS ÁGUAS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.469

MANCHA DAS GARÇAS NO RIO IPANEMA,  AGUARDA FIM DE INVERNO. Foto: (Clerisvaldo).

A velha tradição do inverno alagoano, de novo se faz presente. Normalmente a estação chuvosa se encerra em meados de agosto, numa despedida entre sol e chuva que vai rareando com o “casamento da raposa”. A frieza vai se distanciando e dando lugar a nova mudança de tempo, não saudável, principalmente para os alérgicos e os sensíveis à doença dos pulmões. O esquentar gradativo do tempo, provoca a chegada dos mosquitos indesejáveis que atormentam o ser humano. Essa é a ocasião em que o sertanejo começa a se preocupar com o período que vem após o seu inverno, principalmente se ele não fez água. E fazer água na linguagem matuta é encher barreiros, barragens e açudes.
“O futuro a Deus pertence”, diz o homem do campo, mas a inquietação começa logo cedo com a pergunta que fica no espaço, se haverá trovoada entre o inverno que se finda e o inverno que virá. Esse ano, pelo menos, existe já a realidade do Canal do Sertão que irá amenizar parte do estado na estiagem que se aproxima. É certo, porém, que o canal não passa por toda biboca do semiárido alagoano, mas possui seus mecanismos para atingir os lugares que ainda não contemplaram a sua face. Mesmo assim, o prosseguimento dos trabalhos sem interrupções, não deixa de ser uma esperança para o sertanejo com essa oba considerada a nossa redenção.
Retiradas às safras do feijão e do milho, não nos resta muita coisa, pois deveria haver pelo menos uma lavoura de cunho industrial para complementar com dignidade a renda do agricultor. O algodão que se foi há muito com a tromba do “bicudo”, até hoje nos tirou o equilíbrio financeiro que nos assegurava as boas festas de fins de ano.
A tentativa, chocha, minguada, capenga em substituir o algodão por outra lavoura de indústria, parece esbarrar numa preguiça oficial sem força nenhuma de progresso. Como as ervas do campo, o agricultor é entregue à própria sorte, levando a meninada pela aridez do solo e pela barriga da necessidade.


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domingo, 9 de agosto de 2015

CACHAÇA COM CIMENTO



CACHAÇA COM CIMENTO
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.468

FÁBRICA DE CIMENTO ZUMBI. Foto: (Divulgação).
Jornais vivem de notícias ruins. São tantas e vulgares que nos enfadam e somem com elas à vontade de escrever. Uma vez ou outra, surge alguma coisa boa que até na sua pequenez merece um comentário.
É o caso da informação do jornalista Felipe Coutinho, sobre a cachaça alagoana de marca “Caraçuípe”. Eu até pensava que Alagoas não fabricava mais cachaça, pois há muito se deixou de falar na famosa “Azuladinha das Alagoas”. É surpresa, portanto, a informação que exista a Caraçuípe e que tenha sido eleita o 2º melhor destilado do mundo, no 12º Concurso Mundial de Bruxelas EdiçãoBrasil – Concurso Nacional de Vinhos e Destilados. Aconteceu o evento, segundo o jornalista, em 2 e 3 de julho no “Wine Weekend São Paulo Festival”. Foram premiados ainda outros cem rótulos, 49 vinhos e 51 cachaças.
De quebra ainda vem a estatística alcoólica: o brasileiro consome 11,5 litros de cana por ano na disputa de mais de 4 mil marcas que disputam o mercado. Os produtores chegam a 40 mil e movimentam mais de 7 bilhões com a bichinha.
A priori, a cachaça é produzida no município alagoano de Campo Grande.

A outra notícia refere-se à expansão industrial do estado, dessa vez com uma fábrica de cimento no Polo Industrial de Marechal Deodoro. A Empresa ─ que está em entendimento com o IMA ─ segundo Carlo Silva, sócio-diretor da indústria, irá gerar 90 empregos diretos. Quanto à produção, estimam-se em cerca de 500 mil toneladas de cimento por ano.
A equipe do IMA tem acompanhado o desenvolvimento da obra de instalação da fábrica, a fim de garantir a correta destinação dos resíduos que serão gerados com o funcionamento, além da comprovação do cumprimento das condicionantes feitas com a emissão das licenças”
O nome do cimento é forte, fácil e alagoano, vai pegar bem no mercado, trata-se do chefe do Quilombo dos Palmares: Zumbi.
O pó e o álcool se misturam em Alagoas.



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