quinta-feira, 25 de maio de 2017

RUGENDAS



RUGENDAS
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de maio de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.677
 
Rugendas.
Quem se lembra dos nossos livros colegiais de História do Brasil? Mesmo surgindo de várias editoras diferentes, nunca deixavam de apresentar ilustrações de artistas estrangeiros e consagrados. Famosas pinturas feitas a óleo ou em aquarelas ajudavam de fato a fixar as lições dos textos. No geral os autores chamavam-nas de gravuras. Entre as gravuras que se apresentavam em nossos livros, ficaram mais conhecidas as que se referiam a Rugendas.
Mas quem teria sido Rugendas?
Johann Moritz Rugendas era alemão tendo nascido em Augsburgo, na Baviera em 29 de março de 1802. Pertencia a uma família de artistas e quando criança trabalhava de palhaço em um circo.
Moritz tornou-se pintor. Cursou a Academia de Belas-Artes de Munique, especialidando-se na arte do desenho.
Motivado pelo naturalista Alexander Humbolt (1769-1859) Rugendas viajou para o México em 1831com o propósito de andar pelas Américas com objetivo de reunir material para publicações. O sábio Alexander Humbolt é personagem bastante conhecido na Biologia, Geografia, Naturalismo e na Exploração.
No México Moritz começou a pintar a óleo, com técnicas italianas. A partir de 1834, excursionou pela América do Sul passando pelo Chile, Argentina, Peru e Bolívia.
Chegou ao Rio de Janeiro em 1845 onde retratou membros da família imperial. Adotando o nome artístico de Rugendas ia pintando o Novo Mundo em tudo que via pela frente. Cenas do Rio de Janeiro, o cotidiano da escravidão, trajes e costumes, tudo ia entrando para a coleção do pintor que prestou relevantes serviços ao Brasil.
Em 1846 partiu definitivamente para a Europa. Cedeu sua coleção de desenhos e aquarelas ao rei Maximiliano II, da Baviera, em troca de uma pensão anual e vitalícia.
Seus desenhos são amplamente conhecidos nas escolas do Brasil. Até eu precisei do seu engenho de cana-de-açúcar para ilustrar um texto de “Repensando a Geografia de Alagoas”.






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quarta-feira, 24 de maio de 2017

MUCUNÃ



MUCUNÃ
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de maio de 2017
Escritor Símbolo do Sertão de Alagoano
Crônica 1.676


Quando menino, ouvi muito falar da mucunã. Conheci inúmeros tipos de mato da caatinga, mas como não morava no Alto Sertão, deixei de conhecer algumas espécies vegetais que não aparecem no chamado Sertão Médio, onde fui nascido e criado. Sempre que precisávamos de mato medicinal que não havia em nossa região, encomendávamos aos que sempre viajavam para o alto onde havia a mucunã e a sacatinga, por exemplo. Mas estou me referindo a planta em si, porque aqui, acolá apareciam em nossa cidade, às sementes de mucunã também denominadas olho de boi.
Como brinquedo natural, nunca vi nada mais bonito e forte igual à semente de mucunã. Na verdade, nem me lembro como brincávamos com o olho de boi. Com a castanha, sim. Saímos pela rua poeirenta jogando uma às outras. O pinhão de goiabeira ou industrializado a que chamávamos de pinhão de praça, o ioiô e a ximbra também vindos da indústria nos causavam grande alegria.
Quando deixei essa crônica em repouso para a publicação, o amigo Daniel falou sobre a égua Mucunã do seu avô. Coincidência. Puxei a crônica e estou editando.
O que ouvíamos falar muito naquela época, era sobre as secas brabas de 1932 e 1915 em que o povo, diziam, comia até farinha de mucunã. E como a semente era considerada venenosa, representava um risco de vida mais evidente de que a seca.
Somente agora pela Internet vim a conhecer um pé de mucunã: planta trepadeira de flores roxas, vargens peludas e urticantes que produzem quatro ou cinco sementes de olho de boi.
Ah! Dizem alguns artigos curtos sobre a mucunã que ela é afrodisíaca, cura isso, cura aquilo e aquilo outro e, eu fico me perguntando se é o mesmo olho de boi que precisava lavar em sete águas para usar como alimento!
De qualquer maneira “não quero corja” nem com a mucunã braba do sertão, nem com a bestinha manhosa do avô de Daniel.

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