(Clerisvaldo B. Chagas. 19.01.2010)
Por ocasião do lançamento de seu primeiro livro, Clerisvaldo explicava que sua infância tinha registro especial nas areias do Ipanema, no banho do Poço dos Homens, e que a Rua do Sebo se constituía no pequeno mundo de um menino que viveu feliz entre sua gente.
É, portanto explicável a tendência do jovem escritor em buscar nas coisas simples da terra, na fertilidade dos acontecimentos populares, a Musa que alimenta a sua bagagem literária.
O bom, na leitura de Clerisvaldo, é a pureza dos fatos. Ninguém fica a ver estrelas. Zé Conceição temia lobisomens das estórias de arrepiar cabelos, mas não temia lobisomens de carne e osso...
Seu conto tem o desfecho passional característico da gente simples da beira do rio. Seus personagens não se arrastam; eles estão providos de almas sensíveis e seus movimentos são verdadeiros, pois são bem nosso, são tirados do meio do povo.
Cada palavra estou certo, não foi inventada, foi tirada do linguajar das massas, da simplicidade de uma gente periférica que a cidade conserva como riqueza e o tempo não relegará ao esquecimento. Djalma Carvalho, Clerisvaldo, Darras, continuam por aí anotando, pesquisando.
Uma característica muito do Clerisvaldo é que ele consegue prender a atenção alheia da primeira a última palavra. Neste ponto de sua carreira poder-se-ia dizer que ele vai longe. Se não aspira a proeminência, mas já tem o seu lugar ao Sol.
O espírito criticista do jovem escritor evidencia-se em “Ribeira do Panema”. Depois o Professor de Geografia dá uma de mestre com a “Geografia de Santana”. Agora, o contista. Sempre o desejo de não parar. Criar impactos.
Com satisfação nós, seus leitores, ficaremos aguardando o próximo lançamento.
Prof. de História
Nota: Livro lançado em 1979.
Nota 2. Frisos nosso (A).
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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2010/01/carnaval-do-lobisomem.html
Gostaria muito de comprar esse livro.
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