segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

SUBINDO E DESCENDO SERRAS


SUBINDO E DESCENDO SERRAS
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.245

SERRA DAS PIAS. (FOTO: B. CHAGAS).
Os montes sempre fascinaram pessoas comuns, poetas, pesquisadores e religiosos. Todos são pessoas, mas o fascínio faz morada em cabeças especiais. Desde os tempos bíblicos que as grandes elevações do Oriente Médio atraem habitantes e peregrinos como poderosos imãs de segredos.
Em Alagoas as serra são modestas girando em torno dos mil metros para baixo. Encontramos belas muralhas da natureza na Mata, Sertão e Agreste, cada qual mais simpática e atrativa do que as outras. Fontes de pomares, nascentes e vegetação de porte, hoje em dia as serras também vão sendo desmatadas, lixiviadas e amargam prejuízos para a Natureza e o Homem.
Entre tantos montes famosos do estado, é destaque também a serra das Pias, no município de Palmeira dos Índios. Encosta na divisa com Pernambuco e liga por rodovia àquela cidade a Bom Conselho (PE). Ainda hoje se discute sua denominação: Pia ou Pinhas? O mais provável é que o correto seja serra das Pias, apesar de Palmeira dos Índios ser chamada de “Terra da Pinha Doce”. Mas o plantio do produto em grande escala, ainda é recente. Isso não quer dizer que não existam pinhas na serra, mas a denominação se perde no tempo. Em Alagoas, chamamos as rochas que acumulam água da chuva de “caldeirão”, “pilão de pedra” e “pedra d’água”.  Em Sergipe é costume chamar esse fenômeno de “pia”. Pernambuco também,
Seguindo a tradição de Sergipe algumas partes fronteiriças de Alagoas, no rio São Francisco, confirmam essa tradição. Exemplo: temos a chamada “Pia de Corisco”, lugar frequentado pelo famoso cangaceiro e onde nasceu o filho de Dadá e seu, Silvio Bulhões.
Inúmeras vezes subi e desci a serra das Pias em automóvel e ônibus com destino a Garanhuns, Arco Verde, Caruaru ou mesmo Recife. Ninguém fica indiferente à altura e a falta de segurança. Presenciei várias mudanças na paisagem, entristecido com o desmatamento (foto abaixo).
Pois, o topônimo “serra das Pias” parece o mais correto por existir essas “pias”, lajeiros, lajedos ou lajeados, rochas côncavas que afloram e acumulam água.


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domingo, 12 de janeiro de 2020

FUGINDO DO MUTANGE



FUGINDO DO MUTANGE
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.244

Estadio Gustavo Paiva. (Foto: GazetaWeb.com

Mutange é um bairro de Maceió localizado às margens da laguna Mundaú. Por sua vez a laguna é formada e alimentada pelo rio de igual nome. Fica na área do grande e antigo Bairro b. Era por ali que chegavam trens, pessoas e automóveis vindos do interior de Sertão e Agreste. Região onde foram edificadas faustuosas residências no passado, como fuga da agitação do Centro. Foi por ali que em 1938 entraram as cabeças de Lampião, Maria Bonita e mais nove sequazes, em célebre cortejo de veículos e pessoas. Imprensado entre barreiras e laguna, está situado o Estádio Gustavo Paiva – construído na década de 1920 – refúgio do CSA, o “Azulão da Lagoa”. Pode haver outro significado, porém o Dicionário Informal cita a palavra Mutange como indivíduo tratante, covarde, fracalhão.
Pois bem, com o afundamento dos Bairros, Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro, a situação passou a ser crítica. Nesse caso, uma coisa vai provocando outras como desgraças interligadas. Chegam às denúncias de que as águas da laguna Mundaú estão se aproximando do Estádio do Mutange. O CSA vai deixar o local, mas não foi anunciado para aonde irá o Azulão. De qualquer maneira é complexo um novo plano para futura sede e estádio particular. Em minha opinião – uma apenas entre milhares de torcedores azulinos – seria às margens da estrada que estar sendo aberta: Benedito Bentes – Jacarecica. Região alta e plana de tabuleiro.
Ah! Não deixo de pensar na minha terra, onde o Estádio Arnon de Mello, particular do clube Ipanema, permanece colado ao Cemitério Santa Sofia. Sem rio, sem lagoa, sem barreiras, nunca teve problemas com os mortos.
E agora, como será o novo apelido do “Azulão do Mutange”? A cor do céu continuará a mesma, mas, e o complemento? “O Azulão dos Tabuleiros”? Vamos aguardar a nova fase do Centro Sportivo Alagoano, para torcer, aplaudir e apoiar.
ADEUS, MUTANGE, ADEUS MUNDAÚ.






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