RÉVEILLON: ALAGOAS RECEBE O MUNDO Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.2...

RÉVEILLON: ALAGOAS RECEBE O MUNDO



RÉVEILLON: ALAGOAS RECEBE O MUNDO
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.227

PRAIA DE PAJUÇARA. (FOTO: B. CHAGAS/R. GEOGRAFIA DE ALAGOAS).
Mais uma vez Alagoas sai na frente diante do Brasil inteiro como destino mais procurado para o fim de ano. Isso quer dizer que o estado bateu Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, ficando no topo das dez cidades mais procuradas para o Ano Novo. Dois milhões de turistas são aguardados e lotarão mais de 90% dos hotéis, dizem notícias sobre o assunto. Em Alagoas ganha força: Maceió, Maragogi e São Miguel dos Milagres para quem deseja ir para o Norte; e Barra de São Miguel, destino Sul. Todas têm praias belíssimas, entre tantas outras que encantam os nativos e os de fora. Outros destinos dentro do estado também recebem turistas como os cânions do São Francisco, Delmiro Gouveia, Piranhas, Traipu e Penedo.
Não só brasileiros de todas as Cinco Regiões estarão presentes em Alagoas, mas também argentinos, chilenos, e portugueses, falam notícias dos entendidos. Apesar de atrações por todos os lugares e manchas de óleo que afetaram praias do estado, Maceió e Maragogi deverão ser os destinos mais procurados. Inúmeros turistas não chegam somente para o Ano Novo, mas complementam até com semanas suas incursões por essas bandas. As praias são conhecidas como as mais belas do Brasil, mas não só de praias vive o turismo alagoano. Entretanto, a orla de Maceió estar preparada tanto em beleza quanto em atrações culturais. Quem anda pelo Comércio sente a movimentação incomum de invasões benfazejas.
Quanto às manchas de óleo que invadiram alguns pontos do nosso litoral, praticamente desapareceram e o banho de mar não encontra problemas nas praias de Maceió. Entretanto, a movimentação alagoana, funciona em duas mãos. Muitos são também os que deixam a capital e se dirigem aos interiores procurando suas raízes, longe do foguetório da orla. Destinos do Sertão, Agreste, Alto Sertão, Zona da Mata, Sertão do São Francisco e Foz, movimentam a rodoviária e o grande número de transportes alternativos.
Nem tudo são flores, mas...
Alagoas espera por você.





LAMPIÃO E SEUS DEMÔNIOS Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.226 ...

LAMPIÃO E SEUS DEMÔNIOS


LAMPIÃO E SEUS DEMÔNIOS
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.226


No auge da sua carreira criminosa, Lampião, desapontado com o engodo militar em Juazeiro do Norte, voltou furioso a Pernambuco e penetrou em Alagoas. Saiu fazendo suas estripulias no Alto Sertão alagoano dirigindo-se à região de Santana do Ipanema, no comando da caterva de 102 cangaceiros. Os avisos chegavam através de vaqueiros que adiantavam as notícias e por famílias rurais em fuga. Certo dia apareceu na urbe o vaqueiro Catingueira montado numa égua em osso, paletó sem camisa, chapéu de couro repuxado para trás espalhando o medo: “Eu estava dentro do mato quando passou Virgulino e uma legião de demônios; ou vem para Santana ou para Olho d’Água das Flores”. A notícia brusca agitou a cidade.
Santana do Ipanema não estava preparada para rechaçar tamanha ameaça. O prefeito estava doente e uma esquiva policial não chegava a nada. Foi aí que um grupo de homens resolutos, resolveu tomar a iniciativa. Foi convocado o Tiro-de-Guerra com 25 atiradores; vários policiais e civis. O próprio padre Bulhões requisitou bastantes rifles da população e barricadas foram feitas na Rua da Poeira, entrada oeste da cidade. 1926. O inverno gelado na região não arrefecia os futuros combatentes. Anoiteceu, mas o frio não afastou os homens da trincheira durante a noite inteira. O dia amanheceu com o Sol dourando as montanhas e a fome bateu.   Alguém foi à padaria e abasteceu os convocados com pães e bolachas. Nada de Lampião.
Enquanto isso algumas famílias se retiraram rumo a Palmeira dos Índios, no Agreste. Entre elas, o menino Breno Accioly, futuro contista brasileiro (atualmente a Biblioteca Pública leva o seu nome). Ao restante da população, somente restava aguardar o combate. Entretanto, Lampião, guiado por Gato Bravo – cangaceiro santanense – preferiu assaltar a zona rural e rumar para o distrito de Olho d’Água das Flores, onde permaneceu o dia como senhor da situação. Apesar dos absurdos praticados, não morreu ninguém em Olho d’Água. Mas, no dia seguinte, o bandido assassinou um cidadão no povoado Caboclo.
Bem, passado o susto em Santana do Ipanema, o povo voltou a sorrir sem o resultado do jogo (tiroteio).
O batalhão de polícia para combater os meliantes, só chegou ao Sertão em 1936, dez anos após o caso.
Dois anos depois, 1938, aí sim, Lampião entrava em Santana do Ipanema com Maria Bonita e mais nove demônios, mas só as cabeças.


