CADEADO NO MATADOURO Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio e 2016 Crônica Nº 1.512 Matadouro de Santana, fundos para o rio Ipanema...

CADEADO NO MATADOURO



CADEADO NO MATADOURO
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio e 2016
Crônica Nº 1.512

Matadouro de Santana, fundos para o rio Ipanema. Foto: (Clerisvaldo).
Décadas mais décadas e mais décadas, o matadouro de Santana do Ipanema é uma vergonha. Uma machadada na saúde da população regional. Nem é preciso contar as misérias do interior daquela casa, quando a fedentina externa fala por si só. Além da falta total de higiene e a degradante poluição do rio Ipanema, era de causar vômitos o que se via por ali.
Nunca houve esforço algum por parte das autoridades para solucionar definitivamente o problema do matadouro quanto o do próprio Mercado de Carne, onde a fedentina também impera.
Mesmo a prefeitura não tendo responsabilidade sobre o matadouro, mas ali está o representante do povo eleito para resolver os problemas do município. Por outro lado, mais de duzentos marchantes também nada fazem em benefício da classe, cada um por si que se lamuria nas horas de aperto.
Se o gestor público tivesse chamado todos os marchantes e pedido para que eles fundassem uma associação ou coisa semelhantes, poderiam lutar juntos para a implantação de um abatedouro moderno em Santana. Ou caro ou barato, tentaria ajuda dos governos estadual e federal, com uma unidade que poderia atender a todo o sertão alagoano, cuja verba circularia completamente na cidade, criando inúmeras oportunidades de emprego. Mas ninguém que fazer nada além do paliativo. Entra gestor e sai gestor. O ignorante por ignorância e o sabido pela sabedoria não empreendem o menor esforço para resolver o problema, pois, povo no cabresto é voto certo, é voto de favores a sobrar dinheiro que ninguém sabe para onde vai.
A associação dos avicultores em Santana resolveu o seu problema de abatedouro e câmara fria, por que os marchantes não conseguem?
Ninguém espere muita coisa desses gestores de três décadas para cá e os que se insinuam como tais. Não se faz mais prefeitos com antigamente em minha terra.
Atualmente se discute nas ruas, nos bares, na roça quem foi o pior de todos.

O LEITEIRO URBANO. Foto: (Clerisvaldo). O LEITE DA MÃE Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2016   Crônica Nº 1.511 Com a v...

O LEITE DA MÃE

O LEITEIRO URBANO. Foto: (Clerisvaldo).


O LEITE DA MÃE
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2016
 Crônica Nº 1.511

Com a volta do leiteiro pelas ruas de Londres, resgata-se um costume bonito e saudável. Em versão moderna, o leiteiro conduz em carro elétrico as garrafinhas do produto e, pela madrugada ainda, sai distribuindo porta em porta dos contratantes. Escuro, ruas desertas e frio intenso, o leiteiro solitário vai cumprindo o seu dever prazeroso, apesar da solidão.
Sendo um país sério, é de se supor que o leite fornecido seja integral e puro, como manda a honestidade de quem tem caráter. E como não se pode deixar de comparar o que se passa neste mundo velho de meu Deus, notamos a mesma tarefa no sertão alagoano, com algumas particularidades.
Lembramos muito bem dos tempos em que era vendido em pacotes o leite tipo C, em Maceió, especialmente nas padarias. Mesmo esse leite empacotado e popular, já era alvo de críticas e comentários nas rádios da capital, sobre a sua qualidade comprometida pela água e outros produtos estranhos.
No Sertão não falta vendedor de leite, tanto em residências quanto nas ruas, Nas ruas são distribuídos em balde de fazendas transportados em motos. A diferença para a Inglaterra é que ele não vem em garrafinhas para ser deixadas nas portas, pela madrugada. Surge depois das oito, quando a temperatura está bastante elevada. É servido através de um caneco em que se supões tenha um litro na medida. Outra diferença é que nenhum resiste como original a mais de três dias. Isto é, o cliente (palavra que substituiu freguês) pode receber leite puro pela primeira vez e, no máximo, até a terceira. Daí em diante, leite talha na panela ou fica azulado que nem para doce presta, pelo tanto de água acrescentada. Que tipo de água? Esse é mais um mistério sertanejo.
O costume da roubalheira vai daí aos engravatados de Brasília. E pensar que na Grécia antiga um homem saiu pelo dia com uma lanterna acesa procurando um cidadão de vergonha... Quer leite puro, caro leitor? Só voltando aos inolvidáveis tempos e ao colo garantido da mãe.


REVOLTA DA VACINA Clerisvaldo B. Chagas, 13 de maio de 2016 Crônica Nº 1.510 Charge da época sobre a vacina. Um movimento o...

REVOLTA DA VACINA



REVOLTA DA VACINA
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de maio de 2016
Crônica Nº 1.510

Charge da época sobre a vacina.
Um movimento ocorrido no Rio de Janeiro entre 10 e 16 de novembro de 1904, foi marcado como a Revolta da Vacina. O motivo da revolta popular foi a vacinação obrigatória imposta pelo governo federal contra a varíola.
Embora seus objetivos fossem para o bem geral, ela foi aplicada de forma violenta e autoritária. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam casas e aplicavam a vacina à força. A população naquela época não sabia o que era uma vacina e tinha medo dos seus efeitos. A população apavorada iniciou então uma revolta que deu dor de cabeça ao governo.
“A população estava confusa e descontente. A cidade parecia em ruínas, muitos perdiam suas casas e outros tantos tiveram seus lares invadidos pelos mata-mosquitos, que agiam acompanhados de policiais. Jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam de supostos perigos causados pela vacina. Além disso, o boato de que a vacina teria de ser aplicada nas ‘partes íntimas’ do corpo (a mulher teria que se despir diante dos vacinadores), agravou a ira da população, que se rebelou”.
“A aprovação da lei da Vacina foi o estopim da revolta: no dia 5 de novembro a cidade virou um campo de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes, fez barricadas, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. No dia 14, os alunos da Escola Militar da Praia Vermelha também sublevaram contra as medidas baixadas pelo Governo Federal.”
Atualmente a população fez fila para obter a vacina e a procura foi grande nas clínicas particulares. Mesmo assim, ainda apareceu uma porção de gente com as ideias de 1904. Não queriam se vacinar e apregoavam os males que poderiam acontecer com a vacina, desestimulando outras pessoas. Ê humanidade!... Só Deus.