SANTANA: A EVOLUÇÃO DA PAISAGEM Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.337 CL...

SANTANA: A EVOLUÇÃO DA PAISAGEM


SANTANA: A EVOLUÇÃO DA PAISAGEM
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.337

CLERISVALDO B. CHAGAS
Todas as demolições marcantes de uma cidade, deveriam ser fotografadas em vários ângulos, oficialmente; bem assim a mesma obra que tomou o seu lugar. Isso iria para o acervo público e teríamos o registro da evolução da urbe. O que descreveremos abaixo é importantíssimo para a história de Santana do Ipanema entre a velha e a nova paisagem. Nenhuma foto achamos que contasse a história do elo entre duas ruas:  Benedito Melo (Rua Nova) e Antônio Tavares nos seus trechos finais. Também nenhum registro escrito foi encontrado. Essa crônica deveria ir para o acervo público com um pouco de luz da história local. Descrição histórica e única:
No final da Rua Nova, havia uma balaustrada de cerca de 300 metros de extensão. Ela limitava as ruas Antônio Tavares e Rua Nova. Servia como segurança porque a parte da Antônio Tavares era muito baixa com vários metros de desnível. Quase no meio da extensão da balaustrada havia uma escadaria de cimento. Para transitar de uma a outra rua, ou se usava a escadaria ou se rodeava lá pelo final da balaustrada que terminava na rodagem para Olho d’Água da Flores (hoje Rua São Paulo). O terreno baixo era ladeiroso, irregular, e cheio de mato ralo. Os balaústres eram desenhados e mantinham uma pequena plataforma na parte superior onde pessoas gostavam de sentar para apreciar o mundo.
Na gestão anterior a Paulo Ferreira ou na dele mesmo, a balaustrada foi demolida e no lugar dos degraus foi construída uma rampa, calçada ainda com pedras brutas do tempo de vila. (continuam lá) alguns prédios foram construídos no terreno baldio, inclusive a residência inicial de Paulo Ferreira. Depois o, então, prefeito, ergueu outra residência abaixo do início do balaústre, onde morou até o seu falecimento. Uma pequena praça foi construída na parte final da balaustrada. Daí para cá, as modificações não foram tão significativas assim. Esse episódio faz parte da junção Rua Nova, Rua Antônio Tavares e Rua São Pedro.
Tudo ali sempre foi tranquilo e abençoado pelo santo porteiro dos céus, o bom Padroeiro do Bairro que leva seu nome.





O ABRAÇO DO SÃO FRANCISCO Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.336 (CRÉDI...


O ABRAÇO DO SÃO FRANCISCO
Clerisvaldo B. Chagas, 1 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.336


(CRÉDITO: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL).
Em meio a tantas notícias péssimas, chega alguma coisa mais agradável aos sentidos sertanejos: a verba para dá continuidade às obras do Canal do Sertão, maior obra hídrica de Alagoas. Iniciado no município de Delmiro Gouveia o canal é planejado para percorrer 250 quilômetros, de Delmiro a Arapiraca, isto é, passando pelo Sertão e entrando no Agreste. Foi dividido em oito trechos, dos quais três deles já estão funcionando plenamente, de Delmiro Gouveia a São José da Tapera, trechos I ao IV, com 123 km, sendo beneficiados  além de Delmiro, Água Branca, Pariconha, Mata Grande, Canapi, Inhapi, Olho d’Água do Casado e Piranhas. Foram registradas mais de 500 captações para atividades pecuárias e comunidades rurais. Essas são informações do Ministério do Desenvolvimento Regional encontradas no site Sertão na Hora.
Devido a grande importância da obra, achamos que as informações do andamento dos trabalhos – sonho e luta de mais de 40 anos – precisaria estar sempre na pauta das divulgações. Acontece tanto tempo de silêncio sobre o tema levando tudo para um esquecimento temporário que parece esfumaçado o projeto de redenção. Somente quem vive no semiárido compreende a importância desse trabalho que orgulha a engenharia brasileira. A realidade já apresentada é coisa fantástica com suas pontes, túneis, passarelas e extensão. Caso seja administrado com a competência que exige uma das maiores obras do mundo, o Canal do Sertão irá transformar aquele pedaço de Nordeste sofrido em “Terra de Leite e Mel”.
Alagoas recebeu agora, uma parcela de 36,04 milhões para a continuidade dos trabalhos, diz a divulgação. Passou voando por Santana do Ipanema que não foi contemplada em suas terras com essa extensão do “Velho Chico”. Não houve luta de políticos santanenses para defender sua inclusão na obra.  Isso, porém, é passado e o importante é que muitos outros municípios do alto sertão e da Bacia Leiteira foram incluídos. Esperamos que no final dos trabalhos a convivência com as secas ocasionais seja até motivo de orgulho e contentamento da fibra sertaneja, da raiz blindada e persistente por um futuro poderoso.



SERTÃO DESCOBERTO Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.335 NOSTALGIA DA RO...

SERTÃO DESCOBERTO


SERTÃO DESCOBERTO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de junho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.335

NOSTALGIA DA ROLINHA BRANCA.  (FOTO: B. CHAGAS).

      Igualmente à Floresta Equatorial, à mata Atlântica, o cerrado, os pinhais, manguezais e pampa, a caatinga continua perdendo a sua vegetação original.  A consciência de poucos vai perdendo terreno para os desrespeitosos da Natureza. Quando as quatro estações do ano eram regulares em nosso Sertão alagoano, o homem já perdia lavoura durante a primeira quinzena de agosto. Mesmo sendo julho o mês mais frio e chuvoso para nós, os primeiros quinze dias de agosto traziam o frio dobrado e, quando não era o frio que matava os feijoais, eram as pragas de lagartas. Atualmente a mudança do clima é tão sentida que o homem do campo e todos nós ficamos perdidos nas previsões.

     O desmatamento mais acelerado ou mais lento faz com que os animais selvagens que não morrem de fome, morram pelas mãos dos caçadores ou migrem para as cidades em busca de comida e abrigo. Assim é que a capital paulista se encheu de tantos passarinhos em suas avenidas arborizadas com restos de comida por todos os lugares. Em Maceió houve aglomeração para apreciar um casal de tucanos em pleno logradouro público. Sibites, bem-te-vis e até rolinhas saem das matas periféricas e das grotas em busca de comida e abrigo. Fazem ninhos nas plataformas dos altos postes e até nas varandas ajardinadas da capital. A alimentação é farta no lixo dos terrenos baldios e até nas praças e meio de ruas.
     Em nossa cidade, não é diferente. Antes os pardais, viraram pragas. Andam em bando e botam os outros pássaros para correr. Nem cantam que preste, é somente um chilreado nervoso e irritante   de terras portuguesas. Caso invadam seu telhado, os abrigos das biqueiras, você estará sem sossego por uma infinidade de tempo. Mas o desmatamento é tanto que outros pássaros resolveram enfrentar a agressividade dos pardais e também ocupam territórios urbanos em Santana. Beija-flor (bizunga, colibri), bem-te-vi, sanhaçu e até rolinha, vão aparecendo. A rolinha é muito caçada pelo sabor da carne. Acontece mais por aqui, a presença da rolinha branca (branca e cinza); mas tem a rolinha azul, a fogo-pagou e a caldo- de-feijão que preferem lugares mais quentes do semiárido. São criaturas dóceis, delicadas, que inspiram tristeza e nostalgia.
     Não resistimos a sua presença solitária na fiação da rua defronte a nossa casa. E lá vai “flash” ao invés de bala. Amar as coisinhas do Criador dos Mundos

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