quinta-feira, 10 de novembro de 2022

 

PROCURANDO JEGUE

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de novembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.798

 


Terminado o resgate da história dos curtumes em Santana, conferimos tudo. O documentário deve constar, quando impresso, em cerca de 50 páginas ao todo, que será mais um opúsculo de altíssimos valor histórico para o nosso município santanense. O resgate da localidade Maniçoba/Bebedouro, trás detalhes impressionantes nesse trabalho único e inédito da cidade que vai surpreender enormemente esta geração. O título já foi escolhido: “Santana: Reino do Couro e da Sola”. Uma vez quase concluída a missão, como sempre fizemos em nossas obras, todos os títulos saíram das nossas ideias, assim como as sugestões de capa, coisa que nunca abrimos mão para terceiros. Qual seria a imagem ideal para a capa?

Falamos de tantas coisas: usos, costumes, folclore, artesanato, fábricas de calçados, couro, sola, cinza, angico, cal, jumento, burro caçuás, matança, intendência, estradas, rio, emprego, comércios, chapéu de couro e assim por diante, mas vimos que a melhor capa seria a dinâmica dos transportes da época que conduziam o couro, a sola, a cinza, a casca do angico, a cal e muito mais. Daí sairmos procurando na cidade, no centro e na periferia um jegue ou burro conduzindo alguma carga. Rua acima, rua abaixo, nem um jegue, nem um burro, sequer um carro de boi. Riámos por dentro, mais forte do que aquela gargalhada kkkkkk de Whatzapp. Procurando jegue, procurando burro para uma foto supimpa e nada!... Os bichos brutos viraram motos.

Em um dia de sábado também outra vez reviramos a cidade e não encontramos um único carro de boi.

Recorremos, então, a Internet, mas nada da cena que estava na cabeça. Por fim, resolvemos fazer uma montagem, embora sejamos “pernas de pau” no manejo do computador. Finalmente saiu a capa do livro opúsculo: Santana: Reino do Couro e da Sola. Dois burros (muares) cargueiros fotografados de frente, transportando mercadoria em caçuás. Ótima e bonita estrada, ao fundo um céu vermelho de final de dia, letras brancas, pretas e intermediárias. Uma capa apaixonante que nos fez vibrar de satisfação por uma tarde inteira. Triste de quem não é desenhista. Pelo visto já estamos vivendo mesmo no tempo em que passado é de fato passado.

Que missão, hem! De caçador de jumento.

CHAPÉU DE COURO NO SÍTIO CAVA OURO, EM SENADOR RUI PALMEIRA (FOTO: MARCELLO FAUSTO).

 

 


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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

 

CRESCIMENTO

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de novembro de 2022

Escritor símbolo do sertão Alagoano

Crônica: 2.797

 


Numa caminhada breve por alguns pontos de Santana, fomos conversando com pessoas de outras cidades e dos sítios santanenses, sempre recebendo a admiração de “como Santana está grande!”. Naturalmente respondíamos a essas exclamações concordando o crescimento em algumas regiões da cidade. Mas, desta feita não apontamos lugares específicos, simplesmente porque Santana cresceu mesmo por todos os bairros. A expansão atual é para o norte, sul, leste e oeste.  Como a cidade está crescendo assustadoramente, podíamos antes até dizer sobre o comércio novo que ia acompanhando alguns desses bairros. Porém, hoje já não podemos falar assim, tudo está acompanhando tudo. Onde vai chegando o loteamento, chega com ele, o mercadinho, a farmácia, o salão, a escola e assim por diante.

Quase caíamos de costas com uma dessas surpresas, quando resolvemos transitar por novas estradas pavimentadas por trás do prédio do DNIT, no Bairro Camoxinga. Inúmeras e inúmeras casas novas, inclusive com primeiro andar, “invadiram” a antiga fazenda do saudoso Isaías Rego que vai desde a descida do Bairro Lajeiro Grande em direção ao rio Ipanema, até os fundos do DNIT, que havia sido loteada. Já mais abaixo desse loteamento, mais uma surpresa.  Outro gigantesco loteamento vizinho que vai das últimas casas construídas – inclusive muitos pedreiros trabalhando nessas casas - surgiu daí até às margens do rio, local da continuação da tão conhecida barragem.  É o loteamento do Colorado II, ainda limpo e promovendo suas vendas de terrenos.

Podemos apreciar na foto abaixo, o terreno do Colorado II, imediatamente abaixo do loteamento já ocupado de Isaías Rego. Na parte superior da foto, pedaço de muro de terreno já ocupado, o limpo da fotografia: Colorado aguardando compradores e, ao fundo da foto, extenso jardim de árvores craibeiras seguindo paralelamente o rio Ipanema que margeiam a barragem, leito seco no momento. O outro lado da barragem, margem direita, já é uma “nova” cidade com tantos prédios seguindo o rio em direção às nascentes. Assim ficou muito mais bela a saída de Santana rumo ao alto Sertão e Poço das Trincheiras. Não houve visita programada, mas sim, apenas uma olhada para a nova paisagem, infelizmente em hora imprópria para fotografias, quando a qualidade não é das melhores.

NOVO LOTEAMENTO COLORADO II NA MARGEM ESQUERDA DA BARRAGEM (FOTO: B. CHAGAS).


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