terça-feira, 2 de junho de 2020

NADA DE MEIA SOLA


NADA DE MEIA SOLA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.316
PONTES INVADIDAS PELAS ÁGUAS EM
MARÇO. FOTO: (ÃNGELO RODRIGUES)

É fato que o Rio Ipanema e o riacho Camoxinga encontraram  verdadeiras ruas nos leitos, em trechos urbanos. Até oficinas e garagens estavam implantadas nos caminhos das correntes, mas não somente isto, tinha um verdadeiro cemitério de carcaças, principalmente no riacho Camoxinga, depois da ponte do Estadual. Geladeira, televisão e até poltronas, colchões e camas descartadas no leito do afluente faziam parte do esgoto em que o riacho foi transformado. Uma ou outra pessoa vez em quando advertia nas rádios da cidade. É muito difícil educar o povo e, sem campanha nem inspeção e multas, cada um faz o que quer, destruindo o nosso meio ambiente já bastante massacrado. Mas isso faz lembrar onde seria o lugar correto para o descarte de carcaças de eletrônicos, móveis e pilhas, tanto normais quanto pilhas tipo palito
Não podemos continuar contaminando o nosso solo e subsolo. Pilhas e baterias, conforme os tipos, podem conter mercúrio, chumbo, cádmio, litio, enxofre e níquel. Para descartar não devem ser jogadas em lixo comum. Em casa, procurar colocá-las em saco plástico resistente para não haver vazamento e levar para os pontos indicados pela Prefeitura local. Dali elas serão recolhidas e enviadas para a reciclagem. Mas onde são esses locais em Santana do Ipanema? E os móveis e carcaças de eletroeletrônicos como descartar? Mesmo que existam devem ser amplamente divulgados. Recebemos informações de que, defronte a escola Padre Francisco Correia e a escola Ormindo Barros, existem coletores para pilhas e baterias, mas está faltando ampla divulgação.  As escolas também deveriam esclarecer isto a seus alunos, uma vez que hoje todos possuem celulares. Ampliar os postos de coletas em todos os bairros e muita divulgação é necessário. Afinal o problema é muito sério.
Quanto ao descarte de eletroeletrônicos ainda não temos conhecimento de como proceder para o descarte São tão perigosos quanto  pilhas e baterias, e o povo desinformado. Para se livrar dos móveis e semelhantes, também não temos orientação coletiva nenhuma. Lá vão eles para o riacho Camoxinga e rio Ipanema. Com todo respeito à Secretaria de Meio Ambiente de Santana do Ipanema, o tema precisa de muita atenção e carinho. Não deixemos para seguir na rabeira da fila dos municípios alagoanos. Vamos ser exemplo. Estão aí a AGRIPA e as unidades escolares para um trabalho conjunto e eficiente.
Mãos à obra

                                                                                            


Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2020/06/nada-de-meia-sola.html

segunda-feira, 1 de junho de 2020

JUMENTO SERTÃO


JUMENTO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 1 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 2.315
 
JUMENTO NO IPANEMA. (FOTO: B. CHAGAS).
Desde o descobrimento do Brasil, os portugueses trouxeram asnos que tiveram que se adaptar e sobreviver, desenvolvendo-se por séculos, resultando nos animais atuais. Surgiu à partir da necessidade de um animal de trabalho, forte, resistente e adaptado ao clima local. Embora de origem antiga e indefinida, existem especulações sobre sua origem. Especula-se que seja descendente de cruzamentos entre os jumentos de raças europeias (principalmente ibéricas) e africanas, como a egípcia. É utilizado para montaria, tração e animal de arado, embora seja consumido como alimento, ocasionalmente, no nordeste. Eram muito abundantes, mas com a mecanização do campo, o uso de caminhões para transporte de cargas e a utilização de motocicletas como meio de transporte seu uso ficou cada vez mais restrito, com muitos animais sendo soltos e vivendo por conta própria, muitas vezes causando acidentes de trânsito nas estradas nordestinas e outros problemas. (Wikipédia).
Na foto, vemos um jumento amarrado num campinho de futebol improvisado no leito seco do rio Ipanema. Ao redor, mato verde medicinal, inclusive, a carrapateira que dá o fruto explosivo carrapato (mamona), que produz o azeite, vermífugo e combustível. O azeite de mamona foi muito utilizado para iluminar as ruas. Hoje e sempre foi utilizado pelo carro de boi para que seu eixo fique cantador. Ao fundo da foto vê-se o serrote do Gonçalinho onde se encontra instalado um complexo de antenas. Mirante e ponto turístico fácil de ser alcançado por automóvel, o trajeto é calçado da base ao topo do serrote que deslumbra em visão parcial da parte Leste de Santana. O serrote também é chamado Micro ondas por motivo das antenas.
Em alguns lugares do sertão nordestino, já existe criador de jumentas para a produção de leite. Dizem que é um combatente da alergia e o mais parecido com o leite humano. Caríssimo o leite e, uma fortuna um queijo de leite de jumenta. O animal poderia ter tido um futuro mais generoso do que ser abandonado nas rodovias do país, alvo dos espertalhões que procuram vendê-los para o abate.
Jumento também é chamado de jegue e possui vários apelidos, muitos improvisados.
Foto detalhes da vida cotidiana e invisível do Sertão.






Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2020/06/jumento-sertao.html