                                                                                        

  BRINCOS NOVOS NA PRINCESA Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.225 ...

BRINCOS NOVOS NA PRINCESA



 BRINCOS NOVOS NA PRINCESA
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de dezembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.225

AÇUDE DO GOITI. (FOTO: B. CHAGAS/REP. A GEOGRAFIA DE ALAGOAS).
Mulher é sempre um ser muito vaidoso. Brincos, batons e outros babados fazem parte do ego e dos atrativos que conquistam os homens. Bem assim, ornamentos eficazes não podem ficar indiferentes nas cidades adormecidas.  Assim, além de tantas obras realizadas, Arapiraca, Agreste Alagoano, transformou água em vinho com o tal falado Lago do Perucaba. Beleza e toque futurista ganharam espaço na Capital do Agreste. Em Santana do Ipanema ainda há espaço para uma transformação semelhante. Trata-se do açude do Bode, na periferia, adormecido desde que chegou água encanada na urbe. Uma transformação ali traria um cenário de proporção incrível e passaria a serem os mimos ao filho caçula da Rainha do Sertão. Mesmo assim, o espaço Cônego Bulhões, corresponde de outra forma ao embelezamento urbano.
Assim Palmeira dos Índios, faz muito bem em repaginar o centro da cidade que tanto precisava: o esvaziamento do chamado Açude do Goiti, para dragagem, limpeza e obras no entorno. Goiti é um dos montes dos seus limites, de cujas montanhas escorrem as águas que alimentam o açude. No monte Goiti, foi colocada a imagem de um cristo que recebeu popularmente o nome Cristo do Goiti. Também o açude formado no sopé e no centro da cidade, recebeu a mesma denominação do monte. A ponte do Comércio sobre parte do açude, muito antiga, receberá nova edição, segundo comentários. É ali onde estacionam camionetas e vans vindas do Sertão, principalmente em dia de feira-livre. Muitas obras já foram feitas naquela área, mas com as novas diretrizes, haverá transformação para melhor, elevando o tradicional cartão postal Xucurus.
Palmeira dos Índios fica perto da fronteira com o Sertão, grosso modo, na linha do rio Traipu. Tem como atrativos suas montanhas (entre elas a famosa serra das Pias), museus, comércio de fronteira e o fato de ter adotado Graciliano Ramos, o escritor de Quebrangulo. Fomos visitar o Cristo do Goiti – na época, um pouco desprezado – mas valeu a altitude que mostra um cenário deslumbrante que faz qualquer ser humano virar sonhador.
Torcemos para que o empreendimento municipal tenha êxito e os palmeirenses coloquem mais um brinco de ouro na “Princesa do Sertão”.