sábado, 11 de junho de 2016

ALGODÃO-DOCE E O PESTE



ALGODÃO-DOCE E O PESTE
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de junho de 2016
Crônica Nº 1.530

Foto:(gideonimaran).
Saindo de casa fui surpreendido por uma presepada. Presepada era o termo que usávamos para algo inédito. Um ruído constante e repetitivo incomodava. Foi quando avistei vindo ao meu encontro, uma coisa que lembrava os tempos de criança. Um vendedor de algodão-doce. Não era naquele carrinho em que o produto é feito à vista do cliente, rodando uma manivela e surgindo o emaranhado do algodão, o céu da criançada. Esse vendedor vinha com uma vara às costas, onde pedaços de algodão-doce estavam pendurados, como os vendedores faziam transportando galinhas. O rapaz, no sol quente, usava chapéu de palha e mantinha uma cara sem sorrisos. Foi aí que descobri uma espécie de megafone automático, de pilha, com repetição constante e curta: olhe o algodão-doce! Olhe o algodão-doce! Olhe o algodão-doce!... Aquele barulho chato, cabuloso, irritante, poupava a voz do indivíduo, sem dúvida. Mas freguês nenhum tinha prazer em ouvir a geringonça pendurada no pescoço do vendedor. Imaginemos o produto descoberto, sujeito às moscas, à poeira e o sol o dia inteiro, para terminar no bucho das crianças!
Hoje, até cegos e aleijados usam as novas tecnologias para pedir esmola. O barulho incomoda terrivelmente e, ainda mais quando se mistura a outros sons sem controles, no Comércio.
Até que o vendedor poderia ser muito útil, se usasse aquela porcaria para rodear por meia hora o golpista, traidor e safado que em breve pagará o que fez.
FORA FIO DA PESTE! Ainda gritaria o vendedor de algodão-doce no seu pé de ouvido! 
* a foto não é a do meu vendedor.

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quinta-feira, 9 de junho de 2016

O ALERTA VEM DO CAMPO




O ALERTA VEM DO CAMPO
Clerisvaldo B. Chagas,9 de junho de 2016
Crônica Nº 1.529
Foto: (brasiloeste).

Em nosso trabalho “Repensando a Geografia de Alagoas”, vamos encontrando situações tanto como surpresas agradáveis, quanto desastrosas, principalmente no campo. Mas, dentro do assunto Geografia, um texto simples nos chamou atenção e passamos a reproduzi-lo. Tem o título: ‘O Vale do São Francisco e a Irrigação’.
“Em regiões como a do rio São Francisco um dos poucos rios perenes do semiárido construíram-se canais de irrigação para desenvolver uma agricultura moderna. As lavouras do vale do São Francisco produzem, anualmente, muitas frutas e legumes. As videiras (...) dão frutos o ano todo.
Técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ─ Embrapa ─ afirmam que se se cuidasse do solo, o vale do rio São Francisco, poderia ser tão desenvolvido como o estado da Califórnia nos Estados Unidos, uma região de características semelhantes.
Tudo depende de como serão resolvidos os problemas causados pela agricultura moderna no São Francisco. A situação do solo e da água piorou na região a partir de 1985, quando o governo incentivou a irrigação.
Irrigação não e chuva artificial. É uma técnica de produção de alimentos muito delicada. Exige conhecimento e especialização. Do contrário, ela pode salinizar os solos, um processo que se torna ainda mais intenso por causa da evaporação da água provocada pelo calor.
A irrigação tem que ser acompanhada de drenagem do excesso d’água. Da mesma forma tem que se estabelecer as verdadeiras necessidades de água de cada cultura e aplicar tantos milímetros quanto forem necessários. Especialmente nos climas semiáridos quando a irrigação é insuficiente e a evapotranspiração é maior há risco de salinização, se os solos contiverem altos teores de sais solúveis (do tipo carbonato, normalmente)”.
·         Atos do meio ambiente do Brasil, Brasília. Terra Viva/Embrapa,1996, p. 85.


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