terça-feira, 24 de maio de 2011

FEIRA DO RATO

FEIRA DO RATO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de maio de 2011.

Ao vermos estampada a imagem nos jornais do trem de superfície ganho por Maceió, ficamos satisfeitos com sua beleza e modernidade. Quem conhece os vagões utilizados em Alagoas, não deixa de compará-los aos velhos trens americanos do tempo de índios e caubóis. Mas não se deve olvidar a grandeza da prestação de serviço desses possantes transportes feitos de ferro, as lutas do povo do estado pera tornar realidade o progresso através das composições. Quando a época só oferecia cavalo, burro, carro de boi e mais tarde o caminhão, o empenho popular tinha razão em querer o conforto do trem de passageiros. Eles permitiam longas viagens, bem como a possibilidade de escoar os produtos agropecuários, centradas nas péssimas estradas de problemas permanentes. Os ramais de Maceió, Viçosa, Quebrangulo e Palmeira dos Índios, foram comemorados com muita euforia porque representava o novo, o progresso estadual, ainda que demorasse tanto a chegar ao Agreste. Tudo foi polêmico como ainda hoje. Interesses diversos, descasos, lutas, projetos não cumpridos, irritações permanentes e promessas políticas, foram sendo escritos na história alagoana do final do século XIX e primeiro terço do século XX. O trem de Piranhas, mesmo de ramal isolado, prestou relevante serviço naquele trecho do Rio da Unidade Nacional, em consonância com burros de carga, carros de boi e navios. Os trens entram em romances de Graciliano Ramos, Clerisvaldo B. Chagas e livro de Floro de Araújo Melo, como complementação indispensável à história do período. 
Não deixa de ser, portanto, motivo de grande satisfação contemplar a nova imagem do trem que chega para servir a região da Grande Maceió.  O danado é muito bonito, confortável e igual ao de qualquer outro lugar civilizado do mundo. Segundo a CBTU ─ Composição Brasileira de Trens Urbanos ─ serão oito composições com três vagões cada, e que estarão em pleno funcionamento ainda no primeiro semestre. Esse meio de transporte recebeu a denominação de VLT que significa Veículo Leve sobre Trilhos. O amigo quer experimentar uma voltinha no VLT? Pois nós também. Como quem escreve, Zé, pode ficar de fora de maravilha igual a essa? Quem perde é somente a tradicional imundície da Feira do Passarinho ou a antiga enrolada da Feira do Rato, que terão de ceder espaço para o bichão bonito que já chegou.
As opiniões vão-se dividindo e já existem os eternos pessimistas que estão profetizando o sucateamento dos novos veículos, antes mesmo do início dos serviços. São os que carregam energia negativa às costas, um perigo constante para o ânimo e êxito de amigos, vizinhos e colegas de trabalho. O velho e exaurido transporte à base de ônibus, teima em não se modernizar fisicamente nem em número de passageiros e cumprimento de horários. Coisa mesmo de província. Esperamos que o VLT traga com ele uma mentalidade atualizada e futurista para romper o gargalo do transporte urbano de Maceió. Fora todos os hábitos nocivos da FEIRA DO RATO.

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