quarta-feira, 12 de abril de 2017

O PÃO, O AÇÚCAR E A ORLA



O PÃO, O AÇÚCAR E A ORLA
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de abril de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.660

Pão de Açúcar vista do Cristo. Ilustração Wikipédia).
A notícia não poderia ter sido melhor tanto para Pão de Açúcar quanto para o Médio Sertão alagoano. Topografia plana, cidade ideal para o turismo no rio São Francisco, pela falta de estrutura foi perdendo terreno para Piranhas. A orla enorme com areia muito quente e sem abrigo ou algum tipo de atrativo, deixou o rio sozinho sem nada poder fazer. Quantas vezes saímos de Santana e arredores para um domingo em Jaciobá! Mas o banho sacrificado sem uma sombra sequer, próximo à cidade, tangia os visitantes para o pé do morro do Cristo, perigoso por ser habitat de piranhas. Isso foi desagradando aos turistas domésticos que fizeram a troca por outras cidades ribeirinhas.
Pão de Açúcar sempre teve tudo para ser um dos polos turísticos de Alagoas, mas parecia nem ligar para o potencial que possui. Portanto, a construção da sua orla oficial anunciada, parece finalmente querer resgatar tudo aquilo que sempre teve direito. Sombra por todos os lugares do projeto é preciso, ponto fundamental de reclamação dos de fora.
Pão de Açúcar, cidade de tanta cultura não pode ficar à margem do desenvolvimento sertanejo. Esperamos que agora seja sua grande vez. Após a construção da orla, muitas outras coisas precisam ser feitas para o turismo como o resgate do casarão onde D. Pedro passou a noite; organização dos transportes rumo a Grota dos Angi
cos, onde liquidaram Lampião; guias especializados para suas ruas, becos e casario, ressaltando a arquitetura. Serestas à beira do São Francisco; visitas ao artesanato e aos sítios arqueológicos e muito mais. Enquanto isso tudo se arruma, vejamos o que poderá ser o início de boa reviravolta:
“A Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes de Pão de Açúcar recebeu na manhã desta terça-feira, 11, a visita do superintendente estadual de Turismo, Francis Hulst, e do topógrafo e técnico do Instituto de Terras de Alagoas (ITERAL), José Valdec, com o intuito de realizar as medições da área onde será construída a orla da cidade”.
Caso seja concretizada a estrutura turística de Pão de Açúcar, poderá haver conexões com outras cidades sertanejas que não possuem um rio São Francisco, mas tem outras potencialidades tão procuradas hoje em dia.
Vamos torcer pelo Médio Sertão e a vinda de euros e dólares para os bornais sertanejos.


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terça-feira, 11 de abril de 2017

HELENA BRAGA NA RESERVA



HELENA BRAGA NA RESERVA
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de abril de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
1.659

Abraço simbólico na Igrejinha das Tocaias. Foto (Clerisvaldo B. Chagas).
Visando entender os biomas de Alagoas, particularmente a Reserva Tocaia com vegetação de caatinga, em Santana do Ipanema, aconteceu uma festa.
Dentro do Projeto Ambiental Reserva Tocaia, os alunos da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas foram conduzidos de ônibus até o local. Ali fizeram uma visita a chamada Igrejinha das Tocaias ─ vizinha à reserva ─ local onde aconteceu uma emboscada com mortes de inocentes no tempo da escravidão. Houve um abraço simbólico de alunos e professores em torno da igrejinha, cujo santo é São Manoel da Paciência. O episódio da emboscada tornou-se histórico porque aconteceu com a família de um dos netos do fundador da cidade em 1787. Dali os alunos seguiram até o local da emboscada, cem metros adiante, até uma grande pedra de onde partiram os tiros. Na ocasião, professores leram para todos, o Cordel do professor Clerisvaldo, segunda edição exclusiva para a escola e para o Projeto, a “Igrejinha das Tocaias, sua História”. Os alunos acompanhavam a leitura com a explicação do autor e o livreto de cordel na mão. Muitos foram até à pedra e chegaram até o cimo.
Em seguida fomos visitar o interior da igrejinha e fazer as devidas observações. Ainda cedo nesse turno matutino, todos entramos na Reserva Tocaia onde chuvas dos últimos dez dias transformaram a paisagem seca em um verde espetacular. Como o grosso das terras se concentra em área de serrote, fomos subindo a encosta pela trilha rodeada de mata nativa. Não chegamos até o topo dos 250 metros por questões de segurança, mas uma clareira plana nos deu suporte para as investigações da flora e da fauna da Reserva. Os alunos perguntavam e anotavam, discutiam o tema, ouvindo seus professores.
Infelizmente o guardião e dono da RPPN ─ Reserva Particular do Patrimônio Nacional, estava viajando, o que poderia ter ampliado o conhecimento dos visitantes. E nesta agradável manhã de temperatura amena e céu ameaçando chuva, os que fazem a Escola Helena Braga, após cumprida a missão, iniciaram a descida do Serrote Pintado. Conhecimento e festa para todos. Muito antes do meio-dia estava encerrada a visita que alcançou enorme sucesso entre professores e adolescentes.
A Escola continuará o projeto em sala de aula e, ao término, uma exposição fotográfica será exposta e apresentada por estudantes em vários lugares particulares e públicos sobre o “Pulmão Verde” preservado de Santana do Ipanema.


                                                                                      

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