É DE SE CHORAR Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2015 Crônica Nº 1.462 EDIFÍCIO PALMARES. Foto: (Janylle Bezerra). Fala...

É DE SE CHORAR



É DE SE CHORAR
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2015
Crônica Nº 1.462

EDIFÍCIO PALMARES. Foto: (Janylle Bezerra).
Falamos já sobre os antigos prédios de Maceió e do Recife, notadamente, dos que estão localizados no comércio. Mas, sobre os prédios antigos mesmo, inclusive a situação de abandono e risco. Poucos dias depois, houve o incêndio em loja comercial famosa do centro de Maceió e logo após, a depredação do miolo do Edifício Palmares.
Parece mentira o absurdo de uma repartição nacional deixar que um prédio ainda da década de 60, situado em uma das áreas mais nobre e valorizadas da capital chegar ao ponto em que chegou o Edifício Palmares. Edifício muito bonito, por sinal, vizinho à Praça Palmares, centro comercial, cultural e histórico de Maceió, perto de tudo.
Transformada, praticamente, em comércio livre, a praça encheu-se de barracas onde se oferece inúmeros serviços, numa espécie de mercado persa. Por ali, rodeando e cortando a praça, existe um intenso movimento de ônibus, táxis e automóveis particulares que facilita e ao mesmo tempo azucrina os passantes. Ainda vizinho funcionou o antigo e famigerado hotel Bela Vista (hoje demolido) que hospedou as cabeças de Lampião e Maria Bonita na última noite em Maceió, antes do traslado para Salvador. Nas imediações funcionou também o edifício do PRODUBAN e outras repartições estaduais e federais que sempre foram referências na capital.
Por isso ou por aquilo, após o abandono do prédio belo e caríssimo e a depredação, o INSS que se livrar do “cavalo branco”, mas não encontrou ninguém interessado em adquiri-lo. “Será o Benedito!”
Nenhum interessado em participar do leilão do Edifício Palmares compareceu, na manhã desta terça-feira (28), à sede do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), no centro de Maceió, para arrematar o prédio. Com isso, o futuro do imóvel, que já abrigou diversos órgãos públicos, continua incerto”.
(...) “Ainda assim, por ficar numa área de 8.615m², em pleno centro de Maceió, foi avaliado em R$ 8,98 milhões”.
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A MORTE DE LAMPIÃO (IX) Clerisvaldo B. Chagas, 28 de julho de 2015 Crônica Nº 1.461 Vamos resumir em uma crônica, cerca de 20 p...

A MORTE DE LAMPIÃO (IX).



A MORTE DE LAMPIÃO (IX)
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de julho de 2015
Crônica Nº 1.461
Vamos resumir em uma crônica, cerca de 20 páginas ricas em detalhes.
28.07.1938. (Quinta-feira).
Segundo o autor da tese do envenenamento.
Madrugada ainda quando Maria Bonita faz o café, Lampião e mais cerca de três cangaceiros, tombam ao prová-lo. Lampião caindo sentado na rede, já sem vida, começa certo alvoroço no acampamento. As três volantes estão em suas respectivas posições, quando o intenso tiroteio, inclusive com metralhadoras, acontece para dentro da grota. Os cangaceiros, desesperados não sabem o que fazer. Escuro, frio, neblina e fumaça. Alguns atiram e fogem, outros resistem e morrem quando a grota dos Angicos vira um inferno repentino.
No entrevero, que vai amainando, estão mortos alguns cangaceiros e outros feridos e ainda vivos, vão sendo torturados até a morte. Entre os que ainda estão com vida, Maria Bonita é degolada viva. Após o saque ao acampamento, o comandante ordena que cortem as cabeças dos cangaceiros mortos. Houve uma cena dantesca narrada pelo cangaceiro “Paturi” que se escondeu na pequena furna e tudo presenciou.
Entre os mortos do bando estão os cangaceiros: Lampião e Maria Bonita, Quinta-feira, Mergulhão, Enedina, Luiz Pedro, Elétrico, Moeda, Alecrim, Colchete II e Marcela.
Da parte da polícia foi morto o soldado Adrião Pedro de Souza e ferido o comandante das três volantes, tenente João Bezerra.
Os outros cangaceiros conseguiram escapar, diante da confusão, neblina e fumaça.
As cabeças dos cangaceiros mortos foram salgadas e colocadas em sacos, pendurados em caibros e transportadas pelos soldados até o rio São Francisco. Os corpos dos bandidos eliminados ficaram amontoados sob pedras.
Os sacos com as cabeças subiram o rio em canoa até à cidade alagoana de Piranhas de onde partiram as volantes para o ataque. Ali houve muita festa das tropas e do povo, desfiles de soldados pelas ruas e exposição macabra das cabeças na porta da prefeitura.
As cabeças dos onze cangaceiros mortos foram exibidas ainda em várias cidades como Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Maceió e em alguns povoados.
Com a morte do chefe, os cangaceiros que escaparam da hecatombe tomam três destinos diferentes: uns se entregam à polícia, outros procuram fugir para destinos como São Paulo e, outros ainda, bem poucos, continuam perambulando sem rumo certo pelas caatingas.
Oficialmente é considerado extinto o fenômeno Cangaço no Nordeste, consolidando-se com a morte de Corisco, dois anos depois.
·         Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B. & FAUSTO, Marcelo. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.
   FIM DA SÉRIE DE NOVE CRÔNICAS. 


