quinta-feira, 8 de setembro de 2022

 

CALDEAMENTO NA LÍNGUA DO POVO

Clerisvaldo B. Chagas, 8/9 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.764

 

Assim como em outros estados, Alagoas também tem seus nomes de cidades que parecem estranhos para outras partes do País. É que nós somos originários de portugueses, africanos e indígenas, principalmente. Algumas cidades do Brasil, assim como Alagoas, preferiram permanecer com as denominações iniciais colocadas pelos índios, africanos ou portugueses. Temos, porém, cidades e outros lugares com denominações colocadas por imigrantes, entre outros, italianos, poloneses, americanos, alemães e russos. Mas é gratificante saber do orgulho municipal em manter seus títulos tradicionais, por mais estranhos que sejam. Inclusive, em nosso estado duas cidades estão com nomes não corretos na Língua Portuguesa, mas pelo jeito, não pretendem fazer as devidas correções, ambas estão na região do Agreste.

Voltando a nomes estranhos, isto é, que causam curiosidades  nos de fora, vamos citar apenas cinco deles em Alagoas, mas já abordamos esse assunto em volume nacional. Isso nos faz lembrar quando um parente, da cidade de Monteirópolis, pediu em São Paulo uma passagem para a cidade de Jacaré do Homens, em Alagoas. O cidadão que vendia bilhetes, respondeu que “não estava ali para brincadeiras”. Isso faz mais de 30 anos. Pequena discussão se formou e, a pedido, o bilheteiro teve que consultar o Guia de Cidades do Brasil. Estava ali: “Jacaré do Homens”, em Alagoas. O que é que tem demais um jacaré aparecer num riacho de propriedade dos homens? (dos homens ricos).

Mas voltemos ao miolo do tema. Arapiraca, Paripueira, Jaramataia, Coruripe e Ibateguara. No caso de Arapiraca, já foi amplamente divulgado que é nome de árvore frondosa da região.

Coruripe – Significa “no rio dos sapos”.

Paripueira - Praia de águas mansas.

Jaramataia – Árvore de origem africana; arbusto.

Ibateguara – Lugar alto.

São nomes de origens indígenas. Sobre Ibateguara, perguntávamos a um cobrador de Van, se era longe de Maceió, Ibateguara. Depois de responder à pergunta, o rapaz complementou: Lá faz um frio da peste!” Está aí a justificativa, a altitude.

A Jaramataia está sendo usada por populares para cura do câncer.

A propósito, você sabia que JATIÚCA significa carrapato? Pode ser o aracnídeo ou o fruto da carrapateira (mamona), planta que proliferava na região.

Licença que agora vamos a Maragogi: Rio dos Maracujás, falou o índio.

PLANTA JARAMATAIA (FOTO: PENTEREST)

 

 


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terça-feira, 6 de setembro de 2022

 

RIO CORURIPE

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.763

 


Veja que belíssima descrição sobre o rio Coruripe, pelo saudoso mestre da Geografia Alagoana Ivan Fernandes Lima:

“Coruripe vem da serra do Bonifácio (município de Palmeira dos Índios), na base da escarpa ocidental, atravessa uma parte de Agreste, forma o açude de Igaci. Chega a Limoeiro de Anadia onde se aprofunda no vale e continua a demandar o Atlântico; é cruzado pela ponte da BR-11 Sul, junto a Alto dos Garrotes, nos limites do cristalino, para abrir nos tabuleiros seu vale que se amplia ainda mais, à jusante passa na Usina Coruripe, que lhe ocupa um treco do terraço na margem esquerda. Desta cidade até o mar, alarga-se numa várzea rasa e facilmente inundável, dando a ideia de ter existido, nessa parte, uma lagoa; as marés avançam pelo leito acima, e em face disto foi construído um canal artificial que facilita o melhor escoamento das águas, e não se espalha mais as do mar, salgando-lhe as terras. A cana-de-açúcar ocupa-lhe a grande área do baixo vale, e também a pecuária e uma regular policultura.

Já foi plenamente navegável até Coruripe nos tempos dos engenhos de açúcar, mas é de se presumir, como outros rios em idênticas condições, ter sido o uso intenso das terras do vale para tal fim que acelerou o entulhamento do próprio talvegue, causando a perda de profundidade, o que tem prejudicado a sua navegabilidade.

Sua foz está claramente orientada para oeste e uma simétrica restinga é a responsável pelo desvio, quando o rio desembocava em meio da enseada que se abre na parte anterior do Pontal de Coruripe, a qual se acha um pouco interrompida pela formação de uma linha de recifes que une seus extremos de forma recurvada.

Seus principais afluentes pela margem direita: Panela, Vitorino e Riachão; pela esquerda: Lunga, Cruzes e Francisco Alves”

TRECHO NAVEGÁVEL DO RIO CORURIPE (FOTO: PINTEREST)

 

 


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