O PÃO, O AÇÚCAR E A ORLA
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de abril de 2017
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica 1.660
Pão de Açúcar vista do Cristo. Ilustração Wikipédia). |
A notícia não
poderia ter sido melhor tanto para Pão de Açúcar quanto para o Médio Sertão
alagoano. Topografia plana, cidade ideal para o turismo no rio São Francisco,
pela falta de estrutura foi perdendo terreno para Piranhas. A orla enorme com
areia muito quente e sem abrigo ou algum tipo de atrativo, deixou o rio sozinho
sem nada poder fazer. Quantas vezes saímos de Santana e arredores para um
domingo em Jaciobá! Mas o banho sacrificado sem uma sombra sequer, próximo à
cidade, tangia os visitantes para o pé do morro do Cristo, perigoso por ser
habitat de piranhas. Isso foi desagradando aos turistas domésticos que fizeram
a troca por outras cidades ribeirinhas.
Pão de Açúcar
sempre teve tudo para ser um dos polos turísticos de Alagoas, mas parecia nem
ligar para o potencial que possui. Portanto, a construção da sua orla oficial
anunciada, parece finalmente querer resgatar tudo aquilo que sempre teve
direito. Sombra por todos os lugares do projeto é preciso, ponto fundamental de
reclamação dos de fora.
Pão de Açúcar,
cidade de tanta cultura não pode ficar à margem do desenvolvimento sertanejo.
Esperamos que agora seja sua grande vez. Após a construção da orla, muitas
outras coisas precisam ser feitas para o turismo como o resgate do casarão onde
D. Pedro passou a noite; organização dos transportes rumo a Grota dos Angi
cos,
onde liquidaram Lampião; guias especializados para suas ruas, becos e casario,
ressaltando a arquitetura. Serestas à beira do São Francisco; visitas ao
artesanato e aos sítios arqueológicos e muito mais. Enquanto isso tudo se
arruma, vejamos o que poderá ser o início de boa reviravolta:
“A Secretaria
Municipal de Cultura, Turismo e Esportes de Pão de Açúcar recebeu na manhã
desta terça-feira, 11, a visita do superintendente estadual de Turismo, Francis
Hulst, e do topógrafo e técnico do Instituto de Terras de Alagoas (ITERAL),
José Valdec, com o intuito de realizar as medições da área onde será construída
a orla da cidade”.
Caso seja
concretizada a estrutura turística de Pão de Açúcar, poderá haver conexões com
outras cidades sertanejas que não possuem um rio São Francisco, mas tem outras
potencialidades tão procuradas hoje em dia.
Vamos torcer
pelo Médio Sertão e a vinda de euros e dólares para os bornais sertanejos.
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