LAMPIÃO, O CERCO FATAL (VIII) Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2015 Crônica Nº 1.460 Tentaremos resumir 27 páginas em um...

LAMPIÃO, O CERCO FATAL (VIII)



LAMPIÃO, O CERCO FATAL (VIII)
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de julho de 2015
Crônica Nº 1.460

Tentaremos resumir 27 páginas em uma crônica.
27.07.1938. (Quarta-feira).
São cinco frentes nos acontecimentos.
Joca do Capim, com raiva da esposa por um motivo e de Pedro de Cândido, por outro, quer entregar o bando às volantes. Em Piranhas, dia de feira, João Bezerra tem partido e, Joca fica aguardando a chegada de Aniceto.
No coito, Lampião pede a Durval para vir no dia seguinte, levar a máquina de volta e receber o dinheiro das carnes consumidas. Somente bodes para levar foram 36.
Em Piranhas, Pedro combina com Bezerra ou na noite anterior ou naquela manhã sobre o envenenamento. Envia um telegrama para ele mesmo como se tivesse sido chamado para o Moxotó. Os coiteiros vão contar a Lampião.
À tarde, chega Aniceto em Piranhas e logo Joca conta tudo e manda apertar Pedro de Cândido. Aniceto passa telegrama para Bezerra dizendo que o boi está no pasto.
Combinam-se para se encontrar em Pedra. Ali se encontram Aniceto, Bezerra e o aspirante Francisco Ferreira que tem volante pronta e é espião do governo contra o tenente João Bezerra. O aspirante discute com Bezerra que não quer levá-lo. Chega Domingos dos Patos trazendo recado de Pedro de Çândido.
Depois do meio-dia Pedro foi levar a carga envenenada a Lampião, com a ajuda de Durval.
Perto de Pedra, após a discussão, as três volantes partem juntas para Piranhas. Levam metralhadoras emprestadas. Chegam a Piranhas já à noite e com chuva. Arranjam três canoas e descem o rio, mas só os comandantes sabem para onde.
No coito um vento frio encanou pelo grotão. Os bandidos se recolheram no escuro e somente uma vela permanecia acesa na barraca de Lampião. Maria Bonita, emburrada com Lampião, conversava com Cila em uma pedra.
A tropa manda buscar Pedro de Cândido e que forçado, vai guiá-la até a grota, juntamente com o irmão Durval.
Após várias peripécias, as três volantes estão diante do coito ainda antes de amanhecer o dia, guiadas por Pedro e Durval. As volantes dividem-se em várias frentes e surpreendem os bandidos ainda com escuro, frio e neblina.
É feito o ataque que termina com onze cangaceiros mortos e um volante. Lampião e Maria Bonita desencarnaram.
*Narrativa baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B. FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.
Amanhã: última crônica da série.